Tecnologia do HC evitará mortes em cirurgias de alto risco
Nova tecnologia também contribui para a redução do tempo de internação na UTI e no hospital
O Hospital das Clínicas de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, acaba de implantar uma tecnologia inédita capaz de evitar mortes de pacientes e reduzir complicações em cirurgias de alto risco.
Desenvolvido pelo programa de pós-graduação em Anestesiologia do HC e em parceria com uma empresa brasileira de softwares, o aplicativo é instalado no monitor de sinais vitais, permite ao anestesista maior segurança na quantificação de fluidos ou soros que devem ser administrados por via venosa durante as operações.
Além de diminuir o risco de complicações cirúrgicas e pós-cirúrgicas pelo excesso ou falta de líquidos, a nova tecnologia também contribui para a redução do tempo de internação na UTI e no hospital. Estudos preliminares realizados com pacientes do HC revelaram que o tempo médio de UTI caiu de 4 para 1,4 dias com o uso da nova tecnologia, e que o período de internação no pós-operatório caiu de 9 para 3 dias.
O software, desenvolvido pelo pós-graduando Marcel Lopes Rezende, possibilita ao anestesiologista a leitura em tempo real de um valor numérico que indica a quantidade de líquidos (soros) que o paciente necessita durante a operação.
Quando o paciente está sendo operado, a manutenção da estabilidade circulatória depende do anestesista, que precisa manter a quantidade exata de soro, pois, quando aplicado em excesso pode causar sobrecarga cardíaca ou quando insuficiente, o paciente pode ter alguns órgãos prejudicados, como, por exemplo, os rins.
O problema pode ser mais grave em cirurgias de alto risco, quando há possibilidade de ocorrer instabilidade hemodinâmica, requerendo maiores quantidades de fluidos ou fármacos para suporte cardíaco. A literatura médica especializada demonstra que a chegada de sangue de maneira adequada as células depende da quantidade correta de líquidos injetados durante a anestesia.
“Manter esse equilíbrio é fundamental para dar segurança ao paciente”, afirma o médico anestesiologista José Otávio Auler, diretor clínico do HC.
A criação da nova tecnologia recebeu ampla atenção da comunidade científica internacional e vem sendo citado nos mais importantes congressos de anestesiologia e terapia intensiva do Brasil e do exterior.
Da Secretaria da Saúde
06/13/2008
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