Virgílio acusa governo de lacrar documentos sobre Waldomiro
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), acusou da tribuna o governo de não apurar a fundo, "aos olhos da oposição", o caso Waldomiro Diniz e disse que ficou perplexo ao ler na imprensa que o governo lacrou todos os documentos usados por Waldomiro no Palácio do Planalto à época em que foi subchefe de assuntos parlamentares da Casa Civil. Ele criticou pesadamente a reação dos parlamentares da base governista após o discurso de terça-feira (2) do senador Almeida Lima (PDT-SE).
- Mais perplexo fiquei ao ler que o governo ficou aliviado porque o discurso do senador Almeida Lima não trouxe novidades. Aliviado por quê? Eles têm motivo para esperar mais revelações? Aliviado porque Waldomiro Diniz ficou calado não respondeu a mais de 50 perguntas do delegado da Polícia Federal? - questionou.
Arthur Virgílio afirmou que estava colocando, a partir daquele momento, a vida do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) nas mãos do Palácio do Planalto e do ministro da Justiça. Pouco antes, Antero comunicara o assassinato de seu primo-irmão, em Mato Grosso. Lembrou que o matogrossense é o presidente da CPI que investiga remessa de dólares ilegais para fora do país (CPI do Banestado) e já havia denunciado ameaças que sua família vinha recebendo.
Virgílio lembrou que Antero de Barros havia recebido a fita gravada com as conversas entre o empresário do jogo de azar Carlos Ramos (Carlinhos Cachoeira) e o assessor do Planalto Waldomiro Diniz. Antero remeteu a fita aos procuradores que vinham investigando denúncias de propinas no jogo do bicho e donos de bingos.
- Vejo ainda chantagens contra o PSDB, insinuações de que podem convocar para a CPI do Banestado o ministro Pedro Malan. Pois estou comunicando que pretendo convocar o ministro Pedro Malan para falar à CPI que investiga a remessa de dólares ilegais via CC-5 do Banco Central. Se acham que com chantagens vão calar a oposição, afirmo que isso só aumenta nossa vontade de investigar falcatruas como a de Waldomiro Diniz - disse o líder do PSDB.
Arthur Virgílio informou ainda que estava remetendo à Polícia Federal pedido de informações para ter acesso às 50 perguntas feitas pelo delegado da PF a Waldomiro Diniz, nesta terça (2).
- Ele só respondeu a uma e ainda deu resposta mentirosa. Ele disse que era funcionário público. Mentira. Waldomiro foi demitido pela Caixa Econômica Federal no governo Collor - informou.
03/03/2004
Agência Senado
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