Rigotto luta para romper polarização ao governo
Rigotto luta para romper polarização ao governo
Feliz com o crescimento registrado nas últimas pesquisas de opinião, o candidato pela coligação União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), Germano Rigotto, comemora a aceitação dos gaúchos ao que denomina "uma nova alternativa para o Estado". Segundo ele, a população está percebendo que não existem somente dois candidatos ao Palácio Piratini.
Caso seja eleito, Rigotto se considera capaz de trabalhar como um grande articulador, não só da sociedade e de seus movimentos representativos, mas também dos governos municipal, estadual e federal em torno de projetos de interesse do Rio Grande do Sul.
Ele ainda avalia as candidaturas dos adversários no Estado e dos presidenciáveis, apresenta suas prioridades de administração, responde ao fato de ter sido parte integrante do governo Britto e garante que não fará privatizações.
Jornal do Comércio - Como avalia seu crescimento nas pesquisas?
Germano Rigotto - Com muita humildade. Não é pesquisa que vai balizar nosso trabalho, até porque pode ser manipulada, mas ela mede um determinado momento. O crescimento que sinto nas ruas é impressionante. Saio em Porto Alegre e sinto as pessoas se manifestando positivamente, querendo chegar perto de mim, conversar. Isso está acontecendo de forma incrível, e começou a partir do rádio e da televisão.
JC - Como analisa a propaganda eleitoral gratuita de rádio e TV?
Rigotto - Os meios de comunicação estão interpretando de forma equivocada a legislação eleitoral, que não foi feita para impedir as emissoras de ouvirem os candidatos. Em todos os outros estados, os candidatos a governador têm espaços fortes. No Rio Grande do Sul, ficamos sem espaços. Isso favoreceu a dois candidatos que participaram das últimas eleições. Eu não tinha concorrido a uma eleição majoritária no Estado, diferentemente dos outros. Outro detalhe: sou candidato há quatro meses; eles são candidatos há mais de dez meses. Quando assumi a candidatura, esperava ter espaço em rádio e televisão. No momento em que há esta operação abafa, as duas candidaturas muito bem estruturadas, com muito dinheiro, se saem melhor. Uma tem uma estrutura financeira forte e a outra conta com uma máquina administrativa pesada. E nós sem os espaços que poderíamos ter. Só começamos a mudar o jogo quando passamos a efetivamente mostrar que somos uma alternativa nova para o Rio Grande. Somos uma alternativa sem ódio, sem rancor, que procura entrar no meio das duas propostas: uma à esquerda e outra à direita. Nós entramos com uma proposta de centro-esquerda que mostra que o Rio Grande não tem apenas essas duas alternativas.
JC - É possível romper a polarização?
Rigotto - Já estamos mostrando que sim. O fato de, em pouco mais de uma semana, termos dobrado os índices nas pesquisas, se formos levar em conta, mostra a aceitação. Esse crescimento não pára. Vai ser gradativo, e vamos entrar no meio da bipolarização para chegar ao segundo turno. Vamos mostrar que representamos algo novo. Hoje, não é o momento de chimangos e maragatos. Dividir o Estado ao meio significa que quando um ganha, fica com a outra metade contra. A divisão existente em 1994, 1998 e que chega a 2002 não está criando o ambiente que poderíamos criar de atração de investimentos e geração de empregos. Tem gente que já perdeu a eleição quatro anos atrás, tendo no dia 14 de setembro 43% na pesquisa. Encaminhava-se para ganhar no primeiro turno e perdeu a eleição porque se isolou. Sua arrogância e prepotência fez com que nós tivéssemos um governo que não dialogou com a sociedade. E esse isolamento fez com que uma eleição que não podia se perder, fosse perdida.
JC - Como avalia o fato de ele ter sido governador do seu partido?
Rigotto - Isso é uma questão da pessoa. Não acreditávamos que pudéssemos perder a eleição. O projeto alternativo não tinha consistência. Mesmo assim perdemos, porque foi construído um belo castelo sem alicerce. Isso ocorreu pela forma arrogante, prepotente, pelo isolamento e pela falta de diálogo de quem governava. É culpa da forma como agia. Não aceitava sugestões, opiniões e nenhum tipo de crítica. Isso levou a uma derrota que custou um preço alto para o Estado, porque o atual governo assumiu, e assumiu em cima de promessas e compromissos que não estão sendo cumpridos.
JC - Aliás, qual sua análise sobre o governo Olívio?
Rigotto - Não sou eu que devo avaliar o governo Olívio. O próprio PT já o avaliou no momento em que não permitiu que ele fosse candidato a governador. O governo tem muitos problemas em função das promessas não cumpridas, dos compromissos assumidos que não se confirmaram em obras e realizações. Se o governo Olívio estivesse numa situação melhor, ele seria o candidato a governador. Mas o Tarso representa o mesmo projeto. Então, temos um candidato que se isola pela sua forma de ser, mudado exteriormente por um marqueteiro, já que não é possível mudar as pessoas interiormente. E temos outro candidato a governador que representa o projeto da exclusão de diversos setores, governando somente para aqueles que pensam igual. Não há mais possibilidade de termos isso no Estado. Queremos um Estado aonde não vamos vender o Banrisul, a Corsan ou a CEEE, que vão continuar estatais. Não vai haver privatização.
JC - Por que não haverá privatização se o PMDB era favorável a ela?
Rigotto - O PMDB não era favorável à privatização. Eu, por exemplo, achava que a privatização da telefonia deveria ter ocorrido, mas talvez de uma forma diferente, assim como a CEEE. Mas sempre fui contra a privatização do e do Meridional, que eu lutei tanto para ter. Banco estatal tem um papel que o privado não tem. O Banrisul tem que ser fortalecido. A Corsan trabalha com água e saneamento, por isso deve continuar controlada pelo Estado, que pode, no máximo, fazer um parceria com a iniciativa privada. Então, há privatizações e privatizações. Em determinadas áreas, o Estado não tinha recursos para investir. O pedaço da CEEE não tem que ser privatizado, até porque o Estado deve ter o mínimo de controle sobre a questão da energia.
