Zambiasi defende a solidariedade









Zambiasi defende a solidariedade
O candidato ao Senado pelo PTB, Sérgio Zambiasi, defendeu ontem a criação de projetos em âmbito nacional que alimentem a solidariedade. Se for eleito, em 6 de outubro, garantiu que seu gabinete no Senado irá trabalhar voltado para questões sociais. 'Abrirei as portas para quem faz do voluntariado o centro de sua existência', afirmou. Zambiasi disse que isso não elimina a necessidade de políticas de longo prazo, como o planejamento das questões referentes às contas públicas. Segundo ele, ao eliminar o problema deficitário do Estado, ficará aberto o caminho para recuperar a capacidade de investimento. 'Apenas assim será possível garantir a concretização de políticas sociais definitivas e eficientes', esclareceu.


Programa trará recursos ao turismo
A senadora Emília Fernandes, candidata à reeleição pelo PT, tem dedicado atenção ao Programa de Desenvolvimento Turístico da Região Sul (Prodetur), cuja iniciativa prevê investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento para melhorar a infra-estrutura turística dos estados da região. Os recursos serão aplicados em obras de saneamento básico, manutenção de estradas, aeroportos, recuperação do patrimônio e treinamento de mão-de-obra especializada. Conforme Emília, o Senado deverá ratificar a liberação do financiamento internacional ao Prodetur até o final do ano. Declarou que o tema é importante para o Rio Grande do Sul, que hoje tem 27 rotas e 322 propriedades de turismo rural.


Postal acha que estrutura beneficiará o seu partido
O deputado Alexandre Postal, do PMDB, que busca a reeleição para o terceiro mandato na Assembléia Legislativa, afirmou ontem que a sua identificação com o partido está fazendo o diferencial na campanha. Segundo ele, o amadurecimento político e a estrutura do PMDB assegurarão grande bancada na Assembléia. Ele acredita ainda que a organização levará Germano Rigotto ao 2º turno da eleição para o governo.


Tarso aposta que Lula vai ajudar o Estado
O candidato da Frente Popular ao governo, Tarso Genro, prometeu ontem um novo ciclo de desenvolvimento no Estado caso Luiz Inácio Lula da Silva vença a sucessão presidencial. Tarso fez comício em Santa Cruz do Sul. Defendeu que a identidade entre os governos nacional e estadual facilitará as negociações do Rio Grande do Sul para resolver a crise financeira, 'construída ao longo das últimas décadas'. O candidato da Frente Popular destacou ainda que o Estado também deverá contribuir para o projeto nacional proposto por Lula, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto, tanto em simulações do 1º quanto do 2º turno.

Pela manhã, Tarso visitou fábrica de calçados, em Taquari, onde também participou de uma carreata até o centro da cidade, de caminhada e de ato político. Durante o evento, o candidato do PT reafirmou a necessidade da construção de uma frente em defesa do Rio Grande, que indicaria visão de futuro e de superação de desafios.

Tarso também esteve no distrito de Linha Brasil, no interior de Venâncio Aires, onde almoçou com 250 agricultores na companhia dos candidatos ao Senado pela Frente Popular, Emília Fernandes e Paulo Paim. Declarou que a agricultura familiar é o principal propulsor do desenvolvimento socio-econômico do meio rural para impedir o êxodo e isso continuará caso se eleja. Lembrou ainda que a administração de Olívio Dutra investiu R$ 1,2 bilhão nas propriedades familiares.


Rigotto terá reforço na campanha
Prefeitos do PMDB e do PSDB se licenciam dos cargos para liderarem mobilização nas suas regiões

Para participar mais ativamente da reta final da campanha de Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande, ao governo do Estado, 16 prefeitos do PMDB e outros do PSDB estão se licenciando dos cargos. Passarão a comandar o trabalho de mobilização nas suas regiões a partir de hoje. Conforme um dos coordenadores do grupo, o prefeito de Bom Princípio, Nestor Seibel, do PMDB, as lideranças atuarão na distribuição de material, na organização do processo de fiscalização e na propaganda de rua. 'As manifestações de Rigotto de que governará com todos e o carinho com que tem tratado os prefeitos contagia todos, em especial os que ficaram alijados, em um passado recente, de decisões importantes. Assim, a maioria que pode, sem prejuízos dos seus municípios, dá um pouco do seu tempo em favor da campanha', destacou Eduardo Nogueira da Rosa, de Itaara, também do PMDB.

