Teotônio aponta incoerência no primeiro semestre do atual governo



Ao analisar o primeiro semestre do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL) apontou a -sensação de incoerência- que esse período da gestão petista produz -no espírito de qualquer observador mais informado e atento da vida pública brasileira-. O parlamentar tucano alude às mudanças de -posturas e atitudes- observadas entre os correligionários do presidente da República, situação que teria como divisor de águas a eleição de 2002, quando o PT deixou de ser oposição para se tornar governo.

Ressalvada a existência dos dissidentes, como a senadora Heloísa Helena (PT-AL), -que têm a elogiável coragem de ser coerentes, e penam por isso-, Teotônio comentou que a realidade observada hoje no governo do PT enquadra-se perfeitamente em uma frase dos idos do Segundo Império. Naquela época, o crítico Holanda Cavalcanti dizia -nada haver mais parecido com um saquarema que um luzia no Poder-.

- Significava, no vocabulário político daquele tempo, que os membros do Partido Liberal - que, então, eram a -esquerda- -, quando assumiam o governo, que era parlamentar, agiam de maneira indistinta da dos integrantes do Partido Conservador, ou seja, a -direita- - explicou.

Mais que um jogo de frases ou palavras, o problema real que essa situação evidencia, segundo o senador por Alagoas, são -os custos econômicos e sociais embutidos nesse vaivém-.

Passivo

Nesse particular, Teotônio Vilela Filho remete a recente artigo do ex-secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda Cláudio Considera, publicado no jornal O Globo, em que atribui ao bloqueio do PT às reformas propostas pelo governo passado a origem das dificuldades econômicas vividas hoje pelo país.

- Considera calcula em R$ 701.762.100,00 a perda total no Produto Interno Bruto (PIB) ao longo desses últimos anos, causada pela não-realização das reformas previdenciária, tributária e das leis trabalhistas - informou.

O senador tucano até admite críticas à estimativa do ex-secretário do Ministério da Fazenda, por não ser possível assegurar que essa marca teria sido atingida caso as reformas tivessem sido concretizadas. De qualquer modo, diz que -serve como parâmetro para avaliar o tamanho do passivo do país causado pelo PT-.



11/07/2003

Agência Senado


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