Ação contra Fogaça agrava divisão



Ação contra Fogaça agrava divisão Lideranças do PMDB, derrotadas na luta pelo comando no Estado, estão dispostas à desfiliação A manobra da direção nacional do PMDB para evitar que o senador José Fogaça chegasse à presidência do Senado acelerou a definição do grupo dissidente que perdeu a disputa pelo comando do partido no Rio Grande do Sul. Em reunião até a madrugada de ontem, os deputados estaduais Mário Bernd, Cézar Busatto, Paulo Odone, Elmar Schneider, Berfran Rosado e Iara Wortmann, o deputado federal Nelson Proença, a vereadora Clênia Maranhão e o ex-governador Antônio Britto se mostraram praticamente decididos pela saída do PMDB na próxima semana e pela entrada, em bloco, no PPS. Alguns parlamentares ainda estão em dúvida e definirão seu futuro político neste final de semana, junto à base eleitoral. Os dissidentes aguardam posição do senador Fogaça para anunciar a desfiliação do PMDB por acreditarem na possibilidade de ele também optar pela saída. Em função disso, o comunicado oficial, de permanência ou não, ocorrerá somente a partir de segunda-feira, apesar de os deputados não esconderem o descontentamento e a vontade de abandonar o partido. O grupo avalia que não existe mais espaço para ficar, reconhecendo que a maior dificuldade enfrentada é de se afastar do senador Pedro Simon, lançado há dois anos pela bancada estadual do PMDB, candidato ao Planalto. 'O que a cúpula do partido fez com Fogaça ocorrerá com Simon, que até disputará a prévia para concorrer à Presidência. Porém, será em seguida defenestrado em nome de entendimento com o PSDB. Ele tem todo o direito de aspirar à candidatura, mas o partido não lhe dará essa oportunidade', avaliou Bernd. Para Odone, a imagem do PMDB se agrava a cada episódio protagonizado pelo partido. O parlamentar salientou que os peemedebistas que detêm o comando perderam a oportunidade de fazer uma grande reflexão sobre os motivos pelos quais há tamanho descontentamento e frustração. Segundo Iara, o grupo precisa buscar espaço para aplicar o seu projeto, hoje antagônico ao do PMDB. 'É uma decisão coletiva e bom seria se pudéssemos sair todos juntos', afirmou. Além dos desentendimentos internos, outro fator foi determinante para a aceleração das articulações visando à saída do PMDB: as restrições do PDT ao ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, o que dificultaria a inclusão do PMDB em uma frente para 2002. O grupo dissidente pesa as chances eleitorais no próximo ano. Fora do PMDB, não sofreriam acusações por estarem na defesa do governo Fernando Henrique Cardoso nem seriam vinculados à cúpula que sustenta a manutenção do partido na base governista. Bernardo: 'PPS tem preferência' O deputado estadual Bernardo de Souza, do PPS, declarou ontem ter conversado com peemedebistas depois da reunião que o grupo realizou até a madrugada de ontem. Segundo Bernardo, as lideranças mencionaram que está praticamente certa a decisão de deixar o PMDB. 'O PPS tem a preferência da maioria', garantiu. Porém, o deputado ressalvou que, se isso se confirmar, os dissidentes do PMDB precisam saber que o PPS não é espaço para solucionar conflitos não resolvidos internamente no seu partido. Bernardo disse que o PPS tem história e está comprometido com a esquerda na construção de uma nova alternativa para o país. 'Não estamos desesperados para crescer nem faremos isso a qualquer preço', destacou. Bernardo declarou que aqueles que manifestarem interesse em ingressar no PPS devem estar conscientes das posições ideológicas do partido e obedecer a três critérios básicos, que são: ter imagem pública de credibilidade, aderir integralmente ao programa do partido e assumir compromisso com o crescimento do PPS dentro da linha estabelecida. O deputado enfatizou que o comprometimento com a postura ideológica do PPS vai predominar entre os requisitos e isso foi expresso aos interessados em outras oportunidades. Maluf chama acusações de vazias O ex-prefeito Paulo Maluf, do PPB, voltou a afirmar ontem que as acusações contra ele, entre elas a de ter realizado aplicações financeiras em seu nome na ilha de Jersey, são vazias. Essa investigação faz parte da ação penal que apura a emissão supostamente fraudulenta de títulos públicos para o pagamento de precatórios. 