Rigotto se encontrou ontem à tarde com o superintendente estadual do Banco do Brasil, Derci Alcântara, que repassou ao candidato o estudo denominado 'RS - BB Projetos', amplo levantamento sobre as principais ações realizadas pela instituição no Estado, da agricultura ao incentivo às exportações. 'Fico satisfeito em saber que o Banco do Brasil quer ampliar a parceria com o Rio Grande do Sul. O nosso governo terá o maior interesse em aumentar ainda mais os benefícios para os produtores, empresários e futuros empreendedores que estarão crescendo', argumentou. Rigotto enfatizou que o banco tem no Estado um terço de todos os contratos de financiamento rural do país, via Pronaf e Pronafinho. 'Isso prova que o governo federal será parceiro imprescindível para consolidarmos programas de desenvolvimento regional', sentenciou. À noite, Rigotto participou, no Caixeiros Viajantes, do Jantar das Mil Mulheres, que reuniu simpatizantes e filiadas.


Bernardi prioriza a educação
Celso Bernardi, candidato do PPB ao Palácio Piratini, afirmou ontem, em Chiapetta, onde passou a infância, que a sua campanha tem a marca do município: a simplicidade, a honestidade, o trabalho e o respeito à palavra empenhada. Acompanhado do seu pai, o candidato começou o discurso enfatizando que desta vez não era o político que iria falar, mas o seu coração. Bernardi reconheceu a importância da escola na sua trajetória profissional e política. Segundo o candidato, em seu governo a educação será prioridade porque através dela buscará o desenvolvimento e a justiça social. Bernardi comentou sobre a sua contrariedade ao ouvir alguns candidatos assumirem compromissos com o desenvolvimento e a geração de empregos. 'Essas questões não são alternativas, mas conseqüências', argumentou. Ele afirmou que irá realizar uma administração com atitude, devolvendo a paz ao campo e à cidade, recolocando o Rio Grande do Sul no mapa de investimentos e retirando a carga ideológica do serviço público estadual. Bernardi encerrou a agenda com comício em Três Passos.


Rossetto diz que PT fará do país modelo
O vice-governador licenciado, Miguel Rossetto, afirmou ontem que a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva vai representar um exemplo para toda a América Latina porque é possibilidade real de mudança no desenvolvimento do país, com distribuição de renda e geração de empregos. Rossetto fez um chamado à militância dos partidos que compõem a Frente Popular para o máximo empenho no final da campanha: 'Não podemos esquecer a chance de Lula ser eleito no 1º turno'. Ele ressaltou que a vitória em âmbito federal significa concretizar projeto que já teve início no Rio Grande do Sul com o governo de Olívio Dutra, incluindo a política de preservação de emprego, a valorização de empreendedores, a geração de crédito, a assistência a produtores e o estímulo ao cooperativismo.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
17h: reunião com a coordenação campanha. 21h: debate TV Pampa.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
12h30min: Viamão. 21h: debate.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
9h30min: Passo Fundo. 12h30min: Carazinho. 16h: Erechim. 21h: debate.
16 Júlio Flores (PSTU)
12h: almoço servidores da Ufrgs. Tarde: Instituto de Educaçã o Flores da Cunha.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
9h às 17h: Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Guaíba e Esteio. 21h: debate.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)

MANHÃ
Santa Rosa. 21h: debate.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
14h: reunião campanha. 21h: debate.


Bush responde a crítica de petista
Vinte e quatro horas depois de o candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva, ter criticado o presidente dos Estados Unidos, o vice-chefe de gabinete de George W. Bush, Joshua Bolten, reiterou a disposição de manter boas relações com o Brasil, independentemente de quem se eleger em outubro. Lula havia dito que, de cada dez palavras que Bush fala, nove são para criar guerra. A resposta de Bush foi transmitida ao ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, durante visita à Casa Branca para conhecer a experiência norte-americana sobre a transição de governo. As afirmações do candidato do PT a respeito de Bush foram lamentadas por diplomatas e dirigentes de organismos financeiros internacionais.


