Uso complementar de energias alternativas é defendido em audiência pública
Ao falar durante a audiência pública sobre fontes alternativas de energia, realizada em conjunto pelas Comissões de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Serviços de Infra-Estrutura (CI), o senador Delcídio Amaral (PT-MS) manifestou seu entusiasmo em relação à energia eólica, especialmente tendo em vista o caráter de sazonalidade hidráulica e eólica que existe no Nordeste brasileiro. Assim, as duas fontes de energia se complementariam.
Mesmo assim, ele manifestou sua preferência pelas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), ou seja, usinas de 10 a 15 megawatts, por entender que representam uma solução setorial importante para algumas regiões do país, pródigas em rios de pequeno porte. Segundo Delcídio, no prazo de um ano, uma PCH pode estar operacional, sem causar grandes problemas de meio ambiente.
Ele manifestou sua apreensão em relação à tecnologia de aproveitamento do biodiesel porque, em muitas zonas rurais, os produtores não sabem como adotar a correta tecnologia de produção de biodiesel a partir de cana de açúcar, buriti, mamona, babaçu, palma e outras fontes, como resíduos de óleos comestíveis e industrial. Para Delcídio, esse desconhecimento pode representar um problema na utilização do produto em motores.
A diretora-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abee), Ivonice Campos, afirmou que as várias opções energéticas não são excludentes. Um país grande com o Brasil deve se valer de todas as formas de energia para obter seu desenvolvimento, aproveitando todas as suas potencialidades. Para ela, não se trata de escolher entre a energia eólica e as CPHs, mas sim utilizar as duas, bem como o gás natural e a energia proveniente do lixo das cidades, entre outras fontes de energia.
O coordenador-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Manoel Polycarpo de Castro Neto, concordou com a necessidade da tecnologia de fabricação do biodiesel ser uniforme ou, pelo menos, se valer de alguns parâmetros básicos. Do contrário, os resultados do uso de um óleo vegetal inadequado podem ser catastróficos, alertou.
Ele disse que, para ser reconhecido como biodiesel, o produto precisa ter o selo de qualidade expedido pela ANP, e aconselhou o consumidor a exigi-lo.
Manoel Policarpo disse que, no Brasil a área de produção do biodiesel pode invadir o cerrado e incluir as áreas degradadas da Amazônia, de forma a não prejudicar a produção de alimentos. Ele disse que o desafio inicial de produzir biodiesel para adicionar 2% do produto ao diesel já está atendido, gerando uma economia de US$ 160 milhões por ano.
Ao encerrar a audiência, o presidente da CMA, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), lembrou a realização de uma segunda audiência pública, nessa quarta-feira (18), a partir das 10h, sobre energia alternativa. A audiência se realizará em conjunto com a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), para tratar dos problemas relacionados à produção e exportação do álcool, etanol e biodiesel.17/04/2007
Agência Senado
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