'A Petrobras precisa da capitalização', afirma Delcídio Amaral, relator do projeto que trata do assunto



Recuperado depois de duas semanas de tratamento contra dengue, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) voltou à tribuna do Senado para comentar os quatro projetos sobre o petróleo da camada pré-sal que tramitam no Congresso Nacional. Delcídio é relator do PLC 8/10 na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Esse projeto trata da capitalização da Petrobras para a exploração dos campos do pré-sal e já recebeu cinco emendas.

- A Petrobras precisa da capitalização por uma razão muito simples: porque nós temos um programa de investimentos até 2014, e a Petrobras necessita de novos recursos para desenvolver o planejamento estratégico aprovado. Esse projeto de capitalização é muito importante - declarou.

Sobre o PLC 16/10, que institui novas regras para distribuição dos royalties do petróleo e cria o regime de partilha para exploração dos recursos do pré-sal, Delcídio afirmou que o sistema escolhido pelo governo federal, o de partilha, apesar das várias críticas, é um modelo que funciona. Ele disse que o atual modelo, o de concessões, trouxe avanços para o setor de petróleo e gás e para o país, mas disse achar acertada a decisão do governo de modificar o marco regulatório, mandando ao Congresso o projeto do regime de partilha.

- A partilha funciona, a despeito de muitas pessoas questionarem. A decisão do governo brasileiro foi de ter controle das jazidas. Foi, mais do que nunca, de adotar um procedimento considerando essas novas jazidas do pré-sal como estratégicas e, consequentemente, propôs o sistema de partilha. Eu não vejo dificuldades na aprovação do sistema de partilha, porque ele funciona - opinou.

Já sobre o PLC 309/09, que cria a Petro-Sal, Delcídio disse que a escolha dos dirigentes da nova empresa precisa obedecer a alguns requisitos, devido à importância que terá a entidade. Para ele, o modelo de sabatina, já usado para a escolha de diretores das agências reguladoras, poderia ser usado também na Petro-Sal. O senador também afirmou que deve ser discutido o poder de veto que a estatal terá nos assuntos referentes à exploração e produção dessa nova riqueza brasileira.

Fábrica de fertilizantes

Delcídio também registrou que a possibilidade de construção de uma fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul, com recursos da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2), seria uma ótima conquista do estado. Ele disse que o Mato Grosso do Sul tem todas as condições de receber esses recursos e abrigar a fábrica, por ter a infraestrutura necessária.

- Acho que essa decisão com relação a fertilizantes é fundamental. O Brasil importa 70% do fertilizante que consome. Nós somos uma grande potência sob o ponto de vista do agronegócio, mas não podemos ficar nas mãos de algumas empresas que controlam os insumos básicos. Portanto, é muito bem-vinda, no PAC 2, a fábrica de fertilizantes em Mato Grosso do Sul - afirmou Delcídio.



06/04/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


Delcídio desmente boatos sobre alternativas para capitalização da Petrobras

Delcídio já tem relatório pronto sobre a capitalização da Petrobras e garante aprovação

Delcídio Amaral diz que o Brasil precisa ter competitividade na economia

Marco regulatório da aviação civil precisa ser atualizado, diz Delcídio Amaral em seminário

Delcídio Amaral pede cuidado na definição da pauta da CPI da Petrobras

Aprovado projeto de capitalização da Petrobras