Serra acusa PT de ter duas caras
Afirma que há o partido da televisão e o da vida real e critica objetivo de Lula com reforma tributária

O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, criticou ontem o PT, reafirmando que o partido tem duas caras: uma na televisão e outra na vida real. 'Se eu tenho, às vezes, uma cara mal-humorada, ela é uma, não há duas', completou. Os ataques a Luiz Inácio Lula da Silva foram da reforma tributária à bomba atômica. 'Não pode ser feito o que Lula propôs: reforma tributária para garantir justiça social. É preciso ter foco na competitividade', argumentou durante entrevista a jornalistas do Grupo Estado, em São Paulo. Disse que os adversários preferem questionar o seu vínculo com a gestão Fernando Henrique Cardoso para fazer balanço dos seus aspectos negativos porque não pretendem debater sobre os programas de governo. 'Não querem dizer o que irão fazer se eleitos', assegurou.

O tucano declarou ainda que o Mercosul não deu certo e garantiu que pretende pôr freio no processo de integração com os parceiros caso se eleja. Chamou de 'monstruosidade' a assinatura do Tratado de Ouro Preto, que criou a união aduaneira, destacando que o Brasil fez muitas concessões à Argentina no acordo automotivo. 'Quiseram concretizar em quatro anos o que a União Européia conseguiu em 40', ressaltou.
Serra defendeu sistema de aposentadoria unificado para servidores públicos com complementação. Também censurou o PT e o PSB por terem votado no Congresso contra medidas que poderiam permitir o aumento do salário mínimo. 'Nas votações, todos foram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal', destacou, falando sobre o desequilíbrio entre gastos com a Previdência e programas sociais. Considerou 'ilusão' que a adoção do financiamento público de campanhas melhore o sistema político. Segundo ele, os jornais apresentarão estatísticas mostrando que o dinheiro poderia ter servido para construir creches e escolas.


TRE monta operação para dia 6 de outubro
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) está concluindo uma verdadeira operação de guerra no Rio Grande do Sul para enfrentar o dia 6 de outubro. As eleições deste ano mobilizarão quase 200 mil pessoas e serão gastos cerca de R$ 8,5 milhões, ou R$ 1,15 por cada um dos 7.352.139 eleitores gaúchos. Apesar de a totalização dos votos ser totalmente eletrônica, a Justiça Eleitoral chamou 3 mil escrutinadores de contingência, além dos 141.732 mesários, 173 juízes, 173 promotores e mais de 2 mil funcionários da Justiça Eleitoral para estarem a postos. Observadores da Venezuela, do Equador, do México e do Uruguai acompanharão as eleições no Estado. Eles assistirão a todo o processo, visitando zonas eleitorais de Porto Alegre e dos municípios com voto impresso, Esteio, São Leopoldo e Sapucaia do Sul.

Em 6 de outubro, estará funcionando no Fórum Central, em Porto Alegre, votação paralela para demonstrar aos eleitores, aos candidatos e principalmente aos partidos políticos, a segurança e o bom funcionamento das urnas eletrônicas. Na véspera, dia 5 de outubro, os partidos entregarão à Justiça Eleitoral cédulas com votos de demonstração que serão apurados no Tribunal do Júri e os resultados comparados aos dos partidos. Serão utilizadas 23.672 urnas eletrônicas nos 497 municípios do Estado, além de 950 urnas de lona que servirão de reserva, caso dê pane no sistema. Elas estarão distribuídas pelas 23.672 zonas eleitorais, operadas pelos mais de 140 mil mesários de plantão. O maior colégio eleitoral do Rio Grande do Sul é Porto Alegre, com 992.387 eleitores e o menor, André da Rocha, com 1.178. A zona eleitoral do Estado mais numerosa fica em Viamão, que tem apenas um local para votação, reunindo todos os 134.281 eleitores do município.

O TRE prevê que até a meia-noite de domingo serão divulgados todos os resultados. A totalização dos votos ocorrerá na sede do TRE, em Porto Alegre. O diretor-geral do tribunal, Antônio Augusto Portinho da Cunha, afirmou que os números estarão saindo praticamente on-line e serão apresentados em dois telões no Pleno. Cunha salientou que os eleitores poderão acompanhar a apuração pelo site do TRE na Internet, apesar de não ser abastecido instantaneamente.


Termina hoje prazo para refazer título
Termina hoje o prazo para requerer a segunda via do título eleitoral, em caso de perda, roubo ou inutilização do documento. A apresentação não é indispensável para o exercício do voto. Na hipótese de o eleitor não ter o título em mãos, basta que o seu nome conste nas folhas de votação e mostre documento de identificação. Devido ao sistema on-line, o título pode ser retirado em até cinco minutos no cartório eleitoral.


