ACM DESMENTE CRISE COM FERNANDO HENRIQUE



"Não tenho crise nenhuma com o presidente Fernando Henrique Cardoso", garantiu hoje (dia 21) o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, para quem houve "exagero" no noticiário de imprensa segundo o qual as relações entre os dois estariam estremecidas.

- Ainda hoje de manhã o presidente teve a gentileza de me telefonar, dando o aplauso do Executivo ao trabalho que o Congresso vem realizando, especialmente nestes dias, e nos estimulando a continuar. Publicamente fez o mesmo, ontem, em discurso nesse sentido. Crise é uma coisa que vocês (a imprensa) estão criando - afirmou.

O senador distinguiu duas faces de sua relação com o presidente: a pessoal e a institucional, e enfatizou que nesta última "não pode haver qualquer problema", apesar das divergências que venham a existir sobre determinados pontos, como é o caso do aumento do Imposto de Renda da Pessoa Física.

- Se você pergunta se estamos em lua-de-mel, eu digo que não - disse Antonio Carlos, respondendo a um repórter - mas não estou aborrecido com o presidente, como falaram.

Antonio Carlos descartou a hipótese de instalar-se uma crise entre Executivo e Legislativo caso o Congresso derrube o aumento do Imposto de Renda,

- Isso não geraria crise. Vivemos num país democrático, onde o Legislativo está atendendo aos anseios da Nação. Se o Congresso modificar a medida, vai propiciar outras fontes de arrecadação, portanto, o presidente não poderá se aborrecer - contestou.

Indagado se havia se sentido atingido pelas críticas do presidente aos que não votaram a favor da Reforma Administrativa, o senador respondeu:

- Não, porque não sou oposição. Eu acho até que ele não deveria ter falado, porque quando a gente vence, deve esquecer do vencido; o importante é vencer.

Quanto a versões de que o PSDB estaria "com ciúmes", por acreditar na sua participação em favor de entendimento entre Fernando Henrique e o ex-prefeito Paulo Maluf, Antonio Carlos afirmou que "só amadores em política" poderiam acreditar nessa tese.

- Duvido que um homem experiente como Mário Covas vá pensar que o Maluf precisou da minha intermediação para chegar ao Palácio da Alvorada. Evidentemente, ele só chegou porque abriram a porta, e o dono da porta é o presidente da República. Quem tem essa chave não sou eu. Eu não posso levar, não devo e não levei. Ele nunca chegaria lá se o presidente não quisesse - assinalou.



21/11/1997

Agência Senado


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