Vacinação contra aftosa provoca debate político



A demora na vacinação do rebanho bovino gaúcho contra a febre aftosa ensejou um debate político forte, envolvendo o deputado Dionilso Marcon (PT) e deputados da oposição, principalmente do PPB. O deputado petista cobrou das lideranças do PPB que “mais de 30% do rebanho gaúcho ainda não foi vacinado”, porque o ministro Pratini de Moraes não estaria cumprindo o compromisso assumido com os agricultores gaúchos. Acusou, também, o ministro de executar uma política que contraria os interesses dos produtores rurais, citando entre os prejudicados os produtores de arroz, leite e trigo. Identificou Pratini com “a panela do presidente Fernando Henrique Cardoso”, a quem qualificou de fazer um “governo podre, corrupto e ladrão”, referindo-se ao episódio da CPI da corrupção que foi abortada no Congresso. Os deputados Vilson Covatti, líder da bancada, Frederico Antunes, presidente da Comissão de Agricultura e Marco Peixoto, todos do PPB, defenderam as políticas adotadas por Pratini no Ministério da Agricultura, e rechaçaram as acusações de Marcon. Marco Peixoto solicitou cópia do pronunciamento do deputado petista, que considerou “irresponsável”, dizendo que levará ao conhecimento do ministro. Lembrou que enquanto o parlamentar petista faz esse tipo de acusação “leviana e covarde”, o governador Zeca do PT, do Mato Grosso do Sul, considera Pratini de Moraes “o homem certo no lugar certo”, conforme recente notícia veiculada pela imprensa. Frederico Antunes disse que “a triste página da aftosa está sendo virada no Rio Grande do Sul”, graças às iniciativas da Comissão de Agricultura, que trouxe para a mesa de negociações o ministro, o Secretário da Agricultura do Estado e os produtores. A partir do que foi criado para enfrentar o problema da aftosa, disse que “nenhum agente político do Estado pode obter proveito político em cima dessa situação”. Vilson Covatti disse que o ministro “não vacilou em atender ao chamado dos pecuaristas, enquanto o governo do Estado “se omite em parcipar com as agulhas da vacinação”. O líder do PSDB, deputado Jorge Gobbi, também rebateu o discurso de Marcon e anunciou que pediu cópia do pronunciamento, “para que possamos buscar providências, pois não admitimos, em hipótese nenhuma esse tipo de postura, porque não agimos assim e exigimos respeito de parte dos deputados.”

06/05/2001


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