Universidade eletrônica pode ser alternativa à UERGS



"Não adianta criar uma Universidade Estadual se não houver o envolvimento da comunidade. Ela será um fracasso". O alerta é do reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Roberto Mehry. Ele ressalta que uma Universidade Pública não é um projeto de governo, é um anseio do povo, da comunidade, inclusive para sanar as dificuldades financeiras. Segundo Mehry, as universidades estaduais do Paraná não recebem do governo do Estado recursos para custeio há quatro anos., sendo obrigadas a encontrar novas alternativas. Uma delas é a Universidade Eletrônica. Desde julho, os paranaenses estão convivendo com esta nova realidade O projeto, que funciona em três turnos, atingindo 2700 alunos de 15 municípios, foi desenvolvido em sistema de parceria com o governo do Estado, prefeituras, uma fundação de direito privado, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UPG). Essa foi a principal inovação apresentada por Mehry aos parlamentares da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa do RS. " Este é o sistema mais democrático para o ensino de 3º grau, pois garante a democratização do acesso e a interiorização do ensino superior", observa Mehry. Conforme explica o reitor da UPG, as principais vantagens da Universidade Eletrônica são o atendimento das demandas regionais, a redução dos custos para a manutenção dos cursos, já que não exige a ampliação do quadro docente, e ainda, atende os filhos da região que não precisam deixar seus municípios para freqüentar a universidade. Isto só é possível graças a parceria firmada, onde o governo assegura transmissão do sinal, a Universidade Eletrônica fornece toda a tecnologia e estrutura funcional, a prefeitura monta e sustenta toda a infra-estrutura física e de equipamentos e a universidade controla todo o processo pedagógico. Para o vice-presidente da Comissão, deputado Edson Portilho (PT), a experiência apresentada é extremamente importante porque permite o atendimento dos cursos demandados pela comunidade. Segundo Portilho, a Universidade eletrônica é uma experiência extremamente desafiante frente a concepção histórica da educação em nosso país. "É extremamente positiva", conclui o deputado. A deputada Iara Wortmann (PMDB) ficou entusiasmada com o projeto porque possibilita em um curto espaço de tempo (26 meses) atender uma demanda de até 35 mil alunos e com uma redução substancial dos custos. Ela lembra, no entanto, que as experiências parananenses só estão obtendo êxito porque existe o engajamento da comunidade. 'Nós constatamos que a comunidade se envolve até na busca de recursos para garantir a manutenção dos cursos", observa Iara. Ou seja, se queremos que o projeto de criação da Uergs seja vencedor, precisamos ampliar a discussao, definir regras, a filosofia e o objetivo principal conhecer se este é mesmo o desejo dos gaúchos, pondera Iara. Hoje, a Comissão visita a Unesps (Universidade Estadual de São Paulo) e a USP.

03/28/2001


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