Vasco, Vale e Alcoa estão entre primeiros a assinar acordo inédito contra exploração sexual



O Clube de Regatas Vasco da Gama, um dos mais tradicionais do Rio de Janeiro, fundado em 1898, está entre as primeiras instituições a aderir à Campanha Contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A campanha surgiu de um acordo inédito entre 23 empresas e o poder público brasileiro. A informação foi confirmada com exclusividade ao Portal Brasil, nesta quinta-feira (26), pelo vice-presidente do Vasco, José Pinto Monteiro.

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A Declaração de Compromisso Corporativo no Enfrentamento da Violência Sexual de Crianças e Adolescentes foi assinada na última segunda-feira (23), pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (Sedh), Ministério do Desenvolvimento social e Combate à Fome (MDS), Petrobras e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável na sede da Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Firjan).


Empresas como a Vale do Rio Doce, Infraero, Alcoa, Rio de Janeiro Refrescos, Iesa Óleo e Gás, SHV Gás Brasil e Fundação Xuxa Meneghel também assinaram a declaração. Pelo acordo, as instituições se comprometem a realizar campanhas de sensibilização contra este tipo de abuso entre seus funcionários e clientes, além de divulgar os conselhos tutelares e o Disque 100, serviço nacional que recebe denúncias de violações dos direitos infantis.


As empresas se comprometeram a elaborar, em 60 dias, um plano de ações concretas de promoção dos direitos humanos nas cadeias produtivas, incentivo ao trabalho dos conselhos tutelares municipais e as denúncias por meio do Disque 100.


José Monteiro é também diretor da firma de consultoria em responsabilidade social corporativa, JPMonteiro, que também aderiu ao acordo. "Estou enviando uma carta para a ministra [do Desenvolvimento social e Combate à Fome, Márcia Lopes] com o compromisso de que os nosso jogadores, ao entrar em campo nos próximos jogos, darão sempre uma informação às torcidas daqui do Rio e, quando os jogos forem transmitidos em cadeia nacional, do engajamento de um clube que tem essa característica de ser um clube popular e que vem da massas", disse Monteiro.


"Os jogadores vão entrar em campo carregando a bandeira da questão da violência sexual contra a criança e o adolescente", garantiu. O empresário informou ainda que será feita uma promoção maciça da campanha para torcedores e associados no site oficial do clube.


O dirigente do futebol carioca explicou que há 15 anos a JPMonteiro e outras empresas se interessam por campanhas que envolvem a situação de vulnerabilidade e risco social das crianças e dos adolescentes. "Quando aparecem programas como esse, nós o incorporamos imediatamente".


Para a ministra Márcia Lopes "é uma questão de mudança de cultura e de consciência. É não achar que o abuso e a exploração sexual, o assédio e o turismo sexual são atividades que fazem parte da sociedade. Absolutamente, nós não podemos permitir isso. Isso é inadmissível numa sociedade moderna", enfatiza.


"O Brasil tem que definitivamente deixar de ser rota dessas pessoas que ficam pelo mundo a perseguir países orientais, asiáticos e latino-americanos em busca de crianças e adolescentes para satisfazer suas perversões. Nós temos a obrigação de ajudar e ampliar essas campanhas e programas que o governo tem como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e tantos outros", concluiu Monteiro.


O Brasil tem adotado medidas importantes para atacar a pedofilia e o abuso sexual contra crianças e adolescentes. Em 27 de julho, a Polícia Federal deflagrou a maior operação já realizada no País contra essas práticas, batizada de Tapete Persa, abrangendo o Distrito Federal e 10 estados. A operação foi coordenada pela Divisão de Direitos Humanos da PF, com apoio da Interpol e da polícia alemã, que teria identificado usuários brasileiros distribuindo, compartilhando e divulgando material pornográfico na internet. A PF escalou mais de 400 agentes para cumprir 81 mandados de busca e apreensão nos estados. Foram presas cerca de 24 pessoas.


Mesmo como essas iniciativas, uma pesquisa do Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes teria detectado uma rota de exploração sexual nas cinco regiões do País, onde 56% das vítimas têm idade entre 15 e 25 anos e 46% são adolescentes.


As denúncias de exploração sexual contra crianças e adolescentes podem ser feitas, gratuitamente, pelo Disque 100. Não é preciso identificação para fazer a denúncia.


Ninguém precisa ter medo ou vergonha de denunciar o abuso e a exploração sexual, esclarece a ministra. "Quando há denuncia, há responsabilidade pública de tomar iniciativa".


Para saber mais acesse o site da campanha.


Fonte:
Portal Brasil

 



26/08/2010 20:25


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