'É tudo mentira. Não há nenhuma prova. Ao contrário, os indícios são falsos', ressaltou Maluf. O ex-prefeito participou ontem, no diretório regional do PPB em São Paulo, de ato de apoio a ele, organizado por integrantes da Ação Mulher Progressista. Pelo menos 150 mulheres manifestaram apoio à sua provável candidatura ao governo de São Paulo. Para elas, Maluf tem sido injustiçado. Apesar de discursar como candidato ao governo do estado, Maluf declarou que só em abril de 2002 vai informar se sairá candidato à Presidência da República ou ao governo estadual. Em São Paulo, as mulheres representam 52% do eleitorado. Ciro cita a Argentina ao pregar modelo político O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, disse ontem em Natal que a situação econômica brasileira é grave. Pregou a parceria entre Estado, empreendedores e povo como forma de colocar o país no rumo do desenvolvimento. Ciro defendeu a retomada do crescimento e citou a Argentina como laboratório de erros em se submeter ao poder econômico mundial. Para ele, o Brasil sentirá em breve os efeitos da vassalagem à economia internacional. Clênia admite que pode deixar partido A vereadora Clênia Maranhão, afirmou ontem se sentir indignada, desconfortável e em discordância com o PMDB ao admitir a possibilidade de deixar o partido. Segundo ela, a decisão é difícil por ter 22 anos de atuação e acreditar nos princípios ideológicos do PMDB. Salientou, porém, que a direção desviou o partido da sua rota histórica: 'Gostaria de ficar, mas cada atitude da cúpula afasta mais o PMDB da sociedade'. Para Clênia, nem o afastamento de Jader Barbalho do comando foi cumprido pela cúpula. 'Foi deprimente vê-lo articulando a indicação de Ramez Tebet', opinou. Ela disse estar conversando com apoiadores e ter recebido manifestações positivas sobre a saída. CONDENAÇÃO O ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, disse ontem que vai recorrer da sentença da Justiça Federal que o condenou por uso de aviões oficiais em seis viagens a Fernando de Noronha, entre 1996 e 1998. A pena é a perda do cargo, a suspensão dos direitos políticos por oitos anos, o ressarcimento aos cofres públicos dos gastos e o pagamento de multa de R$ 20 mil. 'Estou tranqüilo em relação aos meus atos e sei que em todas as viagens que faço, não interessa qual o destino, pratico atos típicos de governo', garantiu. Outros ministros estão sendo julgados. Fogaça disposto a fazer luta interna O senador José Fogaça, do PMDB, afirmou que não deverá deixar o partido, pelo menos de imediato, mesmo após sua derrota à presidência do Senado. 'O processo foi traumático e me deu uma idéia de com quem terei de conviver nos próximos anos', admitiu. Segundo ele, o PMDB está em crise e as práticas políticas adotadas pela cúpula são 'inadmissíveis, como chantagear o governo para obter cargos'. Há 30 anos no partido, Fogaça acredita que a melhor forma de mudar o rumo peemedebista é a luta interna. Porém, não adiantou a direção que tomará: 'O que eu vou fazer não depende de prazo. Avaliarei se concorro à reeleição conforme o contexto político no qual vou me inserir'. Mardini e Graco disputam o diretório metropolitano O PPB de Porto Alegre realizará eleição para o diretório metropolitano amanhã, na Câmara Municipal. Os candidatos à presidência são Hugo Mardini e Caio Graco. Mardini afirmou que priorizará o trabalho nas comunidades carentes. 'A vitória em 2002 será decidida na região Metropolitana', disse Mardini. Graco explicou que lutará para recuperar os vínculos do partido com as bases e as lideranças comunitárias. Postal acredita na reversão do quadro O secretário-geral do PMDB, deputado Alexandre Postal, comentou que a possibilidade de dissidências não é definitiva e há chances de reversão. Lembrou que o presidente estadual, deputado Cezar Schirmer, e o senador Pedro Simon conversaram pessoalmente com todos os deputados, deixando claro que a vontade individual não deve se sobrepor à base partidária. 