Walter Pinheiro: ‘jogo de empurra’ em ministérios dificulta ajuda a vítimas da seca
Num discurso que ele próprio chamou de “indignado”, o senador Walter Pinheiro (PT-BA) cobrou nesta quarta-feira (4) em Plenário a liberação de recursos do Ministério da Integração Nacional para ações emergenciais de combate à seca no Nordeste, particularmente na Bahia. O senador relatou já ter feito uma peregrinação em órgãos do governo federal desde o início do ano, mas até agora somente R$ 10 milhões foram liberados. A verba não seria suficiente.
Com 70% de seu território no semiárido nordestino, a Bahia tem hoje, explicou Pinheiro, 158 municípios em estado de calamidade pública devido à falta de chuvas. A estiagem, disse o senador, tem sido a pior dos últimos 30 anos. Por isso, o estado precisa de pelo menos mais R$ 20 milhões para ações emergenciais que assegurem à população das regiões atingidas o acesso à água e a alimentos.
– Quem convive nessas áreas é que efetivamente sabe. É fácil alguém daqui de cima ficar falando que falta um documento. Vai pra lá, índio velho, para viver lá na seca. Ver o animal morrer ou uma criança não ter como beber água. Essa situação não pode ser tratada assim. E não é falta de projetos. Temos vários em andamento, mas, até essas obras ficarem prontas, muitas pessoas já se foram – apelou o senador.
Para Walter Pinheiro, é a burocracia e o “jogo de empurra” dos ministérios que estariam atrasando a ajuda do governo ao estado. O senador afirmou não “andar em ministérios” pedindo liberação de emendas parlamentares ao Orçamento, e ressaltou que a situação do seu estado é gravíssima, já com grandes perdas na produção rural, o que exige providências urgentes.
Em aparte, a senadora Ana Amélia (PP-RS) reforçou o pedido de Walter Pinheiro, registrando que as imagens da seca na Bahia, divulgadas por uma emissora de televisão nesta quarta, revelam a gravidade da situação no estado, semelhante à enfrentada pelo Rio Grande do Sul no início do ano. Os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Pedro Taques (PDT-MT) também registraram apoio ao pedido do colega baiano e elogiaram o tom de “ira” utilizado pelo parlamentar baiano, que justificou-se.
- Eu vinha tratando disso com calma, mas agora bateu na minha paciência. Me desculpem pela ira. Quero com isso ver se as coisas andam.
04/04/2012
Agência Senado
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