Tião Viana chama a atenção para fatores que alimentam popularidade de Lula



O senador Tião Viana (PT-AC) chamoua atenção nesta segunda-feira (12) para fatores positivos que podem explicar a popularidade crescente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a despeito dos ataques que vem sofrendo da oposição nos últimos anos. Citando artigo do jornalista Gilberto Dimenstein, o parlamentar acreano observou que em 2004, por exemplo, o crescimento da renda per capta foi de 12%, por causa da combinação do crescimento econômico com a repercussão dos programas sociais.

Os dados mencionados por Dimenstein foram coletados em trabalho do economista Ricardo Paes de Barros, e a partir deles o jornalista elabora uma questão que abre caminho para o que seriam as razões fundamentais da liderança que Lula mantém nas pesquisas eleitorais: "Como alguém é capaz de apanhar tanto por tanto tempo e ainda ficar mais fortemente eleitoralmente?"

Segundo o senador, as análises de Paes de Barros e de outros economistas indicam que o governo Lula foi eficiente ao combinar políticas sociais, como a ampliação do programa Bolsa-Família, com a elevação do crédito e a geração de empregos, além do controle da inflação, que levou à queda nos preços dos produtos básicos.

Outro fator de elevação da renda na faixa mais pobre da população foi o aumento do salário mínimo, que em 2006 chegou a 16,6% - "o maior dos últimos 25 anos", conforme lembrou, em aparte, o senador Paulo Paim (PT-RS). Além disso, houve elevação dos benefícios previdenciários, também na baseda pirâmide.

Os economistas observam que o encadeamento de todas essas variáveis criam efeitos não muito visíveis para as classes alta e média, mas que causam grande impacto entre milhões de brasileiros famintos ou em situação difícil. Apesar de ser criticado como um programa assistencialista, o Bolsa-Família contribuiu decisivamente para que o comércio e a indústria do Nordeste crescessem acima do padrão nacional,

- A classe média está preocupada com perdas individuais - disse o senador Tião Viana, que não vê problema em reconhecer que parte da recuperação da renda começou em 2000, portanto ainda no governo Fernando Henrique.

Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) cobrou maior empenho do governo Lula nas "reformas estruturais". Tião Viana respondeu dizendo que o ministro-chefe de Relações Institucionais, Tarso Genro, já anunciou a disposição do governo Lula em abrir um debate sobre essas reformas.



12/06/2006

Agência Senado


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