Tesouro Direto chega a 292,2 mil investidores cadastrados
O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) apresentou aumento de 1,08% em março deste ano, em comparação com o mês de fevereiro. O valor passou de R$ 1,836 trilhão para R$ 1,855 trilhão. As emissões da dívida foram de R$ 28,97 bilhões e os resgates de R$ 30,95 bilhões - o que resulta num resgate líquido de R$ 1,98 bilhão. Os dados foram divulgados na segunda-feira (24) pela Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda.
Ao comentar o resultado, o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, destacou o resgate expressivo dos títulos atrelados à taxa Selic (LFTs) de R$ 28,2 bilhões no mês de março, alcançando a participação recorde de baixa desse título na dívida, ou seja, 26,3%, percentual mais baixo desde meados de 1997.
“Existem menos LFTs no mercado e, como conseqüência, a liquidez desses títulos tende a ser menor. Além disso, a rentabilidade das LFTs é significativamente menor do que os títulos corrigidos por Índice de Preços e dos títulos prefixados. Com a queda da taxa Selic, a tendência é que a rentabilidade desses títulos continue em queda”, explicou.
Garrido ressaltou ainda que o volume de LFTs negociado no mercado secundário de títulos públicos também apresenta queda em relação a períodos anteriores. Em março de 2012 o volume foi de 18,2%, enquanto em março de 2011 esse volume era de 28,4%. Já em fevereiro de 2012, a participação foi de 21,88%.
Já as emissões de títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) alcançaram R$ 28,95 bilhões, sendo R$ 18,98 bilhões (65,57%) em títulos com remuneração prefixada; R$ 8,07 bilhões (27,89%) remunerados por índice de preços e R$ 1,85 bilhão (6,38%) em títulos indexados à taxa flutuante.
Do total das emissões, R$ 26,45 bilhões foram emitidos nos leilões tradicionais, R$ 1,64 bilhão nos leilões de troca e R$ 95 milhões relativos às emissões diretas e às vendas de títulos no Programa Tesouro Direto.
Composição
Na DPF, a parcela dos títulos com remuneração prefixada fechou março com 37,8% ante 36,79% em fevereiro. A participação dos títulos indexados a índices de preços passou de 31,36% para 31,68%. Já os papeis remunerados pela taxa flutuante tiveram sua participação reduzida de 27,84% para 26,34%. E, por último, os títulos remunerados pelo câmbio, que fechou o mês de março em 4,2%.
Apenas os títulos atrelados à taxa flutuante não estão dentro das bandas do Plano Anual de Financiamento (PAF) - mínimo de 22% e máximo de 26% - previstas para dezembro de 2012. “Os números vão sofrer variações ao longo do ano e, em dezembro, o Tesouro atingirá plenamente as metas estabelecidas”, disse Garrido.
Detentores
No que se refere à distribuição dos títulos entre os detentores da DPF, Garrido mostrou que ao final do mês de março a participação de não-residentes apresentou aumento, passando de 11,88% para 12,12%. “Esse crescimento pode ser atribuído à valorização da carteira de títulos prefixados e eventuais novas aplicações”.
No mês de março, o Tesouro emitiu título prefixado com vencimento em 2023 em dois leilões. Conforme disse Garrido, a participação foi diversificada entre os diferentes tipos de investidores. Os não-residentes representaram 20% do total, entre seguradoras, previdência, fundos de investimento e instituições financeiras.
Perfil e Custo
Os vencimentos da DPF para os próximos 12 meses apresentaram aumento, passando de 22,7% em fevereiro para 24,23% em março. O custo médio acumulado nos últimos 12 meses ampliou-se em 0,17 ponto percentual, passando de 12,2% a.a. em fevereiro para 12,37% a.a. em março. O custo médio da DPMFi apresentou redução, passando de 12,23% a.a. em fevereiro para 12,12% a.a. em março.
Tesouro Direto
As emissões do programa em março atingiram o montante de R$ 454,14 milhões. Os títulos mais demandados pelos investidores foram os títulos indexados a índice de preços, representando 58,14%. A participação dos títulos prefixados foi de 29,83% e os títulos indexados à Selic representaram 12,03%.
Em relação ao número de investidores, o programa acumulou 292.296 participantes, sendo 5.023 cadastrados em março. Segundo Garrido, o estoque de títulos no programa alcançou R$ 7,985 bilhões.
Questionado sobre a perda de rentabilidade dos títulos públicos devido à queda da taxa Selic, hoje em 9% ao ano, o coordenador explicou que o Tesouro Direto sempre foi e continua sendo uma aplicação interessante especialmente para investidores interessados no médio e longo prazo.
“Pessoas que planejam adquirir um bem ou planejar uma aposentadoria, o Tesouro Direto continua sendo uma excelente alternativa de investimento muito competitivo”.
Garrido explicou ainda que o programa sempre apresentou as mesmas características, assim como os Fundos de Investimento. “Não houve diferença de custos e rentabilidade entre um produto e outro. O Tesouro Direto sempre ofereceu uma rentabilidade superior à media dos Fundos DI”, garantiu.
Fonte:
Ministério da Fazenda
24/04/2012 11:25
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