Workshop aborda futuro energético sustentável e biocombustíveis
Especialistas vão tratar das perspectivas para os biocombustíveis e a relação deles com o produtor rural
Fomentar debates sobre o futuro energético sustentável e a produção de bioetanol, biodiesel e culturas agroenergéticas é o objetivo do “II Workshop Agroenergia, Matérias-Primas”, que será realizado nesta quarta e quinta, 15 e 16, a partir das 8h30, pelo Pólo Regional Centro Leste da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Apta/SAA), Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto (Aeaarp) e Sindicato Rural do município.
No primeiro dia, serão abordados os temas “Energias Limpas” e “Biocombustíveis e o cenário prático”. Os especialistas vão tratar das perspectivas para os biocombustíveis e a relação deles com o produtor rural.
Para atingir as metas da política de biocombustíveis, é preciso ter matérias-primas ricas em óleo e custos mais baixos. Por sua vez, o produtor rural quer ter melhor remuneração. Segundo o pesquisador e coordenador do evento, José Roberto Scarpellini, a pesquisa deve equalizar isso e oferecer produto a baixo custo, com alto teor de óleo e que remunere o produtor de maneira adequada.
Em relação ao meio ambiente, será discutido o papel dos biocombustíveis na melhoria da qualidade do ar e da água e seus benefícios para a sociedade. “A vantagem consiste principalmente em ser um combustível renovável e, dessa forma, sempre disponível, desde que não afete a produção de alimentos”, diz Scarpellini.
Outro assunto a ser debatido é a questão da sanidade das oleaginosas, que afeta a produção de biodiesel. As barreiras sanitárias vão ser um problema também para as matérias-primas, segundo observa. “Na medida em que novas áreas vão sendo exploradas e culturas maiores vão sendo implementadas para se buscar as produtividades desejadas, aumenta-se o inóculo para doenças e pragas”. A quebra desse equilíbrio ou algum fator favorável ao seu aumento populacional exigem constante monitoramento, conforme alerta o pesquisador.
No segundo dia, estarão em debates “O cenário do Etanol” e o “Manejo sustentável dos solos”. No primeiro caso, o foco é a produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, com o cuidado de não reduzir a área de produção de alimentos. Assim, existem alternativas de aproveitamento de resíduos da cana, para a melhoria da qualidade do solo e produção de energia, explica Scarpellini. “Tem-se tentado produzir álcool a partir da palhada e do bagaço da cana, de mais difícil hidrólise que o colmo da cana. Dessa forma, serão apresentadas (no evento) técnicas que podem melhorar esta relação”.
Quanto ao manejo sustentável de plantas daninhas, devem ser aproveitadas as condições que o próprio agroecossistema oferece, antes de se utilizar o controle químico, sugere o pesquisador. E, no caso de controle químico, utilizar com critério e adequadamente também as plantas auxiliadoras da agricultura que, embora daninhas, têm sua utilidade num agroecossistema equilibrado.
Oficina tecnológica - No dia seguinte ao do evento, o Pólo Apta Centro Leste vai promover uma oficina tecnológica com o objetivo de discutir as tecnologias geradas na região de Ribeirão Preto sobre agroenergia, bem como reforçar o tema que foi apresentado no workshop.
Entre as palestras, destaca-se a que aborda o uso de sistemas conservacionistas em culturas agroenergéticas. O principal sistema de manejo conservacionista é o plantio direto, adotado em mais de 25 milhões de hectares no Brasil, de acordo com Scarpellini. “A utilização de sistemas conservacionistas de manejo do solo e das práticas agrícolas é importante em razão da preocupação mundial na conservação dos recursos naturais”, afirma.
No contexto da agroenergia, o plantio direto é indicado por promover a conservação do solo e da água, aumento da biodiversidade no sistema agrícola, redução nos custos de produção e menor uso de insumos importados.
Os dois eventos serão realizados no salão de palestras da Aeaarp, na rua João Penteado, 2.237, Jardim São Luiz, Ribeirão Preto.
Da Secretaria de Agricultura e Abastecimento
10/15/2008
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