Transportes: EMTU-SP apresenta projeto de ônibus a hidrogênio
Primeiro protótipo com emissão zero de poluentes fica pronto em 2007 e entrará em operação em 2008
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU-SP) e o Ministério de Minas e Energia lançaram nesta terça-feira, dia 14, em São Bernardo do Campo, o Projeto Ônibus Brasileiro a Hidrogênio, uma parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Global Environment Facility (GEF) e Financiadora de Estudos e Projetos ( FINEP). Esta tecnologia, que garante a emissão zero de poluentes na atmosfera, tem o fim de desenvolver uma solução mais limpa para o transporte público urbano no Brasil.
O lançamento do Projeto Ônibus Brasileiro a Hidrogênio coloca hoje o país em uma posição de destaque no mundo com a aprovação do modelo apresentado ao PNUD e ao GEF para a produção de um veículo totalmente limpo projetado por técnicos altamente competentes.
EMTU-SP coordenadora do projeto
A EMTU-SP é a empresa coordenadora nacional do projeto e sempre manteve a política de minimizar o impacto do transporte coletivo no meio ambiente com o desenvolvimento de estudos de diversas alternativas energéticas como os testes com o etanol, ônibus a gás natural, ônibus híbrido e agora o hidrogênio.
Na garagem da Concessionária Metra, em São Bernardo do Campo, com o apoio técnico da Petrobrás, será instalado o equipamento para a produção do hidrogênio, por meio de eletrolisadores da água que têm a função de separar as móleculas de oxigênio e hidrogênio. A primeira será liberada para atmosfera e o hidrogênio compactado para abastecer o ônibus. Este combustível é totalmente limpo, pois libera vapor d´água.
O primeiro ônibus movido a célula de combustível a hidrogênio terá 12 metros de comprimento, três portas, capacidade para 90 passageiros, ar-condicionado e piso baixo para maior conforto e segurança aos passageiros. Terá tração elétrica híbrida (célula mais bateria) e autonomia de 300 km.
Testes
Estão previstos para serem testados no Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara até cinco ônibus movidos a célula de combustível a hidrogênio. O primeiro, que será fabricado em Caxias do Sul, será entregue em 2007 e seu desempenho será acompanhado ao longo de 2008, período em que serão fabricadas as outras unidades. O Corredor Metropolitano é o sistema ideal para este tipo de experimento, pois trata-se de local de alta concentração de emissões, dependendo da tecnologia a ser utilizada; além da possibilidade de desenvolver velocidade média de 25 km/h que favorece atingir rapidamente a quilometragem que permite avaliar de forma mais aproximada o desempenho do ônibus.
Durante os dez anos em que o projeto, avaliado em US$ 16 milhões, esteve em discussão, a estratégia adotada foi reunir empresas plenamente capacitadas para formar o Convênio e desenvolver o protótipo e garantir ainda a participação de empresas brasileiras no projeto para assegurar que a fabricação do veículo fosse no país. Em maio de 2006 foi assinado o contrato de fornecimento do primeiro ônibus e toda a infra-estrutura necessária para operá-lo a partir de 2007. As empresas são as seguintes:
AES ELETROPAULO – responsável pela especificação da subestação, conexão, qualidade e disponibilidade de energia
BALLARD POWER SYSTEMS – design, desenvolvimento fabricação da célula a combustível
EPRI - gerenciamento do projeto e líder do Consórcio
HIDROGENICS – fabricante do eletrolisador e equipamentos da estação de abastecimento do hidrogênio
MARCOPOLO – fabricante da carroçaria e seus componentes
NUCELLSYS – desenvolvimento, fabricação e engenharia de aplicação dos sistemas de célula a combustível
PETROBRAS DISTRIBUIDORA - integradora e operadora da estação de abastecimento de hidrogênio
TUTTOTRASPORTI - integradora do ônibus completo e fabricante dos chassis
O projeto brasileiro foi escolhido pelo PNUD/GEF por conta de vários aspectos importantes:
Os econômicos consideraram que o Brasil é uma economia emergente; os ônibus possuem papel importante no transporte urbano brasileiro; o país é o maior mercado mundial de ônibus; é também o maior produtor de ônibus (19 mil/ano); e a frota de ônibus da Região Metropolitana de São Paulo é a maior concentração do mundo.
Em relação aos aspectos ambientais, levou-se em conta que São Paulo tem um dos maiores problemas de poluição do mundo; os veículos motorizados são responsáveis por 90% das emissões de poluentes na atmosfera; a maioria dos ônibus é com motores a diesel com alta pressão de Nox e particulados; e o Brasil é líder na redução de gases de efeito
11/15/2006
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