Tião Viana: julgamento de Renan ainda em novembro depende de Arthur Virgílio



Em entrevista nesta quarta-feira (21), o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), indagado sobre a possibilidade de o julgamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pelo Plenário ocorrer ainda em novembro, explicou que isso depende mais do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) - relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do projeto de resolução que determina a perda do mandato de Renan - do que de sua vontade.

- Acho que não se deve emparedar Arthur Virgílio. Não é bom para a Casa. Ele tem ciência do regimento, que é um guia e uma referência. E ele seguramente irá conduzir com o senador Marco Maciel (presidente da CCJ) para um prazo em que a matéria esteja madura para ser votada. De minha parte, votado na CCJ, eu imediatamente marcarei a data em Plenário nas próximas horas. Dada a certeza e votada a matéria lá, eu a requisitarei sem nenhuma demora para o Plenário - acrescentou.

Tião Viana explicou por que considerava conveniente que o Plenário julgasse Renan Calheiros nesta quinta-feira (22), como havia previsto que ocorreria.

- A sociedade cobrava um julgamento rápido. A oposição, mais ainda. A imprensa também cobrava. Eu apresentei como data provável de julgamento o dia 22, que era um dia que se conciliava inclusive com a Casa cheia, com o quórum pleno, porque os senadores que estavam em viagem, em missão pelo Senado, assumiram o compromisso de vir votar. Mas não foi esse o entendimento do senador Arthur Virgilio, que requisitou mais tempo. Agora, nós temos que facultar à própria oposição o ajuste para uma data que não gere dúvida, para que não se promova mais adiamento, mais instabilidade num processo ético em que a Casa tem o dever de dar resposta à sociedade - afirmou.

O presidente interino também foi indagado pelos jornalistas por que usou, ao chegar pela manhã ao Senado, a expressão "dane-se" para dirigir-se a quem quer que esteja aborrecido com o cumprimento do Regimento Interno da Casa. Ele respondeu que ampara todas as suas decisões nesse conjunto de normas que regula o funcionamento da instituição e que não quis ofender ninguém.

- Algumas vezes as pessoas não entendem que o processo legislativo tem sua dinâmica, tem suas idas e vindas. Às vezes, isso se confunde e alguns entram em verdadeira paranóia e preocupação porque não têm suas satisfações atendidas. Mas a democracia é muito mais que satisfazer A ou B - disse.

- Esse "dane-se" foi para Renan Calheiros ou para Arthur Virgilio? - indagou-lhe um jornalista.

- Não, acho que não, porque são duas pessoas com quem eu tenho a melhor das relações e o máximo de respeito. É uma manifestação em defesa do regimento como guia e como um marco que temos de ter sempre para o bom funcionamento do Senado - afirmou.



21/11/2007

Agência Senado


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