Acir Gurgacz diz que ser humano deve ser preservado junto com a floresta




"Haja ou não o aquecimento global, seja ou não causado pelo homem, nada, de nenhuma maneira, justifica o erro colossal de lógica do ambientalismo de menosprezar o ser humano como parte da natureza a ser conservada". Ao opinar que o Brasil deve se livrar das influências internacionais e expressar sua soberania sobre a questão ambiental, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) defendeu a continuidade da busca da meta de desmatamento ilegal zero, mas em conformidade com o zoneamento econômico-ecológico do próprio pais.

Para o senador por Rondônia o Brasil deve priorizar a sustentabilidade ambiental com sustentabilidade social e sustentabilidade econômica. Ele afirmou que, se o Brasil agir dessa forma, em vez de ameaçar o clima do planeta dará exemplo de desenvolvimento sustentável e em conservação da natureza. Gurgacz ressaltou que a prioridade deve ser o ser humano e o desenvolvimento sustentável sob a luz da ciência e da tecnologia brasileiras.

Qualquer esforço para conservar a natureza, argumentou Gurgacz, deve cuidar também do ser humano. Ele classificou como distorção o fato de os ambientalistas afirmarem que estão defendendo as gerações futuras quando não defendem a geração atual. O senador comparou que enquanto o ambientalismo internacional baseia seu discurso na preservação da vida alegando preocupação com as gerações futuras, na prática nada faz para impedir a morte das cerca de 16 mil crianças por dia, provocada pelos efeitos diretos e indiretos da fome.

- Ao mesmo tempo, a falta de saneamento básico, problema ambiental mais sério do mundo, atinge 40% da população mundial, causando a morte de mais de 2,3 milhões de crianças por ano. Isso é um sintoma que mostra como interesses capitalistas internacionais induzem a distorções de lógica, neste caso denunciando até um sinal da decadência da nossa civilização - afirmou Acir Gurgacz.

Em aparte, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) alertou que por trás do discurso de preservação do meio ambiente estão ocultos os interesses econômicos das grandes potências. Ele observou que os 25 milhões de brasileiros que moram na região amazônica não têm condições de sobreviver apenas contemplando animais e árvores enquanto passam fome e são vitimados por doenças que poderiam ser evitadas por meio da prevenção.



11/11/2010

Agência Senado


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