60 mil médicos serão treinados pela internet no Estado
Iniciativa faz parte de acordo de cooperação firmado pelo governo estadual e as associações Brasileira e Paulista de Medicina
São Paulo vai usar a rede mundial de computadores como aliada no treinamento de pelo menos 60 mil médicos do SUS (Sistema Único de Saúde), responsáveis pelo atendimento de pacientes em todo o Estado. O acordo para transformar o projeto em realidade é parte do acordo de cooperação técnica assinado nesta quinta-feira, 18, pelo governador José Serra, que estabeleceu uma parceria entre a Secretaria Estadual da Saúde e duas entidades representativas da classe – a Associação Brasileira de Medicina e a Associação Paulista de Medicina.
Pelo convênio, os cursos passam a ser oferecidos em todas as especialidades clínicas, sempre divididos em módulos com duração máxima de 30 dias. “Queremos levar as mudanças da área e compartilhar com todos os profissionais da rede”, esclarece o médico Aldemir Soares, membro da diretoria da AMB.
Dados da Secretaria Estadual da Saúde revelam que, somente em São Paulo, atuam cerca de 92 mil médicos. “Temos uma média de 70% desse total na rede do SUS”, disse o médico da AMB. Ao participar do curso, o profissional será avaliado e terá uma nota que no final será incorporada ao seu prontuário junto a AMB. Além da internet, os profissionais poderão passar por treinamento em cursos presenciais feitos na própria AMB e também em 100 mil CD´s multimídia distribuídos.
Banco de dados
Para dar subsídio ao treinamento dos médicos, a AMB montou uma segunda frente de estudos que vai atualizar as informações referentes ao tratamento de patologias. Com isso, a idéia é criar um banco de dados, permitindo, desta forma, o aprimoramento no tratamento das doenças e a possibilidade de um diagnóstico mais preciso.
“É um passo para melhorar ainda mais o diagnóstico e tratamento de doenças no Estado. Tenho certeza que este sistema servirá de modelo assim como aconteceu com o programa paulista de Aids”, compara o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas.
“Vamos reduzir custos do tratamento com esse mapeamento e, consequentemente, diminuindo o sofrimento de pacientes. É um duplo benefício”, completa Aldemir Soares. Segundo ele, com as “diretrizes terapêuticas” em mãos, os profissionais evitarão indicar aos pacientes exames A ou B, justamente por terem no banco experiências já relatadas pela equipe da AMB.
Histórico
Aldemir Soares recorda que no final da década de 90, quando o então ministro da Saúde era José Serra, uma triagem feita pela entidade permitiu a catalogação de 240 tipos de patologias. Tudo está disponível aos médicos brasileiros num banco de dados. Lá, explica Soares, há informações de como o médico deve atuar em situações de um traumatismo, ou mesmo em um parto normal. “Paralelamente ao trabalho em São Paulo, estamos revisando esse primeiro banco”, frisa Soares.
Cleber Mata / com Secretaria Estadual da Saúde
(I.P.)
10/18/2007
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