Ciro fará comícios sábado no Estado
A coordenação gaúcha da campanha do presidenciável Ciro Gomes anunciou ontem a vinda do candidato no sábado ao Estado. Ciro deverá fazer dois comícios no final do dia. Os locais ainda não estão definidos, mas a previsão é a realização de um evento na região Metropolitana e de outro no Interior. O presidenciável não comparece ao Estado desde o dia 2 deste mês, que coincide com o seu recuo nas pesquisas de intenção de voto. Os comícios irão tentar alavancar as posições de Ciro. O presidente do diretório regional do PDT e coordenador da campanha do presidenciável no Rio Grande do Sul, Pedro Ruas, declarou que a vinda foi uma solicitação da Frente Trabalhista regional.


Presidente e membros do TRE esclarecem dúvidas
O presidente Marco Antônio Barbosa Leal e membros do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) participam hoje, às 22h, do programa UNITV Entrevistas e Debates, apresentado por Carlos Alberto Carvalho no canal 15. Estarão em pauta as eleições, as principais dúvidas na hora de votar e o nível da propaganda de rádio e TV. No programa, haverá demonstrações da urna eletrônica.


Pont defende o aumento da participação popular
Reforçar a participação popular na tomada de decisões, através do Orçamento Participativo ou dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento, é a meta do ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont caso se eleja deputado estadual pelo PT. Segundo ele, a ação parlamentar deve se adequar ao projeto de democracia socialista proposto para Porto Alegre, desde 1989, e para o Rio Grande do Sul, a partir de 1998.


Jornal francês liga queda do real a pesquisa eleitoral
A reportagem de ontem do jornal francês Le Monde 'A moeda brasileira desaba a poucos dias das eleições' relaciona a desvalorização do real em relação ao dólar com o desempenho do candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nas pesquisas de intenções de voto. O jornal citou o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que atribuiu os fat os ao 'excesso de ansiedade'.


Pesquisa mostra 2º turno à Presidência
A pesquisa Vox Populi divulgada ontem indicou que a eleição presidencial será decidida em 2º turno entre Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e José Serra, do PSDB. Lula obteve 41% das intenções de voto, um ponto a menos do que na pesquisa anterior. Serra passou de 17% para 19%. Ciro Gomes, do PPS, caiu um ponto e ficou com 14%, empatado com Anthony Garotinho, do PSB, que tinha 12% no levantamento da semana passada. Os indecisos somaram 7%. Nas simulações de 2º turno, Lula venceria todos os adversários. Contra Serra, faria 51% a 33%. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A pesquisa foi feita com 2.457 eleitores nos dias 23 e 24 deste mês em 152 municípios.


Lula adverte contra salto alto
O presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, determinou ontem ao comando da sua campanha e a todos os diretórios estaduais do partido que ajam sempre pensando no 2º turno da eleição. 'Ninguém deve sair das ruas', afirmou Lula na tentativa de evitar o 'salto alto' do partido, levando em conta que os recentes resultados das pesquisas de intenção de voto apontam a possibilidade de vitória do candidato no 1º turno. De acordo com o deputado federal Aloizio Mercadante, o partido manterá a sua mobilização para conquistar a maior votação possível em 6 de outubro e disputar com vantagem no dia 27.

Lula informou ainda que, durante reunião realizada em Brasília, foi decidido que o PT mobilizará cerca de 700 mil fiscais no dia das eleições. A rede deverá atingir todos os municípios. Haverá 62 coordenadores em cidades com mais de 200 mil eleitores. O PT começará na próxima semana a fase de treinamento dessas pessoas. O partido também deverá sortear aleatoriamente 12 mil urnas para fazer auditoria.

Lula apresentou, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo, itens do caderno temático 'Combate à corrupção: compromisso com a ética', integrante do programa de governo. 'O plano ainda não é único nem definitivo', enfatizou o candidato do PT. Com 22 pontos e cinco temas básicos, o documento detalha as metas contra a corrupção, que os organizadores do programa de governo de Lula prometem instalar no Brasil em seis meses a partir da posse. Se o PT vencer, o Executivo irá baixar ato normativo proibindo o nepotismo.


