Tião Viana: "O novo presidente do Senado deve sair do PMDB"



O PMDB é detentor da autoridade para indicar o candidato à Presidência do Senado e desse partido deverá sair o nome a ser submetido a votação na próxima quarta-feira (12). A afirmação foi feita na manhã desta sexta-feira (7) pelo presidente interino da Casa, Tião Viana, ao ser questionado sobre os outros candidatos lançados nessa corrida sucessória. "O nome que sair do PMDB, eu apóio", disse ainda Tião Viana.

O presidente interino foi indagado sobre a possibilidade de ser submetida a votação uma candidatura avulsa, como a do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que, embora sendo peemedebista, foi lançado, na quinta-feira (6), por meio de um manifesto com assinaturas recolhidas pelos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Cristovam Buarque (PDT-DF). Tião Viana respondeu que isso é possível.

- No Senado, em tese, qualquer um pode disputar a eleição. Agora, a tradição da Casa é sempre o respeito ao nome indicado pelo maior partido, pelo acordo que ali se estabelece. E aqui o acordo foi no sentido de o PMDB, que é a maior bancada, lançar a candidatura.

- Presidente, tem chance de haver segundo turno? - indagou-lhe um repórter.

- Vence o candidato que obtiver maioria simples. Penso que muitos desistirão, muitos renunciarão às candidaturas, por falta de viabilidade, e deveremos ter um ou, no máximo, dois candidatos disputando a eleição. Agora, é evidente que ninguém pode imaginar alguém eleito presidente do Senado com menos de 41 votos. O eleito deve ter, no mínimo, metade mais um dos votos dos senadores que compõem a Casa. É o mínimo que se pode esperar. Mas não há segundo turno, não existe isso.

Ante a observação de que os senadores Garibaldi Alves (RN), Neuto de Conto (SC), Valter Pereira (MS) e Leomar Quintanilha (TO) estão também nessa corrida, Tião Viana disse que isso não significa que o PMDB perdeu o controle da disputa. O presidente interino se disse convencido de que, em meio a essas candidaturas, o partido está trabalhando para manter sua unidade e chegar ao consenso em torno de um nome.

- Estamos no meio de um cenário de pretensões e penso que irá prevalecer a maturidade da Casa, que não é uma Casa de motivações emocionais apenas, mas que trabalha com muita responsabilidade política para que haja um nome consensual.

Face à especulação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria tutelando a candidatura de José Sarney (PMDB-AP), Tião Viana sustentou o entendimento de que o chefe do Executivo não se envolverá na sucessão do Senado.

- Eu acho que existe uma relação de amizade, de admiração mútua, entre o presidente Lula e o senador Sarney. O ex-presidente é um nome que reúne grandes referências na Casa, é um nome que tem muita credibilidade, muita respeitabilidade, e eu tenho certeza de que nós temos um grande número de senadores que gostariam que ele fosse presidente. Mas isso não quer dizer necessariamente que ele esteja tutelado pelo presidente Lula. O presidente da República me assegurou que não se envolveria no processo sucessório do Senado, que entendia que esse era um assunto restrito ao Senado e que deveria ter toda a condução pelo PMDB. O que eu acho que é absolutamente correto.

Na mesma entrevista, Tião Viana disse que, terça-feira (11), reunirá os líderes partidários para definir as regras da eleição, que se realizará quarta-feira (12). De acordo com o presidente interino, se os líderes lhe informarem que estão prontos para a eleição, ela se realizará no dia seguinte.

07/12/2007

Agência Senado


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