Transbrasil ganha prazo para voltar







Transbrasil ganha prazo para voltar
O Departamento de Aviação Civil (DAC) não vai retomar as linhas aéreas que a Transbrasil não opera há 30 dias. A partir deste prazo, que se completa hoje, uma portaria prevê que o órgão pode cassar a autorização de linhas não operadas por empresa aérea. O departamento decidiu aguardar, ao menos por algum tempo, a evolução da situação da empresa e está disposto a estudar uma saída para a companhia
Até ontem, a Varig e a TAM não haviam entrado, ainda, com um pedido formal junto ao DAC para começar a operar as rotas abandonadas pela Transbrasil. Mas já sinalizaram a disposição de usar algumas destas rotas. O presidente da Varig, Ozires Silva, disse ontem que a empresa tem um pedido antigo no Departamento de Aviação Civil (DAC) para operar novas linhas aéreas.


Mortos em rebelião chegam a 45
Um motim iniciado na madrugada de ontem na penitenciária Doutor José Mário Alves da Silva, conhecida como Urso Branco, em Porto Velho (RO), deixou 45 presos mortos. Os detentos controlaram a penitenciária até as 18h (horário de Brasília), quando a PM entrou no local. O presídio, com capacidade para 400 pessoas, abrigava 800. Os policiais dizem que o motim foi provocado por briga entre facções rivais.
Aproveitando a situação, houve tentativa de fuga. Ainda segundo a PM, os corpos dos mortos foram encontrados amontoados no pátio, com marcas de golpes de chuchos, armas artesanais feitas com barras de ferro. O diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Ângelo Roncalli, disse que a precariedade do sistema prisional do Estado preocupa o Governo Federal há quatro meses.
O governador em exercício, Miguel de Souza (PFL), reuniu-se com o superintendente de Assuntos Penitenciários, Abimael dos Santos, com o juiz da Vara de Execuções Penais, Arley Souza, e com o presidente da seccional da OAB, Hiram Marques, para definir como controlar a rebelião.


Morre seqüestrador da filha de Silvio Santos
Ministério Público investiga se causa da morte foi por parada cardíaca, envenenamento ou intoxicação .
Fernando Dutra Pinto, 22 anos, que seqüestrou Patrícia Abravanel, 24, matou dois investigadores, feriu um outro e manteve o pai de Patrícia, o apresentador Silvio Santos, na mira de uma arma automática durante cinco horas, morreu hoje, no trajeto entre o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 e o Hospital Municipal do Tatuapé, em São Paulo. A hipótese de assassinato por envenenamento é uma possibilidade que está sendo investigada.

"Meu filho era forte, estava bem de saúde, tinha apenas um resfriado. Sua morte tem de ser muito bem explicada", disse o pai, Antônio Sebastião Pinto. O seqüestrador, que estava no CDP desde 31 de agosto, tomava um remédio para bronquite – tinha crises desde os dez anos d eidade – e havia reclamado ao pai que desde sexta sentia dores no peito.
O pai e a advogada do preso, Maura Marques, acreditam que Dutra Pinto pode ter sido vítima de omissão de socorro. Polícia, Ministério Público e Poder Judiciário apuram, além da hipótese de envenenamento, a possibilidade de intoxicação por medicamentos, broncopneumonia ou parada cardiorrespiratória. Segundo o diretor do Instituto Médico-Legal (IML), José Jarjura Jorge, a causa da morte foi septicemia (infecção generalizada) e pneumonia.

"Vamos fazer uma série de exames para determinar o que provocou a septicemia", explicou Jarjura. "O corpo estava íntegro, sem lesões externas ou internas." Em 20 dias, o IML deve divulgar o resultado dos exames. As informações sobre intoxicação alimentar por carne de porco, que ele comeu no almoço de sábado, são contraditórias. Dutra teria passado mal, sendo internado na enfermaria da prisão.
O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, desmentiu essa informação da advogada mostrando o cardápio. Na segunda-feira, o seqüestrador foi levado para o Hospital do Tatuapé, ficando em observação por algumas horas. Na manhã de ontem, foi novamente transferido para o hospital, mas ele já chegou morto.


Menos acidentes nas rodovias no ano-novo
Levantamento feito das polícias rodoviárias federal e do DF aponta redução de 11%.

