Tourinho: crise do gás não pode prejudicar taxistas



O senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) disse nesta quarta-feira (10) que os taxistas e outros pequenos empreendedores no mercado de Gás Natural Veicular (GNV) não podem ser os "bodes expiatórios" da crise de gás instaurada a partir das medidas adotadas pelo governo da Bolívia. O parlamentar baiano disse ter percebido movimentos do governo que indicam qual poderá ser a primeira vítima da estratégia de distribuição de custos de uma eventual insuficiência de gás.

Rodolpho Tourinho alertou que, à primeira vista, pode parecer uma solução lógica reduzir o consumo de gás. A imprensa, salientou, tem divulgado notícias em torno da possibilidade de aumento de impostos sobre o consumo desse combustível, de forma a desestimular a sua utilização, já que o Brasil tem gasolina em abundância e os veículos bi-combustíveis estariam livres do problema da falta de gás.

- Certamente não é um momento oportuno para se estimular grandes aumentos de consumo de GNV, mas daí a sacrificar e penalizar o segmento de gás veicular vai uma grande distância - disse o senador.

Ele explicou que o consumo de GNV no Brasil é da ordem de 5,6 milhões de metros cúbicos por dia - significativo, masnão tão grande assim, se for levado em conta que uma termelétrica como a de Camaçari consome 2,8 milhões de metros cúbicos por dia, se estiver operando plenamente suas cinco turbinas a gás.

O parlamentar do PFL lembrou que o consumo automotivo de gás envolve um amplo leque de investimentos e empregos. A frota de veículos, por exemplo, é de 1,2 milhão. Considerando um investimento médio de R$ 2,5 mil por veículo, o total investido chega a R$ 3 bilhões. Para abastecê-los foi montada, a um custo de R$ 1 bilhão, uma rede de 1,2 mil postos.

- É o momento de discutirmos o marco regulatório do gás, já que temos a possibilidade de receber investimentos estrangeiros, dada a situação na Venezuela e na Bolívia - defendeu Tourinho.



10/05/2006

Agência Senado


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