ACM critica Lula por se recusar a falar sobre negócios de Fábio Luiz
O senador Antonio Carlos Magalhães(PFL-BA) criticou, em plenário, nesta quarta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por este se recusar a falar sobre a parceria da Gamecorp, empresa de seu filho, Fábio Luiz, com a antiga Rede 21, hoje Play TV. Contrato de publicidade firmado pela Play TV teria rendido à Gamecorp verbas de diversas empresas públicas, entre elas Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Ministério da Saúde e até mesmo a Secretaria de Administração da Presidência da República.
Antonio Carlos Magalhães também criticou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, por ter defendido o governo, alegando que não se deve "demonizar" as organizações não governamentais (ONGs) e, sim, fiscalizá-las.
- Hoje mesmo, em quase todos os jornais, a ministra aparece defendendo a Gamecorp e as ONGs que sobrevivem grudadas ao erário. É o governo que dá o dinheiro para a publicidade do filho do presidente e a ministra limita-se a dizer que se trata de acordo comercial como tantos outros. Em relação às ONGs, diz que não se pode demonizá-las - salientou o senador, ao afirmar que o governo, a quem cabe fiscalizar as ONGs, é o mesmo que dá a elas dinheiro, e que a fiscalização não é feita para que o governo "possa roubar por meio das ONGs".
Para o parlamentar, o recebimento de verbas publicitárias do governo pela Gamecorp já é uma prova da ilegalidade dos negócios. Já sobre as ONGs, ACM disse que, apesar do intenso trabalho de fiscalização realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), não é possível exercer uma plena fiscalização. Fiscalização que, segundo ele, não é feita pela a Controladoria Geral da União (CGU).
O parlamentar pela Bahia elogiou a postura do juiz Régis Bonvicino, da 1ª Vara Civil do Fórum de Pinheiros, por ter-se negado a manter sigilo sobre o contrato entre a Gamecorp e Play TV, como fora pedido pelo advogado da última, em processo que move contra a Editora Abril.
- O juiz decentemente pede que se diga os nomes dos sócios da Gamecorp - salientou o senador, ao afirmar que sua intenção não é ofender o presidente, mas esclarecer os fatos, pois, na sua avaliação, "esse tipo de negócio precisa acabar no Brasil".
Ao finalizar seu discurso, o senador protestou contra a proposta governista de coalizão, a qual chamou de "imoralidade", e voltou a pedir esclarecimentos sobre o "mensalão" e o "valerioduto", escândalos de corrupção que envolveram membros do governo Lula no primeiro mandato.
29/11/2006
Agência Senado
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