Artigos

O mercado de capitais captou
Percival Puggina

O argentino Quino é um dos mais notáveis cartunistas que conheço. Na famosa série das tirinhas da Mafalda, havia uma menina chamada Susanita, que era o arquétipo da alienada. Certa vez, observando um mendigo, Susanita comentou: 'Não consigo entender os pobres. Olha a roupa que usam, as casas onde moram, a comida que comem. Assim não tem jeito mesmo. Além de ganharem pouco, ainda investem em produtos de má qualidade'. Diante da nova imagem de Lula, o metalúrgico aposentado que se apresenta como zelador dos pobres, lembrei-me de Susanita. Lula do Duda seguiu o conselho da personagem de Quino e investiu em ternos, gravatas, sapatos e charutos de qualidade. Terminado o pleito, assumirá a Presidência o Lula do PT, e restarão apenas as roupas de boa qualidade para provar que Susanita não estava totalmente errada. Roupa boa veste melhor e dura mais.

Enquanto o país age como se tudo estivesse muito bem, a moeda americana dispara, revelando que o mercado de capitais captou a síndrome de dupla personalidade do Lula e está tomando as devidas cautelas. E o dólar sobe. Pois eis que, para surpresa minha, há poucos dias, dentro de um ônibus, uma jovem sentada ao meu lado, olhando a manchete do Correio do Povo, exclamou: 'Quero mais que o dólar exploda. Essa alta vai detonar os ricos!'. Pronto, mais uma vez a alienada Susanita, só que às avessas.

Desconhecia minha vizinha de banco que a alta do dólar fará subir as passagens dos ônibus, aumentará o preço do pãozinho e dos medicamentos (coisas de pobres). Ao acelerar a inflação (da qual o rico se protege), vai reduzir o poder de compra dos salários (coisa de pobre). Ao puxar os juros para cima (o que beneficia os ricos) e diminuir o ritmo dos negócios (coisa de rico), a alta do dólar afetará o crescimento econômico e complicará o emprego (coisa de pobre).

Por isso, a jovem faceira que ocupava o banco ao meu lado (como no velho anúncio que ornava os antigos bondes) estava atingida pela mesma alienação da desmiolada Susanita. Tivesse mais discernimento, em vez de comemorar a alta do dólar tomando rum creosotado, deveria, mesmo, era tomar cuidado.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

DE UM A CINCO
1) 'O político pensa na próxima eleição. O estadista, na próxima geração' (James Clarke); 2) o PT poupa o presidente Fernando Henrique Cardoso nos programas de propaganda. Não cogita dinamitar a única ponte com o Palácio do Planalto; 3) o Tribunal Regional Eleitoral corre na frente: a partir de segunda-feira, antecipará para as 15h a abertura das sessões do Pleno e julgará pedidos de direito de resposta ou de propaganda irregular, sem liminares; 4) o presidente Eduardo Duhalde não está para briga: aceitou pedido de desculpas de Luiz Inácio Lula da Silva, que fez comentário desabonatório à Argentina; 5) a candidata a vice-presidente Rita Camata não pára: faz campanha hoje em Passo Fundo, Carazinho e Erechim. Mostra-se incansável.

RUÍDOS
É nítida a desintonia de grande parte do PDT com a campanha da coligação Rio Grande em 1º Lugar. Os reclamos na sede do diretório regional, à rua Félix da Cunha, são ouvidos a distância considerável.

VÔOS MAIORES
Comitês de candidatos à Presidência invadidos por pretendentes a embaixadas. Não são poucos. Fascinados por projeção e mordomias, submetem-se aos sacrifícios das campanhas por uma boquinha.

ALÉM DO PREVISTO
1) Foi difícil estacionar ontem nas proximidades do comitê do candidato Germano Rigotto em Porto Alegre. A coordenação de campanha reuniu filiados que vão fiscalizar os locais de votação a 6 de outubro. Lotou; 2) o PMDB criou o Clube das Luluzinhas e, no jantar, ontem à noite, não permitiu a entrada de homens, com exceção dos candidatos que compareceram para discursar. Faltou lugar no Clube Caixeiros.

PÔR O DEDO
Sobre a ingerência do FMI, Luiz Inácio Lula da Silva se inspira: 'Este país não é copo de água-benta. Vamos acabar com esta de todo mundo passar e pôr o dedo dentro'.

TORPEDO
Villas-Bôas Corrêa, repórter político do Jornal do Brasil, não perdoa e finaliza artigo: 'Francamente, eleger-se na quarta tentativa para jogar o mandato pela janela de um sonho das mil e uma noites da candura é pior do que mais uma derrota'.