JC - Qual sua proposta para o desenvolvimento do Estado?
Rigotto - Precisamos dar sustentação a um projeto de desenvolvimento que se baseie nas empresas que aqui estão, mas que atraia não só grandes empreendimentos, mas também pequenos e médios, com política de incentivo fiscal e com crédito, entrando na guerra fiscal. Enquanto a guerra fiscal não terminar, não posso ficar com os braços cruzados, vendo outros estados levarem investimentos e empregos com a oferta de incentivos. Não vou fazer isso. Nossa situação difere do governo anterior, que trouxe investimentos, mas se preocupou muito com as grandes empresas. O governo atual se preocupa muito com a matriz produtiva atual. Nós vamos, em cima da matriz produtiva local, trazer investimentos de todos os portes, mantendo uma política fiscal diferenciada para as regiões que menos se desenvolvem. Precisamos de um Fundopem regional para desenvolver essas regiões.
JC - E a sua avaliação do governo Antônio Britto?
Rigotto - Britto fez um governo que se preocupou muito, e acho importante, com a atração de grandes investimentos, mas não teve uma política mais forte para os pequenos e médios. Lembro que o setor coureiro-calçadista teve problemas muito sérios, e perdemos empresas para outros estados da Federação. Comparado com o atual governo, teve um saldo de desenvolvimento, de crescimento maior. Na administração de Britto, não houve preocupação em atrair pequenas e médias empresas, que significam emprego também.
JC - Quais suas principais prioridades de governo, caso seja eleito?
Rigotto - Acima de tudo, fazer um desenvolvimento harmônico, enfrentando as desigualdades. Vamos amparar as empresas que aqui estão, o que vai significar um Estado que arrecadará mais. Esse aumento de arrecadação vai garantir recursos para serem investidos em segurança, saúde e educação. Vamos despartidarizar as polícias e instrumentalizá-las, investir nos hospitais regionais, fortalecer o ensino médio profissionalizante e garantir aumento salarial para o magistério, dando o máximo de reajuste que as finanças do Estado permitirem. Tudo isso significa inclusão social. Estou procurando mostrar que há mais de duas alternativas para o Estado. Representamos algo novo dentro da realidade do Rio Grande, de não ter como aumentar o ICMS, não ter como endividar o Estado pela Lei de Responsabilidade Fiscal e não ter estatal que vai se vender. Precisamos de um governo que, além de ter projeto, deve ter a capacidade de liderar, de ser um grande articulador, especialmente com o governo federal, buscando o máximo de recursos que pudermos trazer, assim como junto aos organismos internacionais. Espero que o (José) Serra ganhe a eleição e, se isso ocorrer, não serei submisso ao governo federal. Terei um atitude forte. Se outro ganhar, não terei uma atitude de confronto com a União. Vai ser a mesma atitude de cobrança e parceria com os municípios e com o governo federal, de buscar os recursos que puder buscar. Precisamos de um governo que tenha capacidade de unir.
JC - Qual é sua avaliação da disputa entre José Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PPS)?
Rigotto - O candidato da nossa coligação à presidência, José Serra, arranca definitivamente para chegar ao
segundo turno e ganhar a eleição. O Ciro teve uma bolha de crescimento, pela exposição forte que ele teve em determinado momento, mas acredito que o Serra é um candidato mais consistente. Ouvindo o Serra, é possível perceber que ele é um homem com uma bagagem maior que a do Ciro. Ele tem melhores condições de unir e tem uma personalidade mais fácil no sentido da negociação. O Ciro possui uma personalidade muito mais difícil e demonstra no dia-a-dia. Isso está afastando pessoas de sua candidatura. Eu acredito que o Serra deve chegar no segundo turno e ganhar a eleição.
JC - Por que o senhor se recusa a ser chamado de "bom moço", conforme entrevista publicada no Jornal do
Comércio do dia 02 de setembro?
Rigotto - Da forma como foi colocado, me pareceu que tenho que agredir, que eu tenho que atacar para ganhar a eleição. Não vou olhar para trás e ficar discutindo o passado, dizendo que esse fez, aquele não fez e porque não fez. Vou olhar para a frente. Devo olhar para o potencial do nosso Estado, que outros estados não têm, e ajudar a criar um ambiente para que o Rio Grande do Sul recupere o espaço que perdeu no cenário nacional. Não deixo de ser firme nas minhas posições e não deixarei de mostrar a realidade e como mudá-la. Mas isso não significa baixar o nível da campanha, ficando na agressão pela agressão. Nossa candidatura dobrou o crescimento, o que mostra que estamos no caminho certo.
DMAE é apresentado como modelo na Rio + 10
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) foi citado na Conferência Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), encerrada na semana passada em Johannesburgo, na África do Sul, como exemplo de uma empresa pública com controle social na gestão dos serviços de saneamento. Durante a Cúpula da Água, paralela à programação da Rio + 10, o Dmae assinou convênios de cooperação tecnológica com a prefeitura da Recife (PE) e com as empresas Rand Water e Ungueni, as duas maiores companhias de saneamento da África do Sul.
A experiência do departamento na política de abastecimento de água e do tratamento de esgotos de Porto Alegre foi apresentada na Water Dome, um ciclo de debates promovido pelo Banco Mundial (Bird). "Nossa posição era antagônica aos interesses do Bird", salienta o diretor-geral do Dmae, Carlos Atílio Todeschini.
