TIÃO VIANA: CISÃO DE TUCURUÍ AMEAÇA SETOR ELÉTRICO NA AMAZÔNIA
Advertindo que o sistema elétrico e energético no Norte do país é extremamente sensível e dependente do modelo térmico, Tião Viana ressaltou que a hidrelétrica de Tucuruí garante a sobrevivência e a viabilidade do abastecimento da região porque a empresa é superavitária, em função de seu baixo custo operacional e da comercialização de 95% da energia que produz. A receita da usina responde, segundo o senador, por 50,44% do faturamento total da Eletronorte.
Tião Viana apelou aos senadores da base governista para que marquem audiência com o presidente Fernando Henrique Cardoso a fim de que a bancada da região amazônica possa "mostrar o equívoco que seria a cisão de Tucuruí e a gravidade da situação".
- Lamento profundamente que o governo brasileiro se permita até deixar de discutir a possibilidade da cisão. No momento em que o FMI (Fundo Monetário Internacional), o próprio presidente Bill Clinton e o Banco Mundial estão dizendo que a receita neoliberal fracassou em relação ao terceiro mundo, o governo brasileiro não tem mais porque seguir à risca, de maneira ortodoxa, uma política fracassada, falida e que revela falta de auto-estima - disse.
Depois de manifestar sua tristeza pela constatação de que o Brasil "é tão complacente com o interesse internacional ambicioso, insensível e egoísta que se abate sobre o nosso patrimônio", Tião Viana apelou ao presidente da República para que impeça a cisão de Tucuruí .
Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti responsabilizou o governo federal por deixar desassistida a vasta fronteira amazônica, o que permite o narcotráfico e ameaças à soberania nacional. Ele entende que a possível cisão de Tucuruí exige análise profunda e deve ser descartada neste momento. "Acho que temos efetivamente que chamar a atenção cada vez mais do governo federal para os pecados que vem cometendo na Amazônia, antes que a região deixe de ser brasileira", alertou.
Já Amir Lando lembrou que matéria do Jornal do Senado, publicada nesta sexta-feira (dia 1º) sob o título Lando propõe uma discussão ampla sobre privatização do setor elétrico, reflete suas preocupações sobre o tema. O senador afirmou que "a privatização é extremamente danosa, porque separar Tucuruí é tirar a fonte de renda que garante o financiamento das termoelétricas". O senador disse que em Rondônia, com a terceirização, uma empresa multinacional está cobrando R$ 93,00 pelo quilowatt/hora, contra R$ 40,00 a R$ 50,00 que eram pagos anteriormente.
O senador Romero Jucá (PSDB-RR) observou que haverá neste início de outubro audiência pública em reunião conjunta das Comissões de Fiscalização e Controle - por ele presidida - e de Serviços de Infra-Estrutura, exatamente para discutir o modelo de privatização da Eletronorte, com a cisão ou não de Tucuruí. Disse que participarão os presidentes da Eletrobrás e da Eletronorte, assim como servidores da Eletronorte. Jucá afirmou também que o governo federal vem realizando elevados investimentos no setor energético na região Norte.
01/10/1999
Agência Senado
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