A menina Kelly Daiane, de dez anos, não pôde ver a queima de fogos, na passagem do ano novo. Ela foi atropelada debaixo da passarela que dá acesso ao Núcleo Bandeirante e não resistiu aos ferimentos. Kelly foi a única vítima fatal, segundo o levantamento da Polícia Rodoviária do Distrito Federal, realizado durante a Operação Boas Festas.
Ano passado, morreram quatro pessoas entre 28 de dezembro de 2000 e 1º de janeiro de 2001. Durante o ano de 2000, foram registrados 225 acidentes fatais nas rodovias do DF.

Até o mês de novembro do ano passado, esse número havia caído para 209, representando uma queda de aproximadamente 8% em relação ao ano anterior.
De acordo com dados divulgados por José Ricardo Rocha de Lima, comandante da Companhia de Polícia Rodoviária do DF, as rodovias mais perigosas, em 2001, foram DF-003 (24 mortes), DF-001 (22 mortes), DF-180 (15 mortes) e DF 290 (10 mortes). E os vilões da história são sempre os mesmos – excesso de velocidade, consumo exagerado de bebidas alcoólicas e imprudência nas ultrapassagens.

Ontem, a Polícia Rodoviária Federal também fez um balanço dos acidentes registrados nas estradas federais de todo o País. "Houve uma redução de 11% no número de acidentes," comemorou o inspetor Reinaldo Szydloski, coordenador de Controle Operacional da PRF.
Nos 600 quilômetros das rodovias federais do DF, de 28 de dezembro a 1º de janeiro foram registrados 33 acidentes, 22,22% a mais do que no mesmo período de 2000/2001. Outros dez aconteceram nas vias urbanas.
Estado de Minas é campeão
O campeão de acidentes foi Minas Gerais, com um total de 307. Mesmo assim, o estado ainda registrou 19,63% menos do que no mesmo período do ano passado. "Há que se levar em consideração que Minas tem a maior malha viária do País, com nove mil quilômetros de rodovias," explica o inspetor Szydloski, da Polícia Rodoviária Federal.

Este ano, durante as festas de final de ano, 12 milhões de veículos trafegaram pelas rodovias federais do País, um fluxo 10% a 12% maior do que no ano passado. A boa notícia é que houve menos acidentes e menos mortes, em números absolutos, do que nas festas do ano passado.
O balanço, segundo o inspetor da PRF, é positivo, embora esteja longe do ideal, enquanto houver vítimas fatais. Mais uma vez, o número de acidentes foi maior na BR-101, que vai do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, e BR-040, que liga o DF e os estados do Centro-Oeste ao Sudeste, passando por Minas Gerais.
Reinaldo Szydloski diz que como choveu muito nos últimos dias de 2001, esse fato contribuiu para aumentar a quantidade de acidentes, afirma ele.
Em todo o Brasil, aconteceram 1.800 acidentes no final do ano, entre 2000 e 2001. De 2001 para 2002 foram 1.594 acidentes, 11,44% a menos. No primeiro caso, foram 1.221 feridos contra 1.112, 8,93% a menos. Em 2001, 103 pessoas morreram, oito a menos do que em 2002.

O maior número de acidentes foi registrado na Bahia (111), 24 a mais do que em 2001. Goiás teve mais feridos (96) este ano, 45 a mais do que em 2001. Espírito Santo e Alagoas foram os campeões em número de morte. No segundo estado, foram dez mortes, sendo cinco na mesma família.
Os melhores resultados estão nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Amazonas e Roraima, sem nenhum óbito ano passado e na passagem de 2001 para 2002.


Artigos

Crianças ricas e pobres
Sylvio Guedes

Outro dia tive um sonho estranho, desses que costumam me acometer quando como demais à noite. Por uma razão que só os mistérios da d igestão podem explicar, vi-me transportado para um lugar miserável, uma invasão como as que sempre ouvimos falar nos jornais.
E lá estavam os barracos, coisas velhas espalhadas pelo barro, cachorros vira-latas perebentos passeando sem destino, esgoto correndo pelos cantos das vielas improvisadas, a poeira subindo e misturando ao cheio de gordura que saía das cozinhas equipadas com pequenos fogareiros.

E as pessoas, naturalmente. Muitas, incontáveis. Todas pobres, paupérrimas. Eu caminhava entre elas como se fizesse parte daquele ambiente. Só que, por estranho que possa parecer, era como se elas não me vissem. Passeava entre elas como um espectro, sem ser notado.
Aproximei-me de uma criança de uns seis anos, descalça, pés imundos, nariz escorrendo, tão jovem e já carregando no colo outro curumim ainda menor, talvez de meses, certamente um irmão menor a quem lhe coube pelo destino cuidar.
Afago a cabeça de cabelos muito crespos e muito escuros. É um choque! São duros, grudados. Em pleno sonho, o que é uma impossibilidade científica, sinto o cheiro acre da sujeira. Aquele menino não toma banho há dias. Vai ficar doente. Deve estar cheio de piolhos.
Ele é muito diferente das crianças com as quais convivo, os coleguinhas de colégio dos meus filhos. Diferente e, ao mesmo tempo, igual. Sua mãe teve outros rebentos, como ele, talvez por aí vendendo flores ou tomando conta de carros.