Segundo ele, o Banco Mundial queria consagrar a idéia de que a futura tendência para a gestão dos serviços de água passaria pela privatização. "Este seria um critério para a concessão de financiamento, pelo banco, para as grandes empresas", explica o diretor.
O trabalho do Dmae foi apresentado para cerca de 300 delegados, entre representantes de organizações não-governamentais (ongs) e do próprio Bird. Também participaram da comitiva gaúcha na Rio+10, o secretário estadual do Meio Ambiente, Cláudio Langone, e a titular da Smam, Arlete Fanti. "Demonstramos a viabilidade e a importância da administração pública no setor e a experiência vivida em Porto Alegre, o que gerou reconhecimento dos conferencistas", destaca Todeschini. No encerramento da cúpula, foi redigido um documento - assinado por representantes do Reino Unido, Brasil, Alemanha, Japão, Nova Zelândia e África do Sul - em que foi enfatizada a necessidade da democratização e da sustentabilidade nos serviços de saneamento. Em Porto Alegre, o Dmae investe em ampliação e melhoria dos serviços cerca de R$ 45 milhões por ano.
Recuperação do Arroio Cavalhada inclui a remoção de famílias
As 1.450 famílias que vivem em áreas de risco nas margens do Arroio Cavalhada, no bairro Cristal, e na Vila do Sargentos, no bairro Serraria, na Zona Sul de Porto Alegre, serão reassentadas em loteamentos de até 200 casas, com infra-estrutura. O assentamento será feito na própria região, em terrenos que ainda serão adquiridos.
O coordenador de projetos da Secretaria Extraordinária de Captação de Recursos (Secar), Cleandro Krause, explica que a remoção das famílias é necessária para conter os alagamentos que são freqüentes no local. No entanto, não há previsão para o início das obras e retirada das famílias. Os recursos para as obras dependem de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Segundo Krause, o objetivo é propiciar a recuperação do Arroio Cavalhada através de canalização para evitar a poluição que hoje é agravada pelos moradores, com a colocação de móveis, animais e lixo nas águas que acabam chegando até o Guaíba.
Dulcinéia Moraes, residente há 15 anos na Vila Cristal, espera que a promessa de mudança seja concretizada pela prefeitura. "A chegada da chuva é a maior preocupação dos moradores", afirma. Mesmo assim, ela ressalta seu desejo de permanecer morando na Zona Sul da Capital. A desempregada Antônia Celeste Soares, que há cerca de seis meses mora na região, espera fazer parte do cadastramento para conseguir uma casa nova. Ela diz ter medo quando o arroio fica cheio, devido ao lixo jogado nas águas.
Com a saída dos moradores das margens, o arroio será canalizado. Uma rua com dois quilômetros de extensão será aberta, e um parque será criado na área. As obras fazem parte da recuperação total do Guaíba, que prevê investimento de US$ 115 milhões, com recursos financiado pelo BNDES, com complementação do BID.
Exportações de fumo devem passar de US$ 1 bilhão
As exportações brasileiras de fumo devem passar de US$ 1,050 bilhão em 2002. O consumo estável do mercado interno, aliado à queda nas produções dos Estados Unidos e do Zimbábue são alguns dos fatores responsáveis pelo desempenho recorde do segmento nacional, que deve ser responsável pela exportação de 441 mil toneladas. "O Brasil vende ao exterior quase 80% da produção e é o maior exportador de fumo do mundo", destaca o presidente do Sindicato da Indústria do Fumo (Sindifumo), Cláudio Henn. Se confirmada, a receita será 9% superior a que foi atingida no ano passado, quando as vendas alcançaram US$ 963 milhões.
Em 2000, o valor chegou a US$ 857 milhões.
Do total da estimativa para a receita deste ano, cerca de US$ 950 milhões entrarão no saldo da balança comercial gaúcha, já que o fumo é o segundo item em e xportações do Rio Grande do Sul. "Embora responda pela metade da produção brasileira, o Estado detém o maior parque fabril do setor", ressalta Henn.
Segundo o dirigente, as vendas até o mês passado indicam que a receita vai ultrapassar a estimativa. Na balança comercial do agronegócio em agosto, o fumo respondeu por US$ 106,077 milhões, um crescimento de 17,7% sobre o mesmo período do ano anterior. O principal mercado comprador é o europeu. O produto, segundo o Ministério da Agricultura, ajudou a puxar o desempenho total do agronegócio, que exportou US$ 2,409 bilhões no mês passado.
Se por um lado o mercado doméstico de fumo está estável, por outro o consumo ilegal continua crescendo no Brasil. O presidente do Sindifumo reclama que de cada três cigarros consumidos no País, um é oriundo da produção ilegal. Dados da Receita Federal indicam que o prejuízo anual para o Brasil em impostos não recolhidos com essa produção chega a R$ 1,3 bilhão. "Além disso, 4 mil empregos deixam de ser gerados e 15 mil produtores são excluídos do setor", salienta Henn.
Queda no preço de outras culturas estimula a alternativa
Os três estados da Região Sul do País devem colher 697.660 toneladas de fumo plantados em 341.890 hectares na safra 2002/2003. No Rio Grande do Sul, onde a área deve chegar a 170.310 hectares, a colheita pode chegar a 360.340 toneladas. A produção total brasileira deve apresentar um incremento de 9,8% sobre a colheita 2001/2002, que alcançou 635.110 toneladas.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Hainsi Gralow, lembra que a alta nos preços do tabaco aliada à depressão nos valores de culturas paralelas, como o milho, interferiram na decisão sobre o cultivo do fumo. Os produtores, que receberam em 2001, R$ 2,50 e este ano, R$ 2,92 pelo quilo do fumo, aguardam um novo aumento para 2003. "Agora o milho está com bons preços, mas no momento de decidir sobre o plantio, a cotação da cultura não era favorável", observa.
