Unicamp: Universidade inaugura banco de sangue de cordão umbilical
Banco de sangue conta com mais de 180 mil cordões no momento
O Hemocentro da Unicamp inaugurou nesta quarta-feira, dia 6, o primeiro Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (Bscup) do interior de São Paulo, o RedeCorp. O projeto da Universidade, que teve apoio financeiro do Hospital Israelita "Albert Einstein" no valor de R$ 50 milhões e que envolve parceria com este hospital e com a USP, entra em operação com a missiva de atingir, com 'velocidade cruzeiro', 12 mil amostras em cinco anos de trabalho.
“Podemos ultrapassar até os 20 mil”, declarou o superintendente do Albert Einstein, Carlos Alberto Moreira-Filho, hoje no Hospital das Clínicas da Unicamp. “Este projeto parte da comunidade científica brasileira. Cerca de 1.700 pessoas têm indicação de transplantes de medula ao ano”, contou. Moreira-Filho ressaltou que o banco público é necessário e que o doador brasileiro é sobremodo altruísta. “A Unicamp merece todo nosso reconhecimento”, elogiou.
O banco de sangue internacional conta com mais de 180 mil cordões no momento. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) é o órgão que os centraliza. “Temos uma lista de doadores potenciais e, na prática, são cinco milhões de doadores cadastrados. A espera média para transplante de medula é de seis meses e de cordão cerca de 20 dias. A população brasileira é bastante variada geneticamente. Se todos fôssemos caucasianos, quatro mil cordões cobririam nossa população”, afirmou Moreira.
Durante a solenidade de inauguração, uma placa foi descerrada no segundo andar do HC pelos médicos Joice Aniquino Bizzachi, responsável pelo Hemocentro; Djalma de Carvalho, coordenador de administração do HC; Moreira-Filho, do Albert Einstein; Ângela Luzo, diretora do Serviço de Transfusão do Hemocentro; e Sara Saad, coordenadora associada do Hemocentro. O pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Paulo Eduardo Moreira Rodrigues da Silva, realçou a importância do projeto, salientando que mais uma vez o Hemocentro e a Faculdade de Ciências Médicas lideram um trabalho deste porte.
O RedeCorp pode captar, selecionar e armazenar cerca de 600 unidades ao ano nos hemocentros da Unicamp, Albert Einstein e USP-Ribeirão Preto. No Japão, 50% dos transplantes de medula já são feitos com as células extraídas do sangue do cordão umbilical. O banco de sangue de cordão umbilical tem, segundo a hemotologista Joice Aniquino, reconhecida importância assistencial e abre novas portas para pesquisas e projetos futuros, com estudos pré-clínicos já sendo efetuados.
A proposta da instalação do Bscup é atender uma parcela cada vez maior da população. Os investimentos do Albert Einstein em equipamentos foram da ordem de R$ 1,4 milhão, para os novos laboratórios de manipulação e cultura celular, e de criogenia, todos localizados no HC.
As coletas de sangue de cordão umbilical serão realizadas em hospitais-maternidades, a princípio no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism
12/06/2006
Artigos Relacionados
Novo banco de sangue de cordão umbilical é lançado em Brasília
Assembléia se integra à implantação do Banco de Sangue do Cordão Umbilical
Rede Brasileira de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical vai ganhar novas unidades
Brasil terá quatro novas unidades de coleta de sangue de cordão umbilical
Brasil armazena cerca de 45 mil unidades de sangue de cordão umbilical, segundo Anvisa
Mulheres terão informações sobre benefícios da doação de sangue do cordão umbilical