Tião Viana manifesta solidariedade a Arthur Virgílio
Em pronunciamento nesta quinta-feira (6), o senador Tião Viana (PT-AC) expressou integral solidariedade ao líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), objeto de representação encaminhada ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar pelo líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), que o acusa de quebra de decoro parlamentar por ter autorizado funcionário de seu gabinete a estudar no exterior com salário pago pelo Senado.
Tião Viana, derrotado na disputa da Presidência do Senado por Sarney, disse ainda que qualquer processo de intimidação ou violência política praticada contra Arthur Virgilio fará com que a bancada do PT esteja solidária ao senador tucano. Tião Viana disse que ele e Arthur Virgílio muitas vezes atuaram em campos opostos, como na votação que extinguiu a cobrança da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), em dezembro de 2007, mas ressaltou que "é importante preservar os valores individuais para ser respeitado".
- Tivemos momentos difíceis, mas sempre nos respeitamos. Agora, saímos do aceitável. Não há mais racionalidade, é enorme a tristeza com o que vivemos aqui. O caminho poderia ser outro, mas o ambiente parece não ter mais diálogo - afirmou, referindo-se ao clima que se instalou no Plenário após a leitura da representação por Renan.
Tião Viana afirmou ainda que a crise ética do Senado não pode ser partidarizadae nem ser creditada à disputa eleitoral de 2010, mas que ela é resultado de problemas estruturais da Casa que, segundo ele, começou a "perder a noção" à época da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, em 2006, quando muitos parlamentares "foram para o vale-tudo e a irracionalidade começou a tomar conta da Casa". O "desmonte" do Regimento Interno do Senado também teria contribuído para a crise da instituição, afirmou.
- Quero expressar meu descontentamento. Não estamos conectados com a sociedade. O que ela espera de nós não está sendo expresso no dia-a-dia da Casa. Não há incompatibilidade em defender Sarney. Agora, não há razão alguma para levar [Arthur Virgílio] ao Conselho de Ética por um ato de represália, para silenciar a tribuna. Não há razão para que se continue nesse ambiente de irracionalidade. Hoje foi o dia mais triste do Senado Federal - afirmou.
06/08/2009
Agência Senado
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