Trens da CPTM são alvo de vândalos
No primeiro bimestre do ano, houve 463 ocorrências, e os gastos com reparos ultrapassam R$ 614 mil
As composições da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) continuam sendo alvo de vândalos. Segundo relatório da empresa, no primeiro bimestre deste ano foram registrados 463 casos de vandalismo contra os trens nas seis linhas do sistema.
Houve 177 ocorrências na Linha B (Júlio Prestes – Itapevi), 122 na Linha E (Luz – Estudantes), 56 casos na Linha F (Brás – Calmon Viana), 42 na Linha D (Luz – Rio Grande da Serra), 36 na Linha A (Luz – Francisco Morato) e 30 na Linha C-Esmeralda (Osasco – Autódromo). Os gastos para os reparos foram superiores a R$ 614 mil.
As ocorrências variam. Os principais itens destruídos são portas, janelas, lacres de extintores de incêndio, intercomunicadores, luminárias e bancos.
Na Linha F, por exemplo, as ocorrências impressionam pelo fato de a frota – composta por 15 trens reformados entre 2007 e o início deste ano – apresentar sinais visíveis de depredação. Tanto as composições das séries 5.500, 4.400 e 1.400 (em operação desde o ano passado) como algumas que prestam serviço há pouco mais de um mês foram alvo dos vândalos.
Pedras – Há também os casos de pessoas que atiram pedras contra os vagões ao longo da linha férrea. Esse tipo de agressão coloca em risco a integridade física de usuários e de funcionários da CPTM.
Em 2007, a companhia registrou 3.222 casos de vandalismo contra suas composições. Para reparar os prejuízos foram investidos R$ 2,47 milhões. Os danos atingem principalmente os usuários, que, além de pagar por eles, sofrem com a retirada de trens de circulação por períodos que variam de horas a dias. Além disso, o dinheiro gasto nessas intervenções retarda a introdução de benfeitorias no sistema.
A CPTM investe em segurança, a fim de inibir os vândalos, reforçar o patrulhamento ostensivo e preventivo no interior das composições, organizar rondas 24 horas nos 257 quilômetros da malha férrea, além de blitze e operações especiais, com a participação das polícias militar e civil.
Ações sociais
Além do trabalho de segurança, a CPTM atua em outras frentes para combater o vandalismo. Entre as principais, destacam-se os programas direcionados a crianças, jovens e comunidades vizinhas à linha férrea
• Usuário do Amanhã – Iniciativa com o objetivo de despertar a cidadania por meio do uso correto do transporte ferroviário recebeu, desde 1987, mais de 140 mil crianças e adolescentes da Grande São Paulo. Os grupos participam de viagens de trem e visitas ao Centro de Controle Operacional (CCO), combinadas com passeios a pontos turísticos de São Paulo.
• Comunidade Participativa – O programa tem o intuito de aproximar a CPTM das comunidades vizinhas à ferrovia, despertá-las para o espírito de cidadania e conservação do patrimônio público, ouvir as suas demandas e estabelecer parcerias. É disseminado desde 2000 para todas regiões da Grande São Paulo nas quais passam os trens. Reúne usuários, líderes comunitários e representantes do poder público. As reuniões tratam do combate ao vandalismo, dos perigos de transpor as linhas em locais proibidos e das propostas de projetos culturais em estações, entre outros assuntos.
• Projeto Grafite – Trocar a pichação de trens, estações e muros pela arte do grafite é a proposta da CPTM para os jovens. O projeto mudou o visual de vários quilômetros de muros nos municípios de São Paulo, São Caetano, Santo André, Ferraz de Vasconcelos, Barueri, Jandira e Poá. A iniciativa é possível graças a parcerias com grafiteiros locais e o apoio de prefeituras, universidades, empresas e ONGs.
• Projeto Fala Aí Comunidade – Criado em fevereiro de 2007, é realizado mensalmente no Espaço Cultural CPTM, na Estação Brás, a fim de divulgar e valorizar as atividades desenvolvidas pelos moradores dos 22 municípios vizinhos à linha férrea. Selecionados por intermédio de associações e ONGs, os grupos têm a oportunidade de interagir na troca de informações
Onde reclamar
Denúncias sobre casos de vandalismo podem ser feitas, com a garantia da manutenção do anonimato, ao Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU), pelo telefone 0800 0550121 (ligação gratuita) ou diretamente aos funcionários da CPTM nas estações .
Da CPTM
03/26/2008
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