'O PMDB está em primeiro lugar', reforçou. O deputado José Ivo Sartori comunicou que pretende esgotar todas as alternativas através do debate interno e prefere dar tempo ao tempo. Ele acredita que muitas coisas podem mudar até 5 de outubro, prazo final para quem quer concorrer estar filiado a um partido político. PPB realiza último debate dos aspirantes ao governo Os pré-candidatos ao governo do Estado pelo PPB, Celso Bernardi e Adolfo Fetter Júnior, fizeram ontem à noite, em Gramado, o último debate. No total, foram 20 encontros que reuniram cerca de 15 mil filiados. Na avaliação deles, o interesse pelos debates demonstrou que a prévia tem antecipadamente um vencedor: o próprio PPB. A participação direta dos filiados, acreditam, respaldará o escolhido a representar o partido. Presidente e PMDB juntos definem o novo ministro A cúpula do PMDB se reunirá, na próxima semana, com o presidente Fernando Henrique para definir o nome do futuro ministro da Integração Nacional, em substituição a Ramez Tebet. A escolha traz outra discussão: a data da saída do PMDB do governo. Alguns peemedebistas defendem a devolução dos cargos em dezembro. Para o senador José Fogaça, não seria correto que um senador do PMDB aceitasse o convite para ficar pouco tempo no cargo. PT no Planalto não prevê revisar as privatizações O deputado federal Aloízio Mercadante, do PT, afirmou ontem que não haverá processo de revisão das privatizações feitas caso o partido vença a eleição presidencial de 2002. Segundo ele, o pequeno grupo que defendia a reestatização obteve apenas 15% dos votos nas eleições internas da sigla, o que encerra essa questão. Porém, Mercadante disse que a postura poderá mudar se o governo atual decidir vender as geradoras Furnas e Itaipu. Schirmer não vê razão do abandono O presidente regional do PMDB, Cezar Schirmer, disse ontem não acreditar que alguém sairá do partido. Para ele, não há razão que sustente um passo tão importante como esse na vida pública de um político. Se isso acontecer, ressalvou, sua convicção pessoal é de que as decisões serão isoladas e não terão conexão com a base partidária. 'Essa vai permanecer fiel ao PMDB', sentenciou. Schirmer garantiu que a direção estadual fez todos os esforços possíveis para evitar dissidências, lembrando que, desde que assumiu a presidência, buscou unificar o partido no Rio Grande do Sul. A direção estadual não pretende se reunir no final de semana para tratar do assunto e aguarda evoluções. Simon lançado em Mato Grosso O senador Pedro Simon lançou ontem, em Cuiabá, sua pré-candidatura à Presidência da República. O lançamento ocorreu durante o ato do partido para a filiação de vários políticos e empresários, entre eles o diretor-presidente do grupo agropecuário Fazendas Reunidas Boi Gordo, Paulo Roberto Andrade. 'Um partido só é grande com candidatos', declarou o senador. Usando a mesma estratégia do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, do PMDB, que assumiu a pré-candidatura durante um encontro regional, em junho, os peemedebistas reuniram no Mato Grosso líderes nacionais, como o presidente do partido, deputado federal Michel Temer, o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, o presidente do Congresso, senador Ramez Tebet, e os líderes no Senado, Renan Calheiros, e na Câmara, Geddel Vieira Lima. Temer reiterou que o partido terá candidato próprio à Presidência da República em 2002. O deputado exortou os diretórios nos estados a fazerem o mesmo, lançando candidatos próprios para os governos locais. Ele afirmou ainda que não descarta nenhum tipo de aliança. Artigos NENHUM FUNDAMENTALISMO Beto Albuquerque O mundo acompanhou estarrecido o ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos. Os alvos foram escolhidos a dedo e atingiram os centros econômico e militar e quase a Casa Branca: o coração político daquela nação. Os mentores e executores da matança de inocentes foram grupos de fundamentalistas religiosos que não temem matar ou morrer pelas causas que acreditam ou, incrivelmente, pelo