Yanai diz que interesse dos EUA na redução do desmatamento no Brasil pode ser econômico
O jornal Folha de S. Paulo divulgou estudo feito nos Estados Unidos mostrando as vantagens econômicas que agricultores norte-americanos podem ter com a redução do desmatamento nos países tropicais. Ao levar o assunto para o Plenário, o senador Jorge Yanai (DEM-MT) defendeu que o Brasil procure um meio termo entre a preservação e o desenvolvimento.
A matéria da Folha fala sobre documento divulgado pela ONG Avoided Deforestation Partners, intitulado "Farms Here, Forests There" ("Fazendas Aqui, Florestas Lá"), que estima um faturamento de até US$ 270 bilhões, em 2030, para os agricultores norte-americanos, caso haja uma redução do desmatamento nos países tropicais. O objetivo do estudo foi convencer os senadores dos Estados Unidos a aprovarem a lei de mudança climática em tramitação naquele país.
Na avaliação do senador pelo Mato Grosso, o estudo deixou clara a real intenção por trás de ações norte-americanas em favor da conservação ambiental. Em vez de um real interesse pela preservação do meio ambiente, os Estados Unidos estariam pretendendo evitar o crescimento da agricultura em outros países. O Brasil, por dispor de números de produção agrícola cada vez mais competitivos, seria prioridade.
Jorge Yanai citou relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que projeta crescimento na produção agrícola de 40% em dez anos. Esse percentual é o dobro do previsto para países como China, Índia, Rússia e Ucrânia.
- São números promissores, mas não é fácil crescer quando o agricultor se depara com tantas restrições. O Código Florestal elaborado durante a época do regime militar sofreu tantas alterações no passar dos anos que transformou em áreas ilegais, que necessitariam ser desativadas, parte do universo de milhões de propriedades rurais no país - afirmou Jorge Yanai.
23/06/2010
Agência Senado
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