Valadares critica Tratado de Imigração da União Européia
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) criticou em Plenário, nesta quinta-feira (26), o Tratado de Imigração da União Européia. O texto - aprovado em 18 de junho na sede do Parlamento Europeu, localizado em Estrasburgo, na França - estabelece novas normas para expulsar imigrantes irregulares do bloco europeu e dificultar sua entrada no continente. O tratado estabelece que imigrantes nesta situação que não regressarem a seus países, voluntariamente, em até 30 dias poderão ser detidos por até 18 meses.
Valadares considerou inaceitável a nova diretriz européia, sobretudo no tocante a sua aplicação à América Latina. Conforme lembrou, a região foi destino, durante a Segunda Guerra Mundial, de dezenas de milhões de europeus que fugiam de seus países para escapar da fome, das crises financeiras, das guerras ou dos regimes totalitários.
- Eles [os europeus] sempre foram bem-vindos e continuam sendo. Nós absorvemos, naquela época, a miséria econômica européia e suas crises políticas. Eles exploraram riquezas e as transferiram para a Europa, inclusive, com um altíssimo custo para as populações originais da América- comentou.
O parlamentar rebateu argumento utilizado pelos europeus de que os imigrantes enviariam "fábulas de dinheiro" para seus países de origem. Segundo ele, as quantias transferidas por imigrantes - de US$ 68 bilhões para a América Latina, por exemplo, em 2006 - não configurariam "fuga de recursos", mas teriam grande importância para o desenvolvimento dos países pobres.
Em aparte, o senador Marco Maciel (DEM-PE) lamentou o fato de importantes valores legados pelos europeus à civilização ocidental, tais como a liberdade, a paz, a convivência pacífica e a solidariedade, estarem sendo desprezados no continente de origem. Ele também chamou a atenção para a necessidade de os líderes europeus reverem sua posição, sobretudo em razão de a União Européia servir como paradigma para outras regiões do mundo, "inclusive a América do Sul, a América Meridional, que busca consolidar a sua união através do Mercado Comum do Sul (Mercosul)".
26/06/2008
Agência Senado
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