Valadares pede ao Ministério da Saúde esclarecimentos sobre a qualidade da insulina produzida no Brasil
Ao discursar nesta quarta-feira (6), o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) pediu ao Ministério da Saúde explicações sobre denúncias de que a insulina produzida no Brasil (em parceria com a Ucrânia) não seria adequada para o tratamento dos diabéticos. O senador explicou que a Federação Nacional de Associações e Entidades de Diabetes (Fenad) e a Rede Nacional de Pessoas com Diabetes (RNPD) levantaram dúvidas acerca do prazo de validade e da qualidade da insulina produzida pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (mais conhecido como Farmanguinhos), entidade ligada à Fundação Osvaldo Cruz.
- É imprescindível que o Ministério da Saúde seja transparente sobre o acompanhamento dos efeitos da nova insulina produzida no Brasil e definitivamente dê esclarecimentos sobre a qualidade da insulina produzida em nosso país por meio do contrato de transferência de tecnologia com a Ucrânia - disse.
O senador informou que a parceria entre Brasil e Ucrânia inclui a compra, por parte do Brasil, da tecnologia de produção da chamada insulina NPH, medicamento de longa duração para diabéticos. É por meio dessa tecnologia que a Farmanguinhos produz insulina no Brasil, representando cerca de 30% das compras do Ministério da Saúde, acrescentou.
- Existem mais ou menos 600 mil brasileiros que dependem dessa insulina. Por meio desse trabalho, a Farmaguinhos abastece o Ministério da Saúde com esse medicamento, mas a demanda ainda é suprida por multinacionais instaladas no Brasil - disse.
Valadares disse que o Ministério da Saúde deve acompanhar os efeitos dessa insulina para a saúde dos diabéticos brasileiros, ou seja, se a insulina corresponde às necessidades dos pacientes ou se está ocorrendo "alguma conseqüência mais preocupante".
- Afinal de contas, os brasileiros que são tratados com essa insulina não podem correr o menor risco de ingerir um produto que não atue de forma eficiente e completa para a saúde e a qualidade de vida - afirmou.
Em apartes, os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Augusto Botelho (PT-RR) e Cícero Lucena (PSDB-PB) apoiaram o pronunciamento do colega. Mozarildo disse que o governo federal deve garantir de boa qualidade "ao alcance de todos". Augusto Botelho lembrou que as pesquisas com células-tronco podem trazer benefícios futuros para o tratamento do diabetes. Cícero Lucena informou que projeto de sua autoria (PLS 28/07) acrescenta entre as atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS) a entrega, no domicílio do paciente, de medicamento de uso continuado (como a insulina). Esse projeto já foi aprovado no Senado e agora tramita na Câmara dos Deputados.
06/08/2008
Agência Senado
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