ACM diz que demissões na Sudam provam que ele acertou ao fazer as denúncias



O ex-presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), afirmou no início da noite desta segunda-feira (dia 12) que as demissões feitas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), inclusive dos diretores, são uma prova de que ele estava certo ao denunciar irregularidades naquele órgão.

- Essas demissões já deveriam ter ocorrido. Elas comprovam minhas denúncias. O governo está acertando em tirar pessoas que não estão à altura de exercer postos públicos - disse.

Questionado por repórteres sobre a afirmação do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, de que o nome do presidente do Senado, Jader Barbalho, não consta das investigações da Sudam, Antonio Carlos Magalhães disse que isso "era de se esperar", pois o ministro pertence ao PMDB, mesmo partido de Jader.

Sobre o discurso feito à tarde pelo senador Jader Barbalho, no qual ele apresentou o resultado de uma auditoria sobre seu patrimônio, Antonio Carlos disse que "isso é uma boa coisa para se investigar numa CPI ou coisa semelhante". Para ele, "em vez de se fazer uma auditoria particular paga, deveria ser feita uma auditoria pública".

Os jornalistas lembraram que Jader Barbalho concorda com uma CPI que, além de investigar o Banco do Estado do Pará, trate também de denúncias que envolvem a empreiteira OAS e outros fatos em que Antonio Carlos estaria envolvido. "É esta CPI que eu quero. Ampla, que possa mostrar a diferença entre o atual e o ex-presidente do Senado. Assino o requerimento para se criar uma CPI para investigar tudo, mas não pode ficar o Banpará de fora", respondeu o senador.

Lembrado de que Jader Barbalho citou, entre os que gostaria de ver investigados, o ex-diretor da OAS José Raul Gigante, Antonio Carlos Magalhães sustentou que nada tem a ver com a empreiteira.

- Não tenho nada com a OAS. Cabe ser investigado tudo o que um senador disser a respeito de qualquer pessoa ou empresa. Há também uma série de empreiteiras que quero ver investigadas. Não aceito é que se faça auditoria particular. Já passei dessa idade - disse.

Perguntado sobre se a CPI deveria investigar também o dossiê Cayman, Antonio Carlos respondeu: "Por mim não, pois esse assunto já foi esclarecido. Mas se quiserem..."

12/03/2001

Agência Senado


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