A alta na colheita, entretanto, preocupa o presidente da Afubra, que teme que o Brasil não encontre mercados para absorver o volume produzido. "Os Estados Unidos e o Zimbábue diminuíram a produção, mas essa situação pode ser passageira. Não podemos contar com esse cenário para sempre", alerta Gralow.
Malan inicia encontros com banqueiros europeus
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, começa hoje, em Madri, na Espanha, mais uma série de encontros com autoridades financeiras européias com o objetivo de tentar garantir a manutenção das linhas de crédito para o País. A equipe econômica se dividiu em três grupos, que passarão esta semana em alguns pontos do mundo, tentando convencer os investidores de que a economia brasileira continua nos trilhos, e que a aversão generalizada a risco no mundo hoje - que atinge diretamente a disposição de conceder crédito ao Brasil - é
exagerada.
Além de Malan, estão na Europa o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e o secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia. O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, embaixador Marcos Caramuru, está no Japão. Fraga e Guardia estão na Suíça desde sábado, participando da reunião do Banco de Compensações Internacionais (BIS), e seguem esta semana para Frankfurt, na Alemanha, e Amsterdã, na Holanda.
As conversas com banqueiros e investidores terão como pano de fundo o acordo firmado entre o Brasil e o Fundo Monetário Internacional (FMI), que colocará à disposição do País US$ 30,4 bilhões ao longo dos próximos 15 meses, assegurando assim, em boa parte, as necessidades de financiamento externo do primeiro ano de mandato do novo presidente. O acordo foi formalmente aprovado pela diretoria do Fundo na sexta-feira, o que já garante o direito de saque de cerca de US$ 3 bilhões ao País.
As reuniões seguirão o formato utilizado por Fraga e Malan em um encontro realizado há duas semanas com banqueiros em Nova Iorque. Os representantes do governo brasileiro buscarão fazer uma apresentação detalhada da situação econômica atual, mostrando que os fundamentos continuam sólidos e que a dívida pública - uma das maiores preocupações dos credores - é plenamente administrável.
Malan e os demais membros da equipe econômica levarão para as reuniões um trunfo importante: o apoio formal dado pelos quatro principais candidatos às eleições presidenciais ao acordo com o FMI. Essa sinalização, obtida pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no mês passado, será utilizada para tentar convencer os investidores de que a transição política será tranqüila, não justificando, portanto, possíveis reduções nas operações de concessão de crédito ao País.
"A idéia é mostrar que as perspectivas são positivas e que, apesar das incertezas em relação à transição política, qualquer que seja o resultado das eleições os fundamentos econômicos não serão alterados", enfatizou uma fonte da equipe. A melhora significativa das contas externas brasileiras também será um dos argumentos a serem utilizados pelos membros da equipe econômica para convencer os banqueiros de que não há riscos de investir ou financiar o Brasil. O balanço de pagamentos sofreu um profundo ajuste nos últimos anos, em especial a partir de junho deste ano, por causa da forte alta do dólar.
Com a desvalorização do Real, o ajuste que vinha sendo feito de forma gradativa acabou sendo acelerado, o que já permite a alguns analistas apostarem que as contas externas brasileiras devem ter fechado agosto com saldo positivo. "O ajustamento das contas externas está ocorrendo mais rápido do que o previsto, porque a balança comercial está reagindo mais rápido também", salientou uma fonte do governo. O chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Altamir Lopes, estimou, no final do mês passado, que as transações correntes de agosto deveriam fechar com um saldo negativo de apenas US$ 150 milhões.
Possibilidade de conflito preocupa
A semana na qual o atentado terrorista contra os Estados Unidos completa um ano inicia com o temor de que a retaliação norte-americana contra o Iraque prejudique a economia gaúcha. Os efeitos ainda são imprevisíveis. "Em momentos de guerra, tudo pode acontecer, mas com certeza alguns setores serão beneficiados e outros prejudicados", afirma o economista da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Carlos Nelson dos Reis.
Para ele, o impacto mais rápido será em termos de fluxo externo de recursos. "Haverá uma retração no investimento externo, pois os grandes investidores estarão ainda menos dispostos a correr riscos", explica.
Assim, o Brasil terá mais dificuldade para atrair os US$ 18 bilhões necessários para fechar as contas externas este ano.
Outra preocupação é a possibilidade de aumento no preço internacional do petróleo. Apesar de a Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) garantir a produção nos atuais níveis e a flutuação dos valores do barril entre US$ 22 e US$ 28, ninguém sabe o que um conflito armado próximo às reservas do insumo pode ocasionar.
Não há perigo de faltar petróleo no Brasil, já que o País produz 80% dos 1,8 bilhão de barris que consome diariamente. O problema é que o preço é regulado pela cotação internacional, e sobe junto com a flutuação externa do insumo. "O setor de petroquímica nacional acaba afetado pelo aumento no preço da nafta", afirma a diretora executiva da MaxiQuim Assessoria de Mercado, Solange Stumpf.
Ela conta que toda a cadeia, desde a petroquímica até o plástico, será prejudicada. "O setor está com dificuldade de repassar aumento de custos para o mercado interno, que está desaquecido", argumenta. Solange explica que os compradores de embalagens, como o segmento de alimentação e o varejo em geral, não estão aceitando aumento de preços, já que estão com dificuldade de vender dada a retração no consumo interno.
A dificuldade de repassar custos, diz ela, vai diminuir ainda mais a rentabilidade da cadeia petroquímica, já prejudicada pela alta do dólar. "No fim, cada elo da cadeia é obrigado a absorver uma parte do aumento", observa a especialista.
