Unesco pede atenção para militarização e polarização da nanotecnologia
Durante a abertura da Conferência Internacional sobre a aplicação de Nanotecnologia na Alimentação e Agricultura, que acontece até o dia 25 de junho em São Pedro (SP), o chefe do Setor de Ética, Ciência e Tecnologia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), John Crowley, apontou cinco desafios que cientistas deverão encontrar ao desenvolver pesquisas sobre nanotecnologia.
O primeiro é a preocupação com os efeitos tóxicos da aplicação da nanotecnologia tanto em seres humanos quanto no meio ambiente. Outro ponto é a escala ou tamanho em que serão desenvolvidas as pesquisas, que poderia dificultar a criação de equipamentos para realização de testes.
O terceiro desafio é relativo aos fenômenos físicos. Segundo Crowley, os fenômenos que ocorrem em pesquisas desenvolvidas à base de nanotecnologia são diferentes do que acontecem em outras áreas. Os dois últimos desafios levantados foram a militarização da ciência e a polarização do conhecimento.
De acordo com o chefe da Unesco, existe grande preocupação quanto ao uso da nanotecnologia na fabricação de armas militares, e dificilmente se
conseguiria identificar os efeitos ambientais dessa aplicação. Quanto à polarização, o receio é parte do mundo deter o conhecimento para desenvolver tecnologias à base de nanotecnologia em detrimento de outros, o que poderia agravar as condições dos países menos desenvolvidos.
A oficial de Nutrição da Divisão de Nutrição e de Defesa do Consumidor da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), Renata Clarke, disse acreditar no potencial das pesquisas desenvolvidas à base de nanotecnologia para ajudar a resolver problemas como por exemplo, a fome.
Esta é a primeira vez que especialistas de diversas partes do mundo estão discutindo os impactos da nanotecnologia em produtos envolvendo alimentos e agricultura. O evento é promovido pela Embrapa Instrumentação Agropecuária São Carlos (SP), Institutos de Estudos Avançados (IEA) da USP São Carlos e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a convite da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
Mais informações sobre o evento podem ser acessadas aqui.
Fonte:
Embrapa
23/06/2010 18:00
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