QUEM MUDOU?
1) Paulo Maluf propõe a Lula frente antitucana no 2º turno com a chapa Luma; 2) Orestes Quercia, candidato ao Senado pelo PMDB, mostra bandeiras do PT em seus comícios no programa de TV; 3) José Genoíno, que concorre ao governo pelo PT, usa na TV depoimento favorável a ele do tucano Mário Covas.

VAGA ABERTA
O prazo se encerrou ontem com 30 advogados inscritos para serem sabatinados e integrarem a lista sêxtupla que irá ao Tribunal de Justiça. Buscam ocupar uma vaga de desembargador, cuja indicação cabe à Ordem dos Advogados do Brasil.

DOS LEITORES
- Martha Telles: 'Pergunte aos políticos por que não falam em parlamentarismo no Brasil? Dirão que nosso país não está maduro. Acho que está na hora de debatermos'.

- João Carlos Ferreira: 'A idéia do Código de Defesa do Eleitor é excelente. Candidato que defender sua criação terá o meu voto garantido'.

- Lourdes Maria Facchine: 'Como é que a idéia do Código de Defesa do Eleitor não surgiu antes?'.

- Ernestina Valadares: 'Código de Defesa do Eleitor deve incluir possibilidade de avaliação durante a gestão daqueles que escolhemos'.

APARTES
Assessorias investem sobre adeptos dos votos brancos e nulos.

Legislatura do Congresso Nacional deixa lição: minoria ruidosa faz muito mais do que a maioria ensimesmada.

Pesquisa Ibope de setembro de 1999: Ciro Gomes 40% e Lula 32%.

Elogiável iniciativa da Assembléia Legislativa em criar o índice de responsabilidade social para municípios.

Deu a louca na campanha de Ciro: guru Mangabeira Unger propôs renúncia. Rompimento na hora.

Beneficiados com religações de água e luz não entendem a demora na execução das liminares da Justiça.

Se Roseana Sarney continuasse no páreo, tucanos não passariam por tanto sufoco como ocorre agora.

Presidente da ARI, Ercy Pereira Torma, recebe hoje da Câmara Municipal o título de Rio-Grandino Ilustre.

Deu no jornal: 'Tensão eleva dólar'. Não há calmante que resolva.

Velho e repetido ditado: eleição e mineração, só depois da apuração.


Editorial

MCE, ALCA, MERCOSUL

Embora não declaradamente patrocinado por algum partido, foi no âmbito da esquerda que nasceu o recente plebiscito nacional sobre a Alca. Segundo o resultado divulgado, cerca de 10 milhões de pessoas revelaram seu repúdio ao ingresso do país naquele organismo. Não se pode afiançar nada sobre o assunto, nem pela autenticidade do número de votantes nem pela lisura da votação, muito menos pelo conhecimento da matéria por parte dos que opinaram. Trata-se de assunto de domínio de uns poucos conhecedores dos meandros da política internacional de comércio. Aliás, se a indagação se restringisse ao mero significado da sigla Alca, não há qualquer dúvida de que as respostas mostrariam o completo desconhecimento popular a respeito do tema.

Há, porém, uma ressalva a ser feita: o povo tem intuição contrária a tudo quanto vem, de bom ou de mau, inspirado pelos Estados Unidos. É um sentimento congênito e incontrastável, que se não encontra, por exemplo, relativamente ao Mercado Comum Europeu (MCE); tema, esse, para especialistas, tão indefinível se apresenta. Mesmo nosso doméstico Mercosul não parece granjear solidariedade e apreço de nossas camadas populares, como não os tem de argentinos, uruguaios e paraguaios, em permanentes discórdias quanto a tarifas. No momento, o presidente Eduardo Duhalde está em Brasília. A pauta das conversas com Fernando Henrique Cardoso é justamente o Mercosul, em perigoso estágio de descompasso. Na verdade, não conseguiu decolar o Tratado de Assunção, tanto no estreitamento de relações comerciais entre os quatro signatários como, principalmente, no objetivo de aumentar o número de componentes.

MCE é, no gênero, o único exemplo que deu certo até agora; os demais são expectativas, aliciamentos, ambigüidades, nada mais que isso. Fora o europeu, os demais povos mostram-se arredios a esse tipo de associação, cuja idéia inicial passa por adoção de moeda comum, tarifas especiais sem protecionismo, etc. E isso, por estas bandas, é tema de alta complexidade.


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09/26/2002


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