Zambiasi reúne-se com as lideranças da Farsul
Zambiasi reúne-se com as lideranças da Farsul
O presidente da Assembléia, Sérgio Zambiasi, esteve reunido ontem com o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, diretores da entidade e coordenadores de 13 regionais da federação. 'Vim conhecer um pouco mais a representação primária, segmento vital à economia gaúcha.' Ressaltou ainda a necessidade de o setor ter em Brasília representantes que apóiem o agricultor para que seja superada a colheita de 100 milhões de toneladas de grãos no país.
PROGRAMA
O candidato da Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN) ao governo do Estado, Tarso Genro, gravou, ontem à tarde, em sua residência, cenas do primeiro programa eleitoral gratuito de TV, que começará a ser exibido dia 20 de agosto. Os programas de Tarso estão sendo produzidos pela TGD. A direção do material de TV da Frente Popular é de Carlos Gerbase e Luciana Tomasi.
PV quer discutir futuro da Terra
A militância nos movimentos estudantil, durante a década de 70, e sindical, nos anos 80, representou os primeiros passos como político do candidato do PV ao governo do Estado, José Maria de Vilhena, 47 anos. Aceitou concorrer ao Palácio Piratini para divulgar propostas, abrir espaço e mostrar o que é o partido.
Garantiu que não entrou na disputa para ganhar ou perder, mas com objetivo de apresentar soluções e propor reflexão e debate sobre o futuro do planeta. Acredita que tem de estar no centro de decisão política para combater a ditadura da tecnologia e da sociedade globalizada. 'A aplicação de agrotóxicos, o cultivo de transgênicos e a poluição da água ocorrem porque os governos permitem', analisou Vilhena. É filiado ao PV desde 1999. Exerce no partido os cargos de secretário-geral e de finanças. Concorreu a vereador em Porto Alegre e coordenou a campanha na eleição municipal de 2000.
Filho de médico do Exército, Vilhena valoriza a camaradagem, a ética e a justiça como valores aprendidos no Colégio Militar de Porto Alegre, onde estudou de 1966 a 1972. Atuou no Centro Acadêmico da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Paraná e foi um dos fundadores do Sindicato dos Trabalhadores do Pólo Petroquímico de Triunfo, a mesma origem do vice-governador Miguel Rossetto.
Exerceu a Engenharia durante oito anos e meio na Copesul, uma das empresas do Pólo, e por um ano e meio na Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre. É proprietário de um bar há 17 anos. Trabalhou na formação do PT, militou no partido até 1996 sem ter assinado ficha. Filiou-se ao PV por acreditar no projeto verde, desenvolvido em 108 países, de priorizar a preservação do planeta e a construção de civilização voltada para as pessoas, deixando em segundo plano a economia e o governo.
Retirados mais boletins de Tarso
Fiscais da Justiça Eleitoral apreenderam ontem à tarde, no Centro de Porto Alegre, dezenas de exemplares do primeiro boletim de campanha do candidato da Frente Popular (PT-PC do B-PCB-PMN) ao governo, Tarso Genro. A distribuição do material está proibida, pois o juiz eleitoral e coordenador de fiscalização da propaganda partidária, Pedro Luiz Bossle, atendeu ao pedido de busca e apreensão feito pelo PPS, no sábado, por conter material ofensivo aos candidatos do partido. O presidente estadual do PT, David Stival, explicou que os boletins recolhidos estavam com militantes que não tinham conhecimento da notificação da Justiça Eleitoral. Stival enfatizou que o partido somente irá voltar a distribuir o material quando houver determinação judicial e que os comitês já foram revistados.
TRE divide o tempo de rádio e TV
Projetos ao governo do Estado irão ao ar às segundas, quartas e sextas-feiras a partir de 20 de agosto
A 28 dias do começo da propaganda gratuita de rádio e TV, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulgou ontem o tempo que cada candidato ao governo do Estado terá para apresentar suas propostas. Serão dois blocos diários de 20 minutos às segundas, quartas e sextas-feiras divididos entre os postulantes ao Palácio Piratini. O candidato da coligação União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS), Germano Rigotto, terá o maior tempo: 5 minutos e 17 segundos a cada um dos dois blocos. Como o cálculo leva em conta o número de deputados federais por partido, ele se beneficiou da aliança com o PSDB, partido com mais representantes na Câmara dos Deputados. Aos 2 minutos e 22 segundos do PMDB, integraram-se 2 minutos e 45 segundos dos tucanos, além de 10 segundos do PHS.
