Um inferno espera no coração do Afeganistão



Um inferno espera no coração do Afeganistão Na Rodovia do Grande Entroncamento, a estrada pavimentada que liga a cidade paquistanesa de Peshawar a Cabul, no Afeganistão, cada vilarejo se converterá em foco de resistência e cada casa em reduto de franco-atiradores, transformando o terreno num inferno para os soldados americanos, prometem os membros das tribos afegãs. Nesse aguerrido reduto, informa o enviado especial Lourival Sant'Anna, os homens esfregam as mãos de contentamento. "Vamos achar bom se os americanos vierem, porque poderemos fazer a jihad com eles. Gostamos de lutar", garante Nerheder Afridi, de 75 anos. (pág. 1 e A10) * Ontem os Emirados Árabes Unidos anunciaram ter rompido relações com o governo afegão. Agora, apenas dois países continuam reconhecendo o Taleban: a Arábia Saudita e o Paquistão, apesar da exigência deste na entrega de Osama bin Laden aos EUA. (pág. 1 e A9) * O escritor nigeriano Wole Soyinka, Prêmio Nobel de Literatura, sempre advertiu para os perigos crescentes do fanatismo religioso. Ele diz compreender a raiva dos americanos depois do atentado. "Foi um crime contra a humanidade, uma tapa na cara do mundo. A resposta deve ser dada num contexto global, e não apenas americano". Soyinka sugere um julgamento em tribunal internacional. (pág. 1 e A13) * "Sabemos vagamente que o Islã está empenhando num esforço constante para apagar o cristianismo (bem como o judaísmo) na África. Conhecemos menos seus esforços selvagens para destruir as religiões autóctones da Ásia, como na Índia. A jihad é uma cruzada permanente. A expansão islâmica continua até hoje com um sistema de crenças e leis da Idade Média." (Paul Johnson) (pág. 1 e A16) * O papa João Paulo II chegou ontem ao Casaquistão, e o Vaticano recebeu garantias de que os Estados Unidos não realizarão nenhuma operação de retaliação contra o Afeganistão durante a visita de seis dias do pontífice a dois países da Ásia Central: a Armênia também está no roteiro. Esses dois países ficam muito próximos das fronteiras das eventuais operações militares americanas. Ao condenar com vigor, na semana passada, os atentados terroristas, e pedir moderação e clemência aos EUA em sua reação, o Papa havia deixado claro que não adiaria nem alteraria em nenhuma hipótese seu programa de viagem àquela região. (pág. 1 e A11) * Com a aproximação do dia 5, fim do prazo de filiação para as eleições de 2002, políticos de todas as legendas põem de lado ideologias e convicções e fazem ruidosa dança das cadeiras. De janeiro de 1999 até sexta-feira, 151 dos 513 deputados federais trocaram pelo menos uma vez de partido. Quase metade das trocas ocorreu este ano. (pág. 1 e A4) * Com o dólar a R$ 2,835, analistas ouvidos pelo "Estado" são unânimes em concluir que será difícil o País reverter a vulnerabilidade externa. Para eles, fortes desvalorizações do real deverão se repetir nos próximos 5 a 10 anos, se não houver uma ação enfática do Governo para reduzir a dependência de capital externo. Este ano o dólar já subiu 45,3%, bem perto dos 48% da máxi de janeiro de 1999. (pág. 1 e B1) * Pelo menos 180 chácaras foram assaltadas na região de Sorocaba, nas proximidades da Rodovia Castelo Branco, nos primeiros sete meses do ano. Em geral, os ladrões agiram encapuzados, em grupos bem armados e com violência. Um delegado adverte que os condomínios de luxo, outro alvo de assaltantes, não têm segurança total. (pág. 1, C1 a C3) Editorial "Pânico, a grande ameaça à economia" Sexta-feira foi um dia de pânico financeiro, com bolsas em queda no mundo, perplexidade geral e dólar negociado a preços recordes no Brasil. Se o pânico continuar, o mercado fará, por seu descontrole, o serviço que seria a glória de qualquer terrorista. (pág. 1 e A3) Topo da página

09/23/2001


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