Deus que seguem. Os EUA decidiram vingar as mortes, adotando a guerra como solução para o terrorismo, omitindo o fato de que o próprio regime do Talibã foi fortalecido economicamente e com armas pelos norte-americanos quando combateu o Iraque na Guerra do Golfo. Agora, querem 'obrigar' todos os países, inclusive o Brasil, a participar de armadilhas revanchistas, revelando prepotência e seu fundamentalismo econômico. Qualquer ação que conduza à guerra trará conseqüências sérias a todo o planeta. O presidente Bush, na condição de detentor do poder econômico mundial, acredita poder interferir na política interna das demais nações. A democracia e a liberdade não podem ser utilizadas como escudos que abriguem iniciativas de caráter bélico ou econômico contra os povos. A África e o Brasil são exemplos de fome e enormes dívidas externas, o que impossibilita o desenvolvimento das suas economias. Somos contrários a qualquer ato de violência. O ataque contra os norte-americanos foi um crime contra a humanidade. No entanto, a exploração capitalista e a exclusão dos cidadãos das mínimas condições de vida digna também são crimes contra a humanidade. A reflexão por parte do restrito grupo dos países ricos torna-se essencial, uma vez que os rumos econômicos de todos nós são determinados por eles. Bom seria que não morressem mais inocentes, que os fundamentalistas religiosos revissem sua posição de morrer e matar e que os fundamentalistas econômicos entendessem que é preciso dividir a riqueza para acabar com os conflitos entre quem tudo tem e quem nada possui. Nenhum fundamentalismo tem sentido, ambos matam, excluem e exploram. Assim como repelimos a violência praticada contra os EUA, não podemos concordar com a intenção de vingança dos norte-americanos. O ódio nada constrói. Ao contrário de Bush, que divide o mundo entre os terroristas e os EUA, penso que há um outro mundo a ser seguido: o da paz. Colunistas Panorama Político/A. Burd CORAÇÕES PARTIDOS Robert Redford e Meryl Streep, em 1986, estrelaram 'Entre Dois Amores', filme que ganhou sete Oscar da Academia de Hollywood. Quinze anos depois, surge a versão gaúcha. Integrantes do PMDB com mandato examinaram detidamente o roteiro, escolheram a trilha musical e, entre dois amores, definem-se por um. Do velho PMDB de guerra passarão ao novo PPS, magoados com maus-tratos da cúpula do único partido em que cada um militou e fez carreira. O atrelamento ao governo federal, que contestam, acusações não rebatidas a cabeças coroadas do partido em Brasília e o que julgam como traição a Fogaça na eleição à presidência do Senado fizeram com que chegassem ao gesto extremo: vão em busca de novo amor partidário. APROXIMA-SE O ex-governador Vicente Bogo terá encontro amanhã com Leonel Brizola para primeiro alinhavo sobre seu futuro político. Depois, irá ao Rio. A paisagem de Copacabana tem inspirado mudança de rumos. CONTRA O 2º TURNO O deputado Luiz Fernando Schmidt antecipa o seu voto na reunião de segunda-feira: acha desnecessário 2º turno à presidência estadual, desde que garantam secretaria-geral para o PT Amplo e Democrático. APROVAÇÃO - A Secretaria dos Transportes obteve, ontem, avaliação técnica positiva de representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento para os 400km de rodovias concluídos e mais 250km em execução no Estado. O secretário Beto Albuquerque obteve sinal verde e publicará editais, em outubro, para a construção de mais 300 quilômetros de estradas. Já está concluída a licitação para a restauração de 2.480 km. O QUE IMPEDE Há dois obstáculos para o senador José Fogaça deixar o PMDB: 1º) seu grande adversário é Paulo Hartung, do PPS, que já está com um pé no PT; 2º) foi o relator e defendeu projetos do governo. Ser liderado por senador da oposição no momento vai lhe causar um certo desconforto. ESTRANHO No encontro com produtores, em Brasília, o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, estranhou o fato de a Prefeitura de São Paulo estar importando leite para a merenda por preço acima do praticado no Brasil. RECUPERAÇÃO O deputado estadual Jair Foscarini