Calçadistas temem retração norte-americana
Os calçadistas gaúchos também demonstram preocupação com o conflito. O principal efeito negativo deve ocorrer dentro dos Estados Unidos. "O consumidor norte-americano é muito conservador. Em situações de crise, eles se retraem e procuram gastar o mínimo possível", afirma o diretor da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein.
Como os Estados Unidos são os maiores consumidores dos calçados gaúchos, existe, segundo Klein, a possibilidade de as exportações para aquele mercado diminuírem nos próximos meses.
Outro impacto para o setor será relativo às vendas para o Oriente Médio. Klein lembra que duas semanas após o atentado de onze de setembro estava programada a participação dos calçadistas gaúchos em uma feira nos Emirados Árabes. "Não tivemos como chegar lá", recorda o dirigente.
Este evento vai se repetir no dia 24 de setembro. "Novamente está incerta a nossa participação. Temos espaço
reservado, mas não se sabe o que vai acontecer nesse meio tempo", afirma Klein.
Em 2001, o segmento de calçados do Estado exportou, para o Oriente Médio, US$ 10 milhões. Emirados Árabes, Israel e Arábia Saudita concentram a maior parte destas compras, com importações de US$ 3 milhões, US$ 2,9 milhões e US$ 2,6 milhões, respectivamente. Estes valores podem não se repetir este ano.
O cenário desfavorável levou a Abicalçados a reduzir a projeção de exportações para 2002. A estimativa
inicial era crescer dos US$ 1,6 bilhão de 2001 para US$ 1,8 bilhão este ano. "Esta meta não vai se concretizar, acho que vamos manter o mesmo nível de vendas do ano passado", arrisca Klein.
Produtores de alimentos não estão preocupados
A guerra pode beneficiar alguns setores do Rio Grande do Sul. "Caso alguns segmentos norte-americanos comecem a produzir especificamente para a guerra, como no caso das armas, o país pode passar a importar as mercadorias que estas empresas costumam fabricar. Por esse lado, o Brasil poderia ser beneficiado", afirma o economista da Pucrs, Carlos Nelson dos Reis.
Os produtores gaúchos de commodities não demonstram grandes preocupações. "Com ou sem guerra, o mundo nunca pára de comer", observa o diretor da Brasoja, Antônio Sartori. "Quem produz alimentos sabe
que a demanda é sempre crescente", complementa.
Sartori diz que o esperado é uma recuperação do preço das commodities com preços dolarizados. "Apesar de os valores atuais serem maiores do que os do ano passado e retrasado, ainda estão abaixo da média histórica", explica.
O que pode acontecer de negativo, segundo o especialista, é o aumento no preço do petróleo encarecer os fretes internacionais, mas esta possibilidade não chega a preocupar.
Artigos
De pé, levantemo-nos
João Mellão Neto
"Para ser patriota não basta ter orgulho da Pátria. Patriota, de fato, é aquele que vive e trabalha para que a Pátria, isso sim, tenha orgulho dele". Abraham Lincoln. Sábado, 7 de setembro, o Brasil comemorou 18 décadas de independência. Consolidar um balanço de 180 anos não é uma tarefa simples. Até metade do século 18, o Brasil, como um todo, era um país mais rico e desenvolvido do que as colônias do norte do continente. No início do século seguinte, os Estados Unidos - já independentes - tomaram a dianteira. Até ali, o que havia valido era a riqueza natural. E, nesse aspecto, não só o Brasil como também os vice-reinos do México, do Peru, de Nova Granada (Colômbia, Venezuela, etc.) e da Prata eram muito mais pujantes que a América anglo-saxônica. As grandes cidades latino-americanas eram maiores e mais bem estruturadas do que as suas irmãs do Norte. O arruamento, em forma de grade, era uma constante na América espanhola. Lima, Bogotá, Cidade do México, Caracas eram aglomerados populacionais urbanisticamente mais avançados do que os norte-americanos. Vila Rica, Salvador e Rio de Janeiro - no Brasil -, apesar do traçado caótico, já ostentavam prédios públicos e mansões de alvenaria sem similares na Nova Inglaterra. Prata, ouro e diamantes faziam toda a diferença. Os colonos do Norte suspiravam de inveja. Não havia nada disso por ali.
Curiosamente, o continente americano, como um todo, deve muito aos franceses pelo fato de se ter tornado independente. O exército continental de George Washington venceu os ingleses graças a uma ajuda decisiva da marinha e das tropas francesas. Tendo Napoleão conquistado a Península Ibérica, as colônias espanholas ficaram livres do jugo espanhol e, uma a uma, foram proclamando a sua independência.
No Brasil o processo foi mais sinuoso. Quando os soldados napoleônicos invadiram Portugal, dom João VI, com grande sabedoria - e a História não lhe fez justiça, mostrando-o como um imbecil -, salvou a coroa dos Braganças, transferindo a sede do reino para o lado de cá do Oceano Atlântico. O Brasil permaneceu unido - mesmo depois de independente - exclusivamente pelo fato de que por aqui havia um rei e uma coroa. A mesma sorte não tiveram os vice-reinos vizinhos, que, sem um referencial de integração, se esfarelaram em dezenas de nações. No dia 7 de setembro de 1822, o príncipe regente dom Pedro rompeu os laços com Portugal e proclamou a independência do Brasil. Começava aí a nossa história de quase dois séculos. Vale a pena assinalar que, àquela época, o Brasil não era uma nação pobre ou mesmo social e politicamente atrasada. Não havia mais ouro ou diamantes, é verdade, mas contávamos com uma razoável infra-estrutura - para a época - e nosso sistema político não ficava nada a dever ao das nações civilizadas. A renda per capita dos Estados Unidos, por exemplo, era apenas uns 30% maior do que a nossa. Mas as diferenças começaram a acentuar-se. A renda per capita dos Estados Unidos da América, hoje, é cerca de dez vezes maior que a brasileira. A que devemos tão substancial defasagem?
