Temporal atinge o Rio de Janeiro e impede milhares de pessoas de voltar para casa
A capital fluminense parou na segunda-feira (25) à noite devido a um temporal que se concentrou na região da Tijuca, na zona norte, e complicou o trânsito. De acordo com o Centro de Operações da prefeitura, o índice pluviométrico ultrapassou os 200 milímetros (mm) em três horas, ou seja, choveu somente nesse período mais do que o volume médio previsto para 40 dias.
Às 21h30, o município entrou em estágio de alerta, o terceiro em uma escala de quatro estágios que se caracteriza por chuva forte, podendo provocar alagamentos e deslizamentos isolados. A prefeitura instalou um sistema de sirene em 20 comunidades do Rio e acionou o alarme em dez. A finalidade é alertar a população para o perigo de deslizamentos de terra nas áreas de risco da Grande Tijuca.
Com o volume d’água, os rios Maracanã, Trapicheiros e Joana transbordaram e a Praça da Bandeira, uma das principais ligações com o centro e os bairros das zonas norte e oeste da cidade, ficou intransitável, sem dar passagem para ônibus e carros de passeio. Essa situação permaneceu por mais de nove horas.
A chuva começou com maior intensidade pouco depois das 20h e com o alagamento da Praça da Bandeira, atingiu também o bairro do Maracanã, onde milhares de alunos do turno da noite da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Veiga de Almeida (UVA) não puderam voltar para casa.
Uma queda de barreira na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá obrigou a prefeitura a fechar a estrada nos dois sentidos.
Funcionários do Instituto de Geotécnica do município (Geo-Rio) estão fazendo um levantamento dos estragos e a estrada fica fechada na manhã desta terça-feira (26).
A Avenida Brasil, outra região de ligação do centro com as zonas norte e oeste, ficou com bolsões de água no bairro do Caju, na zona portuária, e em Manguinhos, na zona norte, sem dar passagem para veículos.
Segundo a prefeitura do Rio de Janeiro, na região da Praça da Bandeira terão de ser realizadas “obras grandiosas nos rios Maracanã e Joana para acabar definitivamente com o problema das enchentes na região”.
A prefeitura disse ainda que serão necessários investimentos de R$ 400 milhões para acabar com as enchentes na Bacia dos dois rios. Parte desses recursos - no valor de R$ 200 milhões - seria liberada pelo governo federal dentro do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC-2).
De acordo com a prefeitura, ocorreram quatro deslizamentos de terra na cidade, sem vítimas. Um homem morreu afogado na Rua Sotero dos Reis, na Praça da Bandeira, em consequência do transbordamento do Rio Joana.
Outros bairros da zona norte também foram afetados, com trasbordamentos de rios e canais, mas sem maiores transtornos para a cidade.
Fonte:
Agência Brasil
26/04/2011 10:58
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