Ao candidato da coligação Rio Grande em Primeiro Lugar (PPS-PFL-PSL-PT do B), Antônio Britto, caberá o segundo maior tempo: 3 minutos e 21 segundos. Grande parte do espaço a que terá direito deve-se à aliança com o PFL, que contará com 2 minutos e 52 segundos. Tarso Genro, da Frente Popular (PT-PCB-PMN-PC do B), aparecerá 2 minutos e 17 segundos a cada bloco de rádio e TV. Celso Bernardi, que concorre pelo PPB, terá 2 minutos e 4 segundos.
Foi reservado 1 minuto e 58 segundos ao candidato da Frente Trabalhista (PDT-PTB-PAN), José Fortunati. Todos os demais terão menos de 1 minuto por bloco. Caleb de Oliveira, do PSB, utilizará 57 segundos; Aroldo Medina, da coligação Rio Grande sem Medo (PL-PGT-PSD), 52 segundos; Luiz Carlos Martins, do Prona, Carlos Schneider, do PSC, e José Vilhena, do PV, contarão com 32 segundos. Júlio Flores, do PSTU, Luiz Carlos Prates, do PTN, e Oscar Jorge, do PCO, 30 segundos cada.
Os programas em rede começarão a ser exibidos no dia 20 de agosto. Na TV, passarão às 13h e às 20h30min. No rádio, às 7h e às 12h. Além desses espaços, os partidos e os candidatos têm reservadas inserções de 30 segundos durante a programação das emissoras. O TRE sorteou ontem à tarde a ordem em que os programas serão veiculados no primeiro dia da propaganda eleitoral. Bernardi começará e Rigotto será o último. Após, ocorrerá rodízio automático. Os candidatos à Presidência disporão de 25 minutos às terças, às quintas e aos sábados.
Disputa ao Senado usará 10 minutos
Os candidatos ao Senado terão reservados para a propaganda gratuita de rádio e TV 10 minutos por bloco nas segundas, quartas e sextas-feiras. A coligação com mais tempo, 2 minutos e 38 segundos, é a União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS). Porém, terá de dividir esse total entre os seus dois candidatos ao Senado, Odacir Klein e Vicente Bogo, ficando 1 minuto e 19 segundos para cada. Sozinho, quem terá mais tempo será José Fogaça, da aliança Rio Grande em Primeiro Lugar (PPS-PFL-PSL-PT do B): 1 minuto e 40 segundos. Emília Fernandes e Paulo Paim, que concorrem pela Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PMN), dividirão 1 minuto e 8 segundos, ou seja, 34 segundos para cada. Hugo Mardini, do PPB, poderá utilizar 1 minuto e 2 segundos. Sérgio Zambiasi, do PTB, terá 39 segundos e João Bosco Vaz, que disputa pela aliança PDT-PAN, terá 35 segundos. Os demais candidatos ao Senado utilizarão menos de 30 segundos a cada bloco de 2 minutos.
Agenda dos candidatos
HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
12h: reunião-almoço com Sindicato das Seguradoras, em Porto Alegre.
14h: participa de seminário em Pelotas sobre propostas de governo para a região Sul do Estado. 20h: Chuvisca.
12 José Fortunati (PDT-PTB-PAN)
14h: visita a Cootravipa, em Porto Alegre. 19h30min: debate na Federação Israelita.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
Tarde: atividades internas. 20h30min: inaugura comitê do candidato Júlio Quadros. 22h: grava programa de TV.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
9h: Pelotas. 12h: Pedro Osório. 15h30min: Arroio Grande. 18h: Herval. 20h30min: Jaguarão.
16 Júlio Flores (PSTU)
Tarde: Alvorada.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
Viagens a Nova Petrópolis, São Marcos e Flores da Cunha.
40 Ca leb de Oliveira (PSB)
12h: reunião-almoço com Sindicato das Seguradoras, em Porto Alegre.