Os fatores, a bem dizer, são numerosos: religiosos, educacionais, políticos, culturais. Seguramente, não é um tema que possa ser esgotado num único livro. Ainda menos num único artigo. Mas há um aspecto nessa questão que ainda não foi suficientemente abordado: nós, simplesmente, fracassamos? Ou será que é justamente essa idéia de fracasso o que nos impede de vencer? Como erguer uma nação cuja opinião pública, há 18 décadas, vem acreditando que estamos vivendo "a pior crise da nossa história"? Como mobilizar um povo cujos próprios candidatos a presidente se lastreiam no conceito de que esta é uma nação fracassada? Eu me arrisco a afirmar que a nossa principal crise é de autoconfiança. O Brasil é tão inviável assim? Vejamos: à diferença da maior parte das nações, não há, por aqui, nenhum problema que não possa ser resolvido, impasse que não possa ser superado, litígio que não possa ser negociado. Não se justifica essa mania nacional que é o pessimismo. Somos a quinta maior nação do planeta. Possuímos a décima maior economia do mundo. Somos 170 milhões de brasileiros e, milagrosamente, estamos unidos pelo mesmo idioma. Não há entre nós conflitos étnicos, raciais, religiosos ou políticos suficientemente fortes para nos dividir ou levar a sociedade a se digladiar. Não temos terremotos, vulcões, desertos ou furacões. Nosso parque industrial é pujante e nossa agricultura é uma das maiores e com maior potencial de toda a Terra. Somos, sim, uma nação abençoada. Por que não nos damos conta disso?
Sábado foi o Dia da Pátria. Convém refletir sobre tudo isso. Talvez os nos sos problemas nos pareçam tão grandes simplesmente porque estamos de joelhos. Levantemo-nos.
Colunistas
ADÃO OLIVEIRA
Trânsito
Outro dia o Gil de Kurtz, da agência de propaganda Upper convidou-me para jantar em torno de Luiz Fernando Záchia. O vereador Záchia é candidato a deputado estadual.
Ele, como eu e as demais pessoas convidadas pelo Gil, temos uma grande preocupação com o trânsito de Porto Alegre.
Não é de agora que venho falando nisso. O trânsito da cidade é esculhambado e violento. Nele, ninguém respeita ninguém : O pedestre é atrevido e provocador e o motorista é irritado, e dirige perigosamente.
Záchia também assim e, sendo assim, a conversa não se desviou do assunto trânsito. Outros convidados, escolhido à dedos pelo Gil também são duros críticos do violento trânsito de Porto Alegre.
Ao fim de muita conversa chegou-se à conclusão de que a população de Porto Alegre precisa ser atingida por uma campanha de educação para o trânsito.
Não basta arrecadar, há que educar.
Eu até teria o dever de aguardar um pouco mais para criticar, Afinal, no Programa Band Gente da Rádio Bandeirantes, o prefeito Tarso Genro, disse-me que, depois de acabarem as grandes obras da terceira perimetral, ele se dedicaria em dar à cidade um trânsito digno de uma cidade civilizada.
Tarso deixou o cargo, antes de iniciar essa nova empreitada.
Portanto as críticas permanecem.
O Trânsito de Porto Alegre é desorganizado e violento!
Laranjal político
Cumpriu-se a profecia de dirigentes partidários de que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que vinculou as coligações estaduais à nacional transformaria o País em um imenso "laranjal político", forçando partidos a lançar falsos candidatos só para ocupar o tempo do horário eleitoral gratuito. A prova mais escancarada dessa nova situação é a propaganda política no Espírito Santo.
Lá, o tucano Paulo Ruy, candidato a governador pela coligação PSDB, PMDB e PPB, diz na propaganda:
"Vote no Paulo." Jamais pede votos para si. Laranja é um instrumento político difundido em todo País.
Tanto é assim, que situações semelhantes às do Espírito Santo ocorrem em praticamente todos os 26 Estados do País e ainda no Distrito Federal. E não causa espanto. Os dirigentes partidários, como os presidentes do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), e do PT, deputado José Dirceu (SP), fizeram a previsão do caos que se seguiria à decisão do TSE no mesmo dia em que o tribunal rejeitou recurso dos partidos contra a vinculação das alianças.
Há laranjas por todo lado. Fazem a campanha para terceiros tanto de candidatos a presidente da República, quanto a governador, a senador e até a deputado.
CARLOS BASTOS
TSE e Jobim são centro de polêmica
A intimidade do presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, tanto com o presidente Fernando Henrique, como com o candidato tucano José Serra, desde o início provocou uma polêmica, pois havia quem defendesse que ele deveria se considerar impedido para o cargo. As consequências são as constantes reclamações de facciosismo e parcialidade por parte do órgão superior da Justiça Eleitoral em diversos episódios. Começando pela verticalização das coligações, implantada menos de um ano antes do pleito, quando muitos entendem que a Constituição impede que se mude as regras do jogo. E depois a verticalização que foi defendida para disciplinar os partidos, quando houve interesse do governo de não prejudicar as coligações regionais, abriu-se a porteira, transformando-se a possibilidade de partidos que não tenham candidato a presidente de se coligarem com quem bem entenderem. Alegou-se uma coisa para baixar a verticalização, e esta segunda decisão foi em sentido inverso.
Diversas
Agora, a Frente Trabalhista partiu com violência inédita em críticas à posição do próprio Jobim e do TSE, pois só havia decisões que beneficiavam o candidato tucano José Serra. Entendeu-se como exagerado dar-se direito de resposta ao candidato do PSDB, por Ciro ter sustentado na abertura de seu programa que "acabou a baixaria".
