Trechos da coletiva do governador Mário Covas após lançamento da Fenasoft 2000

Parte III

Parte III Repórter – Governador, a Folha de São Paulo publicou que o Governo do Estado... Covas - Amanhã eu te dou isso escrito e você lê na tua rádio tudinho. Mas você tem que prometer que vai ler, senão é um trabalho danado para fazer e depois não dá em nada. Repórter – Mas, o senhor vai processar a Folha? Covas - Não, não. A gente quer processar a Isto É. Repórter – Por quê? Covas - Porque a Isto É bota que as coisas do Eduardo Jorge envolvem Covas. Que envolve Covas. Primeiro não sei nem se o Eduardo Jorge tem alguma coisa. Em segundo, se tiver, em que me envolve? Aí sai com uma longa história a respeito da Cosesp e encontrou um monte de falhas. Imagina que a Cosesp fechou uma agência lá em Brasília, até porque ela deixou de fazer seguro de automóvel que dava um baita prejuízo, e transferiu para outra empresa. Consultou as quatro maiores empresas, a moça (repórter) bem que catou. Ela até procurou bastante, mas, não achou nada. Ela fala em nepotismo, mas não encontrou nenhum parente meu. Nem lá, nem em lugar nenhum. Nem nenhum de vocês nunca encontraram nada. Nem hoje, nem nunca. Olha, eu já fui governador duas vezes, prefeito da Capital, senador, deputado federal por duas legislaturas e não tem um parente meu funcionário em lugar algum. Repórter – Mas tem parente de alguns deputados do PSDB, não tem? Covas - Ah! Você está falando da Zulaiê? Repórter – Geraldo Alckmin também. Covas - Mas, e daí? Você queria que eu convidasse quem? O pessoal do PT? É o pessoal do PT que eu deveria por nos cargos. Ou é o pessoal do PSDB? Quem ganhou a eleição? Para cargo de confiança vai botar gente de partido adversário? De partido que hostiliza o Governo na rua, todos os dias? Que conversa é essa? Repórter – Isso vale também para o repasse de verbas, governador? Covas - Sobre o repasse de verbas me procura amanhã que eu dou. Repórter – Fala agora, governador? Covas - Não, eu não tenho os dados aqui. Eu sei dos números mas não tenho a relação agora, aqui. Olha, o teor da matéria eu nem li. Mas, se há um governo que não discrimina é esse. Eu tenho dito na rua que o Lula fez uma declaração, que saiu na Folha, escrito assim: “Lula critica os professores em greve”. Eu quando li a matéria até fiquei admirado. Aí, fui ver que a declaração tinha sido feita em Belo Horizonte e ele critica os professores de Minas e do Rio Grande do Sul porque disse que os professores têm que tratar os governos de Minas e do Rio Grande do Sul diferentemente dos governos de São Paulo e, aliás, que o de Santa Catarina também. Isso é que é discriminação. E como eu conto isso em todo o lugar que eu vou... Eu não perdôo mais. Querem guerra? Vamos ter guerra. Não tem problema. Eu não tenho rabo preso. Olha, a primeira vez em que eu fui eleito, tinha 32 anos. Ninguém aponta uma safadeza minha. Ninguém. Então, se é esse o terreno, estou aí para enfrentar quem quiser aparecer. Quem quiser vir, pode vir. Não tem problema. Por causa disso, sai o inverso: “Não, o discriminador é o Covas. Tanto assim que para os prefeitos do PT ele não dá, e para os outros dá”. Sabe qual foi a cidade em que o Estado mais investiu por unidade de habitantes? Franca, onde o prefeito é do PT. Repórter – Por que, então, governador? Covas - Eu não sei por quê. Não me pergunte. Eu não sou da Folha, eu não sou jornalista, eu não sou nada. Sou um mero governador. Eu não tenho o poder que os jornalistas têm, muito menos o que a imprensa tem. Sou um mero governador. E eu distribuo (as verbas) publicamente. Na frente de todo mundo. Quinhentos e trinta convênios assinados num dia só. Somando com os outros daquele mês dá quase mil e duzentos. Só naquele mês. Porque a lei não permite fazer depois. Eu dou isso desde o primeiro dia de Governo. Eu dou isso desde os primeiros dias dos governadores que estão no cargo. É só vocês me procurarem amanhã, quando o documento ficar pronto, para não ficarmos numa discussão estéril. Eles escrevem uma coisa e vocês vêm correndo atrás de mim para eu dar a resposta. Eu dou a resposta na hora em que eu quiser. Repórter – Os números dos repasses o senhor divulga amanhã? Covas - Se já estiverem prontos, divulgo amanhã. São R$ 14 bilhões de investimento no Interior. No Interior todo. Bom, mas se não quiser falar de Franca podemos falar de Santo André. Podemos falar do ABC inteiro. Telefona para do prefeito de Ribeirão Pires que não quer deixar ir para lá uma unidade da Febem mas que acabou de receber R$ 3 milhões para fazer uma obra que já terminou. Repórter – Mas, ninguém está contestando isso. Covas - Está contestando o que, então? Repórter – O fato de que a última liberação de recurso permitida pela Lei Eleitoral, d

07/24/2000

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