Tecnologia da Embrapa Solos permite a produção de tomates sem resíduos de agrotóxicos



A Embrapa Solos, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no Rio de Janeiro, apresenta nesta terça-feira (18), no município de São Sebastião do Alto, o tomatec, tecnologia desenvolvida pela empresa para a produção de tomates sem resíduos de agrotóxicos.  A apresentação do tomatec acontecerá no Sítio Rio Negro, onde estão plantados 2 mil pés de tomates, cultivados pelos pequenos produtores locais. O evento reunirá técnicos da Embrapa Solos e agricultores das regiões serrana, norte e noroeste do estado. 

Segundo o engenheiro agrônomo José Ronaldo Macedo, pesquisador da Embrapa Solos, o tomatec é um sistema de produção que permite utilizar qualquer cultivar ou variedade de tomate. Ele se caracteriza pelo ensacamento das pencas, que garante que o fruto não fique contaminado por  pragas nem por resíduos de agrotóxicos. Não se trata, contudo, de produção orgânica, uma vez que existe, quando necessária, embora em escala reduzida, a aplicação de produtos químicos contra pragas, como defensivos agrícolas ou fungicidas, esclareceu.

Macedo explicou ainda que a tecnologia permite reduzir o custo dos produtores em cerca de 10%, ampliando a produtividade em até 30%. Ele avaliou que a redução no custo é um grande ganho, porque haverá aumento de produtividade e porque a ideia no futuro é que o produtor tenha esse produto valorizado. 

A tecnologia desenvolvida pela Embrapa Solos baseia-se em pontos que podem ser adotados por qualquer agricultor. Um deles é a introdução do sistema de plantio direto, que envolve rotação de culturas, para o solo não ficar contaminado por pragas e doenças que atingem o tomate.

A condução do tomate, ou tutoramento, é feita, com essa tecnologia, de forma vertical e não inclinada, como ocorre tradicionalmente, o que favorece a criação de um microambiente muito úmido próximo às plantas. Pelo tomatec, a condução é feita com fitilhos que são usados uma vez e, depois, entram na rotação de culturas, como, por exemplo, a ervilha ou o feijão de corda.  

Outra fase da colheita é o manejo integrado de pragas. Duas vezes por semana, o agricultor percorre a lavoura, analisando um número pequeno de plantas. Ele anota as doenças encontradas e, ao final do monitoramento, quantifica as pragas. O agrônomo da Embrapa Solos destacou que como as pencas deverão estar ensacadas nessa etapa do plantio, os sacos protegem contra a aplicação de defensivos. Segundo Macedo, o agricultor ganha em termos de produtividade com o ensacamento, pelo fato de o inseto não conseguir atingir o fruto. Sem o ensacamento, a perda da lavoura atinge, em média, de 20% a 30%.


Fonte:
Agência Brasil 



18/10/2011 12:42


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