O menino não parece se importar se seu cabelo é duro ou não. Ele está feliz, dá muitas risadas, sentado na terra, irmãozinho no colo, divertindo-se com um caco que outrora foi um reluzente carrinho e entretia outra criança, em um apartamento do Plano Piloto.
Dentro do sonho, penso... Criança rica, criança pobre. Cabelo tratado a xampu e creme rinse, cabelo duro que não vê água há muito tempo. Lenços de papel, nariz escorrendo meleca. Babá uniformizada, bebê largado na poeira. O menino do creme rinse sonha ir à Disney e joga videogame. Seus pais querem férias regadas a vinho em Paris. O garoto da favela só sonha em poder um dia sonhar. Brinquedos, só se estiverem quebrados. Sua mãe, largada do pai que nunca conheceu, só quer um lote para montar um barraco. Qual a diferença? Qual o crime?
Antes que algum zeloso senhor da verdade me venha falar em legalidade e ilegalidade, acordo do sonho. O menino e seu cabelo duro desaparecem. Acho que, enfim, fiz a digestão.


Colunistas

Claudio Humberto

Para variar, culpa do governo
São Pedro não tem culpa das tragédias causadas pelas enchentes. A culpa é mesmo do governo: o programa orçamentário “Construção de Obras de Contenção de Enchentes”, do Ministério da Integração Nacional, viu em 2001 apenas 20,5% dos R$ 256.884.742,00 fixados no Orçamento. No final de 2001, só R$ 52,7 milhões haviam sido gastos. O deputado Agnelo Queiroz (PCdoB-DF) constatou a leviandade no Siafi, o Sistema de Administração Financeira do governo.

Para o Rio, nada
O Rio de Janeiro não viu um só vintém do programa para obras de contenção de enchentes, do Ministério da Integração Nacional. Se tivesse recebido os R$ 28,6 milhões previstos no Orçamento da União, certamente muitas vítimas teriam sido poupadas em Petrópolis.

À Paraíba, tudo
Só a Paraíba recebeu 100% dos R$ 10,9 milhões destinados pelo Orçamento para contenção de enchentes, em 2001, até porque precisava mesmo dos recursos. Por coincidência, é o Estado do ministro da Integração Nacional, senador Ney Suassuna, que gerencia o programa.

Wermus: fora da lei
O namorado de Marta Suplicy não está sujeito apenas a processo por falsidade ideológica (seu nome não é “Luis Favre”, mas Felipe Belisario Wermus). O Estatuto do Estrangeiro (artigo 107) o proíbe de se imiscuir em assuntos políticos no Brasil. Tem visto de turista, mas é “assessor internacional” do PT. Turista pendura máquina fotográfica no pescoço, e não crachá de militante, em recente encontro do partido em Olinda (PE).

Cala-te boca
Há uma semana o empresário Sílvio Santos teria sofrido uma nova tentativa de seqüestro, segundo circula nos meios policiais paulistas, mas o fato é negado por fontes do SBT.

Arquivo queimado
Não é verdade que a Polícia Civil paulista vai publicar nota de condolências pela morte de Fernando Dutra Pinto, seqüestrador de Patrícia Abravanel

SP às moscas
Como a chefe enforcou todos os dias úteis desde o Natal, o secretário de Finanças da Prefeitura de São Paulo, João Sayad, resolveu esticar. A exemplo de Marta Suplicy, só volta da França no próximo fim de semana.

FhC e os amigos
A Klabin Kimberly, que reduziu em dez metros o rolo de papel higiênico que fabrica, é também má pagadora: está inscrita no Cadin, cadastro de inadimplentes do governo federal. Os registros foram feitos pela Receita Federal, em setembro, e pelo Inmetro catarinense, em outubro de 2001. E pensar que FhC festejou o Natal numa fazenda do grupo Klabin...

Lula e os amigos
Lurian, filha de Lula, mora em Blumenau (SC) num apartamento cedido por Arlindo Franceschi, que, além de empreiteiro, renunciou ao mandato de vereador, em 1996, para não ser cassado. O prefeito petista Décio Lima, acusado de improbidade pelo Ministério Público, botou o amigo na confusão: “respeitem o Lula!”, grita aos interessados no escândalo.