Também há reclamações de que foram acatados todos os pedidos de efeito suspensivo por parte de José Serra e nenhum de Ciro Gomes. E o que entornou o caldo foram dois votos de minerva de Nelson Jobim em favor de Serra.
Acrescente-se a isto o surgimento de urnas falsas, principalmente em Brasília, todas elas direcionadas em favor de Serra e Roriz, candidato a governador do Distrito Federal, e registrando-se o pequeno empenho da Justiça Eleitoral em levantar o assunto.
Ficam, assim, de pé, várias acusações de parcialidade da Justiça Eleitoral, e o presidente Nelson Jobim diz que tem se limitado o TSE a examinar os autos e tomar decisões. E algumas delas foram muito criticadas como a manutenção da convenção do PMDB, que o presidente do TSE garantiu numa madrugada de Brasília, quando foi visitado por seus amigos Eliseu Padilha e Michel Temer.
No final de semana chegou a primeira decisão da Justiça Eleitoral beneficiando Ciro Gomes, depois da artilharia pesada que sofreu da Frente Trabalhista. Foi dado direito de resposta ao candidato do PPS por Serra tê-lo comparado a Collor.
Há vários juízes-substitutos atuando no TSE, e todos eles foram nomeados pelo presidente FHC, ou têm relações muito estreitas com ele, e todos seus votos beneficiam Serra e prejudicam Ciro, isto tem provocado muita reclamação dos dirigentes do PPS, tendo inclusive o senador Roberto Freire, presidente do partido, afirmado que o TSE passou a ser o TSDB.
Última
Comemoração do aniversário do ex-governador Alceu Collares no Gondoleiros foi prestigiado com a presença do candidato ao governo do PPS, Antônio Britto, e pelo presidente estadual do partido, deputado Nelson Proença. A esposa do senador José Fogaça estava lá panfleteando pela candidatura de seu marido e brindou o público interpretando a música de autoria de Fogaça, Porto Alegre é demais. Também participou da festa o candidato a deputado estadual pelo PPS, Valter Nagelstein.
FERNANDO ALBRECHT
Quem é, quem?
Não é qualquer pessoa que possa se orgulhar de ser reconhecida até de costas mesmo que não mostre a cabeça. Caso desta. Algumas dicas: é personagem importante do cenário nacional, fumava charutos que ganhava de amigos na altura do Caribe até há algum tempo, depois disse que deixou de fumar. Se ainda não deu para reconhecer quem é basta atentar para um detalhe anatômico na sua mão esquerda. E que é candidato.
Aí não tem erro.
Cidadão Zaffari
Por iniciativa do vereador Paulo Brum (PSDB), o empresário Marcelo Zaffari foi contemplado com o título de Cidadão de Porto Alegre. O trabalho de Marcelo por Porto Alegre é por demais conhecido. Zaffari é hoje sinônimo de qualidade.
Novo empreendimento
Uma das mais cobiçadas áreas do bairro Lindóia, que chegou até a ser cogitada por uma poderosa cadeia de supermercados do exterior, agora tem suas obras concluídas. A Beralv Empreendimentos Imobiliários acaba de finalizar as obras do Five Diamonds, loteamento de 6,5 hectares onde antes era área da Matarazzo. O espaço irá comportar nada menos do que 20 edifícios, em lotes de 1.800 m2.
Projeto da pirataria
O vereador Adeli Sell (PT) declarou que vai pressionar as bancadas da Câmara Municipal para votar um projeto de lei seu que ajuda a prefeitura combater a pirataria, na medida em que nada existe na legislação local que dê garantias aos fiscais da SMIC para apreender estes produtos sem a ajuda da Receita Federal. Prefeitura e Sindilojas apóiam a idéia de Adeli. Detalhe é que o projeto está na ordem do dia há mais de três medos. Quem tem medo dos piratas? Adeli não tem.
Friagem no forno
Amigo da página foi a loja no Shopping Praia de Belas e tentou pagar com dinheiro em notas de R$ 10,00 recém tirado de uma agência bancária. Para sua surpresa, a caixa acusou como falsa uma das notas.
Imediatamente, sem tocar no dinheiro voltou à agência do banco para relatar a situação vexatória em que se encontrava. Uma funcionária acompanhou o cliente à loja e constatou a friagem recém saída do forno. Ali mesmo fez o reembolso.
Alegria em Gramado
Gramado viveu um final de semana cheio de turistas e visitantes graças ao frio e ao anúncio que havia uma leve possibilidade de neve. Não nevou, mas o friozinho gostoso lotou tudo. O Hotel Serra Azul comemorou 85% de lotação. É verdade que não os 92% de julho mas assim mesmo uma boa média, ainda mais para setembro. Chama atenção o grande número de novas lojas e espaços gastronômicos da cidade.
O progresso
As comunidades ao longo da Rota do Sol estão vibrando com a promessa do Governo que as obras serão concluídas até o final do ano. O progresso chega com o asfalto, dizem. É sempre assim. Primeiro pedem o asfalto, depois o quebra-mola
Sessão Chatice
Um dos eternos missivistas da Internet, condinome Centelha, acertou uma bem no rim ao criticar os filmes do Cine Classic da TV a cabo. "Quem disse que filme antigo e preto e branco é clássico? 80% dos filmes que passam no Telecine 5 são porcaria hoje e foram na época do lançamento. Respeitem um pouco os otários que assinam", desabafa. É verdade. Só passa xaropada tipo Y love you. Onde estão aqueles filmes maravilhosos que já vimos no passado?
Demora na cobrança
A partir de agosto de 2001 o Município ajuizou milhares de execuções fiscais relativas a IPTU no Foro de Porto Alegre, todas concentradas na 6ª Vara da Fazenda Pública. Estas cartas-citação já estavam prontas para expedição em novembro/dezembro, mas só agora alguns dos devedores as estão recebendo. Enquanto não foi validamente citado o executado (o que se dá pelo recebimento da carta-citação), corre o prazo de prescrição de cinco anos.