43 José Vilhena (PV)
Tarde: coordenação de campanha.
PT promete a desprivatização
O PT lança hoje, em Brasília, o programa de governo do seu candidato à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. O documento, com 72 páginas, aborda crescimento, emprego, inclusão social, distribuição de renda, estabilidade, infra-estrutura e desenvolvimento sustentável. Promete 'gigantesco esforço de desprivatização' e 'transição responsável e sem atropelos' para não estourar o equilíbrio fiscal. O programa defende a ação reguladora do Estado sobre o mercado e novo modelo de crescimento sustentável, esclarecendo, porém, que não se trata de estatização. Para o PT, desprivatizar significa deixar de estar a serviço de interesses privados. O partido também garante que o governo Lula resgatará a vocação do país para crescer em torno de 7%. Apesar das críticas à atual política econômica, mantém compromissos com o superávit primário e as metas de inflação na transição ao novo modelo.
Resumo
SERRA - A coordenação de campanha de José Serra divulgou ontem o slogan do tucano: 'O melhor presidente para mudar a vida da gente'. A equipe pretende realçar diferenças e avanços da sua proposta em relação ao governo de Fernando Henrique.
CIRO - O presidenciável da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, anunciou ontem a meta de salário mínimo de R$ 280,00, mas não deu prazo para a concretização. Alertou que a próxima gestão terá arrecadação menor.
LULA - O jornal britânico The Times publicou ontem reportagem sobre o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, chamando-o de 'populista que tem capturado eleitores com a retórica de impor impostos à elite rica'.
GAROTINHO - O presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, garantiu ontem que a proposta de dobrar o salário mínimo em dois anos não resultará em desordem fiscal nem na quebra financeira de municípios. Segundo ele, dados da sua equipe mostram que 5% das cidades seriam afetadas. Propõe a criação de fundo para destinar renda às prefeituras.
MACIEL - O corpo de Carmen Cavalcanti Maciel, mãe do vice-presidente Marco Maciel, foi sepultado ontem em Recife, Pernambuco. Ela tinha 87 anos e estava internada há seis meses devido a câncer no intestino.
ALAGOAS - O governador Ronaldo Lessa entregou ontem o cargo para o presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Fernando Tourinho. Lessa se dedica à campanha para evitar o crescimento de Fernando Collor, do PRTB, na disputa ao governo do estado.
FHC - O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que a corrupção não pode ser evitada totalmente, mas ela não deve se tornar sistemática. Ele se referiu às irregularidades que motivaram o governo a extinguir a Sudam e a Sudene. Foram empossados oito diretores dos novos órgãos de incentivo ao desenvolvimento das regiões.
FORTUNATI - Falando a empresários em Bento Gonçalves, o candidato da Frente Trabalhista ao governo do Estado, José Fortunati, afirmou ontem que a serra gaúcha tem dificuldades sérias nas áreas da saúde, habitação, infra-estrutura e segurança.
BERNARDI - O candidato do PPB ao governo, Celso Bernardi, disse ontem a empresários do Vale do Taquari que considera justa a reivindicação de que bons pagadores de impostos devam ser recompensados. Segundo ele, o incentivo poderia vir com a redução de alíquotas do ICMS.
AGRICULTURA - O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Angelo Menegat, rebateu ontem críticas do candidato do PMDB ao Piratini, Germano Rigotto, e do prefeito de Relvado, Jatir Radaelli. 'De 1999 a julho de 2002, o governo aplicou R$ 1,2 bilhão na agricultura, beneficiando mais de 1 milhão de trabalhadores do campo', afirmou.
EMANCIPADOS - O Senado promulgou lei tornando municípios Pinto Bandeira e Pedras Altas. Os seus processos começaram antes da publicação de emenda e os plebiscitos foram favoráveis.
Artigos
Ética, mercado e informação
Maria do Carmo Bueno Garcia
Perante o Senado dos Estados Unidos, o presidente do Fed (banco central dos EUA), Alan Greenspan, disse que os escândalos de grandes grupos econômicos de seu país 'arranharam, mas não quebraram' a credibilidade das empresas norte-americanas. As fraudes teriam sua razão na 'ganância infecciosa' que contaminou o mundo empresarial. O astuto presidente do banco central americano tentou aplacar a crise de desconfiança, acalmar os mercados e retomar a alta do PIB, mas o seu discurso teve um pano de fundo nitidamente moral, demonstrando que o próprio capitalismo pode fracassar se não obedecer a normas éticas essenciais.
