Velejadores exaltam importância de conhecer a raia olímpica



Para os atletas brasileiros, competir no Rio de Janeiro em 2016 será uma oportunidade única. Afinal, os Jogos Olímpicos serão realizados no Brasil pela primeira vez na história e, mais do que isso, marcarão a primeira passagem do evento pela América do Sul.

No Rio de Janeiro, os representantes da casa, além de contar com o apoio da torcida, terão como aliado o fato de já estarem completamente adaptados ao clima do País. Entretanto, algumas modalidades serão disputadas em locais muito específicos, como é o caso da vela. E, nesse sentido, conhecer bem o ambiente de competição pode representar uma boa vantagem na briga por medalhas.

Em 2016, a vela será disputada nas raias da Baía de Guanabara. Por isso, alguns atletas de fora do País já começam a vir ao Brasil para conhecer o local onde as regatas olímpicas ocorrerão. Foi assim durante a Copa Brasil, entre 4 e 11 de janeiro, competição que atraiu tanto a elite brasileira quanto competidores estrangeiros.

Campeão mundial da classe Laser, Robert Scheidt não deu chance aos concorrentes durante a Copa Brasil e faturou mais um título. Para ele, conhecer bem a raia é fundamental em qualquer prova. “Na vela, é muito importante conhecer o local em que você vai competir. Lógico que, hoje, os estrangeiros não conhecem (a Baía de Guanabara) tão bem quanto a gente. Mas eles vão melhorar. A gente torce para que consigamos ter mais segurança nas decisões, mas nunca sabemos até que ponto um velejador pode se sobressair nos Jogos”, destacou Scheidt.

Para o brasileiro, no entanto, os atletas da casa não devem se preocupar muito com o conhecimento ou não dos rivais sobre a raia olímpica. “O importante não é ficar preocupado com eles. O importante é a gente fazer o nosso trabalho e controlar o que podemos controlar”, orientou.

Outro campeão mundial que disputou a Copa Brasil foi Jorge Zarif, da classe Finn. Eleito o melhor atleta brasileiro de 2013 no Prêmio Brasil Olímpico, ele explicou por que é tão importante, na modalidade, conhecer bem o local das regatas. “A vela é muito diferente da maioria dos esportes. Não é uma quadra, que tem sempre as mesmas dimensões. Dependendo do lugar, as condições de vento, de onda e de corrente são muito diferentes.”

“Aqui no Rio, o que mais afeta são as correntes. O fato de os estrangeiros estarem vindo quase três anos antes dos Jogos faz muita diferença. Você sabe como se comportam os ventos e as correntes. Se tiver um dia com condições parecidas nos Jogos, eles vão ter muito mais segurança para tomar decisões. A vivência na raia olímpica vai influenciar a porcentagem de acerto durante as regatas”, afirmou Zarif.

Medalhista de bronze na classe 470 nos Jogos de Pequim-2008, Isabel Swan acredita que os brasileiros terão vantagem apenas com relação aos países que não vierem ao Brasil para conhecer a raia. “Os países mais fortes estão vindo aprender sobre a raia. Mas alguns não têm essas condições e acabam tendo uma desvantagem.”

Em agosto, as raias olímpicas receberão novamente atletas brasileiros e estrangeiros, desta vez para um evento-teste oficial. Será mais uma oportunidade velejar na Baía de Guanabara e aprender um pouco mais sobre o local que, em 2016, estará no centro das atenções mundiais da vela.

Fonte:
Brasil 2016 



16/01/2014 15:20


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