Walter Pinheiro defende acesso a serviços bancários pelo celular em cidades do interior
O senador Walter Pinheiro (PT-BA) voltou a defender a disseminação dos serviços bancários entre a população de baixa renda de cidades do interior por meio do telefone celular. Em discurso no Plenário nesta quarta-feira (9), ele disse que o Banco Central aponta a existência de 50 milhões de brasileiros sem qualquer conta bancária. De acordo com o senador, o Brasil precisa promover a inclusão dessas pessoas no sistema, no processo conhecido como "bancarização".
- Na maioria das vezes essas pessoas sem conta trabalham no meio rural, estão inseridas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar [Pronaf], ou vive em assentamentos. Alguns têm de se deslocar quilômetros para sacar benefício em dinheiro para pagar suas compras, sejam elas de ferramentas ou insumos agrícolas para a sobrevivência - explicou.
Ele citou o caso de agricultores baianos que receberam o seguro-safra por causa de uma longa estiagem e tiveram de se deslocar para cidades onde havia agências do Banco do Nordeste para sacar o benefício de R$ 600. Para evitar isso, o senador sugeriu o uso de aparelhos celulares nas operações de compra e venda, para encurtar o caminho entre a população de baixa renda e os caixas de bancos.
- A ideia que nós estamos trabalhando já é praticada em vários lugares do mundo. Não em países desenvolvidos, que utilizam o extremo da tecnologia. Mas no Quênia, por exemplo, mais de dois milhões de cidadãos podem se relacionar com o comércio pelo celular. O aparelho telefônico serve como um cartão ou até como um cheque, por onde o comprador faz os pagamentos. Nas Filipinas essa tecnologia também está disponível.
Walter Pinheiro lamentou que facilidades como o Internet Banking, ou o Mobile Banking, só estejam disponíveis a uma parcela da população que movimenta quantias maiores de dinheiro, e que atrai o interesse dos bancos.
O senador afirmou, também, que os bancos precisam acompanhar o desenvolvimento de áreas afastadas dos centros urbanos, muitas vezes mais rápido do que o registrado nas metrópoles. De acordo com ele, neste ano a Bahia gerou 80 mil novos postos de trabalho até o mês de setembro, e desses, 59% estão no interior do estado.
- Isso vem da economia solidária, da agricultura familiar, do investimento feito através do Bolsa Família, do artesanato e da cultura.
09/11/2011
Agência Senado
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