Capitalização suspeita
Só sob pressão de um ministro e dois senadores, o presidente da Brasilcap, Paolo Zaghen (ele mesmo, ex-presidente do BB), decidiu apurar as possíveis irregularidades no sorteio de títulos de capitalização da Brasilcap, realizado aos sábados no Rio. A denúncia ocorreu dia 28 de novembro, e desde então os envolvidos vinham se fingindo de mortos.

Cadê a estrela?
Depois de tanta luta, a diretoria do Atlético Paranaense ainda não botou a estrela de campeão no escudo que enfeita a entrada principal da Arena da Baixada, seu estádio em Curitiba. Que coisa.

Meu sogro, meu tesouro
Andréa Brito Dias tirou zero no concurso para defensor público no Rio. Apelou ao pai, José Brito da Cunha, juiz de Brasília, que ameaçou pelo telefone o procurador-geral Marcelo Bustamante, alegando fraude e amizade com o governador Garotinho. Ela é mulher de Oscar Dias, defensor que foi aos jornais questionar a eleição na associação da categoria. Dias deve levar bomba no inquérito disciplinar já instaurado.

Propaganda enganosa
O empresário Eduardo Gribel e o presidente da Caixa de Assistência dos Funcionários da Cemig, José Domingos Furtado, fizeram valer o Código de Defesa do Consumidor no réveillon do Hotel Intercontinental, no Rio. No site do hotel a entrada custava R$ 140, mas tentaram cobrar R$ 300, por cabeça. Depois de um “barraco básico”, o hotel topou “reconsiderar”.

Deficiente segregado
No Aeroporto de Congonhas (SP), a TAM já não transporta deficientes em ônibus ou viaturas especiais, em dia de chuva. Na tarde de 29 de dezembro, passageiro do vôo 3944 carregou o filho, jovem deficiente, debaixo de chuva, até a aeronave. Carta do Centro de Informação de Pesquisa da Síndrome de Down foi ignorada até agora pelo presidente da TAM, Daniel Martin. A entidade vai processar a empresa.

Presidência-rodízio
O novo presidente da Argentina já pode ir se preparando para entrar rapidinho na História como Eduardo “Debalde”.

Correção e censura
Nos tempos sombrios da ditadura, João Clímaco D’Almeida era deputado pela Arena e Celso Barros pelo MDB. Eram amigos e vizinhos: moravam no mesmo prédio, em Brasília, e mantinham uma curiosa rotina: à noite, D’Almeida empurrava folhas de papel por debaixo da porta de Barros e, na manhã seguinte, o movimento se invertia. João Clímaco explicou:
– É que à noite eu deixo o meu discurso com o Celso para ele corrigir os erros de português. Pela manh ã ele deixa os dele, para que eu corte os trechos subversivos...


Editorial

Dois pesos, duas medidas

Alguns postos de gasolina estão desde ontem cobrando mais barato o litro da gasolina. O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, no ano passado, que o preço cairia cerca de 20% no dia 2 de janeiro, mas a queda deverá ser bem mais modesta, por volta de 10%. O problema, no entanto, não reside apenas nessa grande diferença entre a palavra do presidente e a realidade dos postos.

Quando os preços dos combustíveis aumentam, os donos de postos imediatamente fazem o reajuste, sem esperar o final do estoque antigo, mais barato. Quando os preços caem, como agora, esses mesmos proprietários afirmam que só vão diminuir o preço cobrado nas bombas quando o estoque antigo acabar.

Muito justo. O que não é justo é a existência de dois pesos e duas medidas para os consumidores. Seria bom que, daqui em diante, num provável aumento, os donos de postos também esperassem os estoques antigos acabarem antes de majorar os preços. Os consumidores merecem essa consideração.

Não se cobra aqui um controle do governo sobre os preços, já que eles estão liberados, mas uma maior consciência dos donos de postos, que precisam entender que a livre concorrência implica em respeito aos consumidores. Só assim o mercado poderá, efetivamente, ditar os preços. O que seria bom para todos.


Topo da página



01/03/2002


Artigos Relacionados


Bahia ganha novo prazo para contratar empréstimo com o BID

Rio Grande do Norte ganha mais prazo para tomar empréstimo

CPI do Tráfico de Pessoas ganha prazo adicional para apresentar relatório final

Comissão criada para modernizar o Código do Consumidor ganha mais prazo

Vídeo | Relator ganha mais prazo para buscar consenso sobre ICMS

ACM RECEBE PRESIDENTE DA TRANSBRASIL