Problemas da cidade
Vários problemas atormentam moradores do Bom Fim. Leitor queixa-se que festas em uma sociedade na rua Henrique Dias "Sexta passada o inferno foi protagonizado por alunos, flanelinhas e demais arruaceiros que brigaram e berraram, só parando com a chegada da Brigada. Os assaltos se estendem até a madrugada. Os incautos pagavam R$ 10,00 para estacionar mas tem seus carros arrombados e os rádios levados". Sem falar nos cocôs dos cães das dondocas, diz.
Atroz, muito atroz
Tudo bem que a gurizada use e abuse dos trocadilhos para dar nome aos seus conjuntos e grupos, mas alguns são de arrepiar. Um destes grupos de arte leva o nome de Ménage Atroz , e está com as malas prontas para se apresentar em Portugal. Ménage Atroz é atroz...
Fundação Iberê Camargo abre a exposição do próprio dia 12 ás 20H.
Gramado foi escolhida para sediar o Encontro Nacional Land Rover de 15 a 17 de novembro.
Mãe de Deus Center será apresentado dia 13 ao Fórum da Associação Nacional dos Hospitais Privados, São Paulo.
Aurora faturou sete medalhas no 3º Concurso Internacional de Vinhos da América Central, Panamá.
Biennial Congress Waitro marca os 60 anos da Cientec e vai até dia 11 na Fiergs com apoio do Senai RS.
Reitor Aloysio Bohnen, da Unisinos, fala no Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, Florianópolis, de 10 a 13.
Presidente do Sulpetro, Antonio Gregório Goidanich está em Caracas para discutir a liberalização dos mercados.
Escola de Educação Profissional em Manutenção Aeronatica Otto Ernst Meyer inaugura amanhã às 17h30min.
Editorial
EXPECTATIVAS DE DIREITOS E AS PROMESSAS ELEITORAIS
A campanha eleitoral se presta, novamente, para que sejam feitas promessas tão espetaculares quanto inócuas, impossíveis de serem cumpridas, embora todas meritórias. Diz-se que se mente mais na corrida presidencial do que em publicidade de pasta de dente. São quase uma dezena de milhões de empregos, outros milhões de moradias, mais queda dos juros e dos impostos, com verbas a fundo perdido e programas compensatórios. A
Agropecuária foi o setor mais consciente até o momento, pois na palestra dos presidenciáveis a análise foi cautelosa e os dirigentes da CNA disseram que, a rigor, não tinham ouvido nada de consistente, apesar das generalidades, como em vezes anteriores. É uma postura clara e, principalmente, correta. Até o momento são autênticas cartas de boas intenções anunciadas pelos candidatos. O que machuca os ouvidos não tem sido dito, como o fato de que o novo presidente e o novo governador do RS não têm muitas opções, muito menos verbas, salvo, em primeiro lugar, manter o ajuste das contas públicas. E isso se traduz em manter os atuais vencimentos, cortar despesas, combater a sonegação e muita parcimônia em novos investimentos. Como se observa, tudo muito antipático. No entanto, desde 1998 que este receituário tem ajudado a que o Brasil suporte, apesar de escoriações socioeconômicas e financeiras sofridas ao longo dos anos, a turbulência externa. Se não tivesse implantado um robusto superávit primário, aí sim estaríamos no pior dos mundos.
Hoje, há uma convicção entre os formadores de opinião, entidades classistas, segmentos esclarecidos do funcionalismo e dos empregados e empresários em geral de que a margem de manobra dos futuros governantes é exígua, se houver. Além do mais, todas as mudanças têm esbarrado nos famosos direitos adquiridos ou na expectativa de direito, esta última figura uma excrescência jurídica que impede ações de saneamento das contas oficiais, em todos os setores. Não se combate aqui o legítimo interesse de quem entra numa carreira pelas chances que ela lhe dá de crescimento pessoal, profissional, salarial e de ascendência. No entanto, não se pode imobilizar o serviço público por décadas em nome de algo que, no passado, foi possível conceder mas que, atualmente, é um fardo insuportável. As aposentadorias precoces, na faixa dos 40 anos, benefícios para filhas solteiras, pensões pagas na integralidade com a morte de um dos cônjuges e outras benesses dignas de uma Suíça são aplicadas aqui, onde a população pobre, desassistida, sem educação aumenta a cada ano, enquanto os que sustentam, via impostos, os programas sociais vêm diminuindo.
Portanto, há que estancar certos procedimentos na origem, a fim de que as demandas judiciais, depois, não entrem em conflito com a realidade financeira das prefeituras, dos Estados e da União. O melhor é acabar com direitos na origem, antes do ingresso nas carreiras.
No setor privado, a revisão anual dos dissídios tem conseguido equilibrar as demandas, mesmo que justas, com a capacidade de pagamento das empresas, evitando o pior dos salários que é o desemprego, ganho zero.
Há 15 anos que era sabido o caminho sem volta da insolvência da Previdência Social, com déficit de R$ 18 bilhões em 2002, assunto ignorado pelos presidenciáveis. Mas, de lá até esta data ampliaram-se os benefícios para quem jamais contribuiu, repartindo o bolo arrecadado por mais e mais aposentados e pensionistas, restando o que vê, pessoas ganhando menos, até que chegaremos ao nivelamento por baixo, todos percebendo o salário mínimo, injusto para quem contribuiu sobre o teto durante anos. Quando teremos um candidato que só prometa sangue, suor e lágrimas e, assim mesmo, seja eleito e, com firmeza, nos tire da dependência do FMI?
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09/09/2002
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