Se isso vale para todas as atividades humanas, Alan Greenspan tem consciência de que se aplica de modo particular na economia e na política. No Brasil, o deputado federal Delfim Netto valeu-se das palavras do ex-presidente italiano Luigi Einaudi (1948-1995) para enfatizar que 'o mercado não é um fato da natureza, cujo escopo seja levar à vitória o mais forte, mas um sistema de regras e de normas sem o qual o capitalismo perde toda a sua credibilidade ética e as suas possibilidades de sucesso'. Para Delfim Netto, é a ocultação da informação que distorce os preços e retira a credibilidade ética do mercado.
A tecnologia hoje permite pronto acesso à informação, dificultando a dissimulação nos negócios e a maquiagem nos registros contábeis, aqui e no outro lado do mundo. Está aí um instrumento novo para depurar a economia. Algo parecido vem acontecendo na política e permitindo a derrubada de alguns ídolos pés de barro graças à comunicação que num segundo pode dar sete voltas e meia ao redor da Terra.
A economia, assim como a política, é muito vulnerável às trapaças de oportunistas. Os escândalos americanos provam que a desonestidade é um mau negócio e pode prejudicar todos. Provam também que a transparência, potencializada hoje pela informação instantânea, é uma conquista democrática. Provam, finalmente, que o mercado não é uma entidade que se autocorrige. Não tem alma nem sensibilidade e, se não for disciplinado e domesticado, pode destruir uma economia inteira, por mais rica e poderosa que seja.
Colunistas
PANORAMA POLÍTICO - A. Burd
QUEM EXPLICA PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS?
Até agora, só José Serra propôs discussão sobre a composição dos preços dos combustíveis. Ironicamente, o candidato governista. É preciso explicar aos consumidores a freqüente variação de preços não só aos que abastecem seus veículos, mas aos que vêem reflexos dos aumentos no índice de inflação. Afinal, o óleo diesel é utilizado no transporte de mercadorias e em parte na produção industrial. A produção nacional atingiu 80% do consumo, o que deve ser festejado. Porém, submeter o valor da nossa produção aos preços internacionais torna-se estranho. O lógico seria limitar a influência do preço internacional apenas aos 20% importados. Que os candidatos se lancem a esse debate em vez dos costumeiros bate-bocas que levam a nada.
ESTÁ NA HORA
Mesmo com a verticalização, malabaristas conseguem contorná-la. Prova de que reformas política e partidária não podem ser adiadas. Se não ocorrer em 2003, é porque o Congresso despreza a seriedade.
PODE ANTECIPAR
Leonel Brizola responde hoje ao presidente regional do PDT, deputado Vieira da Cunha, se há brecha na agenda de Ciro Gomes para que venha a Porto Alegre antes de 24 de agosto, quando estará em S. Borja.
JUNTOS
O colunista Moacir Pereira, de O Estado, de Florianópolis relatou encontro de domingo em Lages: 'Os organizadores conseguiram uma foto histórica, reunindo no mesmo palanque Ciro Gomes (PPS), Leonel Brizol a (PDT), Jorge Bornhausen (PFL), Sérgio Grando (PPS) e Ivan Ranzolin (PPB). (...) A presença de Grando no palanque não provocou qualquer constrangimento (liberais, trabalhistas e progressistas apóiam Amin)'.
GANHOU
O ex-vereador Valdir Fraga ganhou na Justiça direito de receber aposentadoria da Câmara de Porto Alegre no valor de R$ 3.700,00 mensais. Exerceu quatro mandatos e meio por 20 anos e mais oito como assessor do deputado estadual Aloízio Paraguassu. Depois, elegeu-se por duas vezes para a Assembléia. Em 1997, enfrentou denúncia de divisão de salário de assessor no seu gabinete. Foi absolvido pela Justiça.
