Transição do Egito para democracia pode fortalecer relação com Brasil, prevê diplomata



A transição do Egito em direção a um regime democrático poderá representar uma boa oportunidade para o fortalecimento da relação bilateral entre aquele país e o Brasil. A previsão foi feita pelo ministro de primeira classe Marco Antonio Diniz Brandão, cuja indicação para o posto de embaixador brasileiro no Cairo recebeu, nesta quinta-feira (4) parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Segundo o diplomata, diversas correntes políticas que pretendem disputar as primeiras eleições após a queda do ex-presidente Hosni Mubarak têm manifestado interesse em maior aproximação com o Brasil. As eleições naquele país estão marcadas para novembro, nove meses depois da renúncia de Mubarak, como resultado de um amplo movimento político regional conhecido como Primavera Árabe.

- O que se percebe é que todos se manifestam por relações novas com o Brasil. Praticamente todas as correntes políticas gostariam de ter no Brasil um parceiro forte e confiável. Já houve manifestações de interesse por nossos programas sociais e pelo fortalecimento de nossos laços econômicos - disse Brandão, cuja indicação teve como relator o senador Clésio Andrade (PR-MG).

Ao comentar as observações feitas pelo diplomata, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) afirmou que o Brasil pode ser considerado um "interlocutor extraordinário no mundo árabe". Ele sugeriu ainda que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estenda ao norte da África o trabalho de cooperação que já desenvolve com países subsaarianos.

Costa Rica

Na mesma reunião, a comissão aprovou parecer favorável à mensagem presidencial de indicação da ministra de primeira classe Maria Dulce Silva Barros como embaixadora do Brasil na Costa Rica. O relator da mensagem foi o senador Paulo Bauer (PSDB-SC).

Em sua exposição aos senadores, Dulce destacou a tradição democrática e a estabilidade social e política da Costa Rica. Considerou "exemplar" a relação daquele país com o Brasil e disse haver espaço para aumentar a cooperação bilateral na área de meio ambiente, que é uma prioridade dos dois países.

- Eles têm interesse na área de biocombustíveis - informou a diplomata.

O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) observou que a Costa Rica tem um elevado Produto Interno Bruto (PIB) per capita para os padrões regionais, estimado em US$ 11 mil, e abastece a indústria brasileira com componentes eletrônicos fabricados ali. Em sua opinião, isto se deve à "forte base educacional" daquele país. No mesmo sentido, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o Brasil precisa descobrir como um país pequeno como a Costa Rica foi capaz de realizar uma "revolução educacional" capaz de atrair empresas de alta tecnologia.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



04/08/2011

Agência Senado


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