Walter Pinheiro propõe que Brics intervenham de forma mais ativa na economia mundial
Em discurso nesta quarta-feira (28), o senador Walter Pinheiro (PT-BA) comentou a realização da quarta reunião de cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para debater os efeitos da crise financeira nos países desenvolvidos sobre suas economias. Na opinião do parlamentar, o grupo deve aproveitar a oportunidade para intervir de forma mais ativa nos rumos da economia mundial.
Segundo Pinheiro, os Brics responderão por 52% do crescimento mundial em 2012, contra 9,5% das nações desenvolvidas, e, mais do que nunca, precisam se unir e buscar novas fontes de financiamento. Ele defendeu a criação de um novo banco de desenvolvimento dos Brics, para “libertarem-se das amarras do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial”, entidades que seguem um modelo que classificou como superado.
– Se os Brics querem crescer, o ensinamento não pode ser o balizado pelas nações tidas como desenvolvidas. Temos que construir outro caminho, navegar sobre outros mares, enxergar esse caminho das Índias de outras formas e navegar principalmente em conjunto, criando essa unidade de escala a partir, inclusive, de fatores de desenvolvimento – observou.
De acordo com o senador, as medidas protecionistas dos países desenvolvidos, que estimulam a entrada do capital especulativo nas economias emergentes e fortalecem artificialmente as moedas locais, trazem reflexos para a produtividade da indústria nacional, ameaçando os empregos e a renda dos trabalhadores do setor.
Walter Pinheiro afirmou que os manufaturados brasileiros vêm enfrentado concorrência predatória e dificuldades de exportação devido ao real supervalorizado. Por isso, defendeu também a aprovação do PRS 72/10, que uniformiza as alíquotas do ICMS para produtos importados. Ele disse ser preciso “ter um olhar de nação” para que a medida não seja vista apenas como a retirada de incentivos de alguns estados.
Em aparte, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), representante de um estado que perderá recursos se a proposta for aprovada, afirmou ser preciso evoluir de uma “eventual guerra fiscal” para um ambiente de competição fiscal lícita.
28/03/2012
Agência Senado
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