SUSTO
Durante reunião na sede da Famurs, ontem à tarde, os azuizinhos resolveram agir, multando e guinchando automóveis dos prefeitos. Foi preciso que o prefeito de Porto Alegre, João Verle, corresse ao telefone para pedir ao secretário municipal dos Transportes, Luiz Carlos Bertotto, que aliviasse a fiscalização por duas horas na rua Múcio Teixeira. Pedido feito, pedido atendido.
SOBE
O Sindicato das Seguradoras explica hoje aos candidatos ao governo Celso Bernardi, Aroldo Medina e Caleb de Oliveira que o aumento da insegurança no Estado fez também subir o preço das apólices pagas pelos consumidores. Tema quente.
VALE-TUDO
Aberta a temporada de colagem de cartazes sobre cartazes nos tapumes, muitas vezes de candidatos do mesmo partido. Simpatizante da deputada Maria do Rosário tem andado de máquina fotográfica em punho e documenta. Se revelar o que viu...
COBRANÇA
O Sindicato dos Técnicos-Científicos do Estado, que entrou com ação em nome de 104 associados e obteve ganho de causa na Justiça, está cobrando o pagamento de benefícios. Como não há mais recurso e ainda ocorre atraso, vai jogar duro.
APARTES
Embalaram campanhas à Assembléia e à Câmara. Candidatos não sabem mais o que é dormir sete horas.
Ciro Gomes consegue a rara proeza de se apresentar como candidato antigoverno e anti-Lula.
De político que soma muitas horas de vôo: quem errar menos ganhará a eleição para o governo do Estado.
Antônio Hohlfeldt participa por três dias, em Barcelona, de congresso de doutores em Comunicação.
Apesar dos incidentes, o secretário municipal da Indústria e Comércio, Paulo de Tarso Carneiro, mantém a audiência com camelôs na 6ª-feira.
Na zona de turbulência a dupla baiana Duda Mendonça, assessor de Lula, e Nizan Guanaes, de Serra.
Opiniões e debates: Espaço Aberto, às 13h15min, na Rádio Guaíba.
No jornal: 'Preços controlados pelo governo jogam inflação para cima'. Quem haveria de ser o autor?
Partidos políticos mais se parecem pontos de ônibus. Pára qualquer um.
Editorial
MANEIRAS DE DIZER
De quando em vez, o economês, esse idioma tão fechado e pernóstico, inventa designações novas para velhos fenômenos da ciência econômica ou financeira. Puros modismos. Quando isso acontece, todos passam a usar o conceito novo. Por exemplo, cortar despesas passa a ser contingenciar o orçamento. Liberar verbas, ao contrário, flexibilizar recursos. E assim por diante. São formas de dificultar aos cidadãos comuns, não iniciados em economia e finanças, o entendimento da verdade dos algarismos das contas públicas.
Agora o país trata com o Fundo Monetário Internacional de um novo acordo operacional de crédito disponível. É que, no fim do exercício financeiro, findará o atual protocolo, no montante de 15 bilhões de dólares. E as gestões já foram batizadas: será o Protocolo de Transição. Tentemos a interpretação.
Transição de que para quê? Deste para o novo governo, eis que finda a era Fernando Henrique e virá a do presidente eleito? Ou simplesmente de um plano de crédito para outro a ser assinado com o FMI? É certo que a evolução democrática do país vai criar personagem novo na administração brasileira, modificando as responsabilidades dos contratantes com novas partes no contrato.
Parece mais aceitável a tese de que o que preocupa o Fundo Monetário Internacional é o problema da renovação de governo no país. Tanto que já se sabe que a visita de Anne Krueger, alta administradora do Fundo, é essencialmente uma verificação local do dilema sucessório e das tendências do eleitorado. Por via das dúvidas, a representante traz instruções no sentido de que o Banco Central peça o aval antecipado dos candidatos presidenciais para o acordo com o FMI. Claro que, ao final do pleito, só valerá o compromisso do eleito. O aval geral exigido é medida de garantia por parte do Fundo, mas representa inaceitável demasia cautelar. Os que falam e raciocinam em termos de economês saberão encontrar um nome de batismo para a garantia excessiva que está sendo exigida pelos emprestadores de dinheiro, de modo que a compreensão exata só fique deferida a iniciados na matéria.
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07/23/2002
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