Acir Gurgacz diz que estrangeiros querem preservar florestas brasileiras por interesse econômico
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) sustentou, em discurso nesta quinta-feira (24), que ONGs e governos estrangeiros insistem para que o Brasil mantenha suas florestas por interesse econômico, e não apenas por preocupação ecológica.
O parlamentar citou artigo do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues em que este menciona estudo segundo o qual os agricultores norte-americanos teriam um rendimento adicional de até US$ 270 bilhões se os países tropicais eliminassem seus desmatamentos até 2030. Isso porque, sem o aumento da área plantada no mundo, os preços dos alimentos subiriam rapidamente no mercado mundial, beneficiando os produtores norte-americanos e europeus.
O ex-ministro, continuou Acir Gurgacz, informa que o estudo, sob o título "Fazendas aqui, florestas lá", sustenta ser interessante para os produtores rurais americanos a implantação de um sistema de pagamento pela preservação das florestas tropicais. Embora concorde que os brasileiros devam ser remunerados pelos países ricos pela manutenção das florestas, o senador entende que o Brasil não pode abrir mão de explorar todas as áreas já consolidadas em produção agropecuária.
- Não podemos baixar a cabeça e dizer 'amém' às ONGs internacionais e governos estrangeiros, que estão olhando apenas o lado deles, e não querem o crescimento e a competição do Brasil - afirmou.
Na opinião do senador, os Estados Unidos e a Europa devem se preocupar com seu próprio reflorestamento e também se dedicar ao reflorestamento da África, "hoje tão em voga por causa da Copa do Mundo, mas tão abandonada quando o assunto é meio ambiente". Ele lembrou que a África foi devastada por ações de mineradoras inconsequentes e muitas outras atividades de extrativismo.
Acir Gurgacz voltou a cobrar do governo que reduza a pressão dos fiscais do meio ambiente em cima dos produtores rurais da Amazônia, em especial do seu estado, Rondônia. Pediu aos senadores apoio para aprovar projeto que apresentou, concedendo anistia a quem desmatou no passado, antes da atual legislação.
24/06/2010
Agência Senado
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