recupera-se bem, no Hospital São Francisco, da Santa Casa, de cirurgia a que se submeteu 2a-feira para a desobstrução de pontes de safena. Por recomendação médica, ainda não está recebendo visitas. LOTADA O Executivo cumpriu, no último dia de prazo, o que determina a Lei Orgânica: chegou à Câmara de Porto Alegre, no final da tarde de ontem, uma Kombi lotada com documentos solicitados pelos vereadores que integram a CPI do Demhab. Não houve condições de protocolar, o que ocorrerá a partir das 8h de 2ª-feira. VER PARA CRER Não está afastada a hipótese de o mandato do vereador João Dib como presidente da Câmara, previsto para 2003, ser antecipado para 2002. EM 1991 Há dez anos, neste mesmo dia, o presidente Fernando Collor, que viajaria aos Estados Unidos para sessão inaugural da assembléia da ONU, proibiu a circulação do Diário Oficial durante a sua ausência. Queria impedir que o substituto, Itamar Franco, sancionasse leis. APARTES Prefeito Tarso relembrou a militância na mesma trincheira durante conferência municipal do PC do B. Ciro Gomes só espera sinal para vir a Porto Alegre e participar de megaevento de filiações ao PPS. Vereador Sebastião Melo provoca: 'Se o PPS receber egressos do PMDB, deve mudar de nome, passando a ser PPN, Partido Popular dos Neoliberais'. Eleição estadual do PT, domingo, levou 29.060 filiados às urnas. Deputado Giovani Cherini lidera caravana de prefeitos do RS que visitará agrovilas no Paraná, de 24 a 26. Greve de servidores na Corsan, como ocorreu no governo anterior. Presidente do Banco Central aposta na reversão do dólar. Otimismo sobe de cotação como nunca. Deu no jornal: 'Tabelinha com presidente do Conselho de Ética favorece Jader'. Vaias da torcida. 'Quem bate forte na cara do FMI acaba quebrando a mão' (ex-diretor do Banco Central, Fernão Bracher). Editorial O TERRORISMO E A ECONOMIA Analistas do mundo inteiro, a partir do impacto causado pelos atentados terroristas nos Estados Unidos, procuram determinar as conseqüências do fato sem precedentes na economia globalizada dos dias de hoje. A insegurança que tomou conta dos mercados, face a um perigo que se sabe exatamente de onde parte e em que local vai atacar, provocou imediata retração. Os grandes investidores mantêm-se, ainda, em compasso de espera, aguardando os desdobramentos que estão por vir a partir da ação militar que a nação americana, indignada, está a exigir do presidente George W. Bush. Apesar das incertezas que um quadro assim, de anormalidade, determina, uma reação positiva pode e deve ser ressaltada. Os principais bancos centrais da Europa e da Ásia acompanharam a decisão norte-americana de redução dos juros para afastar o temor de uma recessão mundial, cujos efeitos seriam catastróficos. Pena que os países emergentes, como o Brasil, não possam ou não se animem a seguir a mesma política e continuem mantendo taxas estratosféricas. No caso brasileiro, o real enfraquecido desaconselha a redução da taxa básica dos juros. A pressão extra sobre o câmbio dificulta sobremaneira a queda dos juros, forçando o Banco Central a se manter numa postura conservadora e cautelosa, o que não implica, necessariamente, impedimento definitivo para uma mudança de conduta, ainda este ano, como admitiu o próprio presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Enquanto os países ricos da Europa avaliam a real extensão dos efeitos que o ataque terrorista aos Estados Unidos provocou em suas economias, vai-se formando uma nova consciência de cooperação internacional maior, como fator capaz de impedir que mergulhe o capitalismo num processo recessivo difícil de ser estancado. Assim sendo, tão importantes como as decisões que serão tomadas pelos países organizados para combater o terrorismo, serão também as mudanças políticas na condução da macroeconomia mundial, para que se ampliem geograficamente, alcançando os países em desenvolvimento, as áreas cujas populações ainda não recebem os benefícios de um capitalismo moderno, como acontece nos países mais ricos. Topo da página

09/22/2001


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