A exemplo da Amazônia, Cerrado terá plano de combate ao desmatamento
No mês de setembro, o governo brasileiro anunciou a criação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado). O documento prevê 151 ações para reduzir a perda da cobertura vegetal e criar alternativas de proteção e uso sustentável dos recursos naturais do bioma. Estima-se que Cerrado detenha 5% da biodiversidade do planeta e a área é considerada prioridade global para conservação.
O PPCerrado vai ajudar o Brasil a atingir a meta de reduzir em 40% o desmatamento no Cerrado, até 2020. A previsão é que o ritmo de devastação caia em cerca de 8,7 mil km² por ano em dez anos.
"O plano é um passo para a implementação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, além de coordenar ações da agricultura sustentável e siderurgia verde, em dois acordos setoriais", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Entre as metas do plano está o aumento do consumo de carvão de florestas plantadas pela indústria de ferro gusa e o aumento de recursos para recuperação de áreas degradadas. Até 2011 o governo planeja investir R$ 339 milhões (cerca de US$ 198 milhões) em ações de fomento às atividades produtivas sustentáveis, monitoramento e controle, ordenamento territorial, educação ambiental e criação de 2,5 milhões de hectares em áreas protegidas.
O monitoramento do Cerrado por satélite pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) será permanente. Também será desenvolvido um sistema de detecção em tempo real, como o que funciona para a Amazônia Legal, que gerará informações capazes de agilizar as ações de comando e controle e reduzir o desmatamento na região. Agricultores familiares e assentados da Reforma Agrária terão assistência técnica e capacitação para acabar com o uso de queimadas para a produção.
Áreas protegidas
A exemplo do que foi feito na Amazônia, o PPCerrado prevê ações prioritárias nos 20 municípios que mais desmataram no período de 2002 a 2008. Junto com as ações de repressão, o plano vai levar alternativas sustentáveis para o desenvolvimento dos municípios.
O plano projeta para 2020 o aumento do número de áreas protegidas e a implementação do Macrozoneamento Ecológico Econômico do Cerrado. Nos próximos dez anos, deverão ser criadas áreas protegidas equivalentes a 2,5 milhões de hectares e demarcados 5,5 milhões de hectares em terras indígenas. O governo também espera recuperar de 8 milhões de hectares em pastos degradados, 17 vezes a área da cidade de São Paulo nos próximos dez anos.
"O Brasil é responsável por 70% das unidades de conservação criadas na última década. Vamos trabalhar para o protagonismo da conservação da biodiversidade e para a convergência com a questão climática", finalizou a ministra.
Fonte:
Portal Brasil
22/10/2010 19:00
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