ACM EXALTA, EM LISBOA, ELOS RELEVANTES ENTRE BRASIL E PORTUGAL



Mais do que bons parceiros, Portugal e Brasil são parceiros históricos, que partilham a mesma língua e, como em muitos outros momentos sui generis, festejam conjuntamente "o ato do descobridor e a terra descoberta", disse o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, em sessão solene realizada nesta terça-feira (dia 16) no plenário da Assembléia da República, em Lisboa, em homenagem aos 500 anos do Brasil. Ele agradeceu ao presidente da Assembléia, Antônio de Almeida Santos, pela iniciativa de integrar o Parlamento português às comemorações pelos 500 anos do Brasil e pela singularidade do convite com que o distinguiu, associando-o com tanto destaque à solenidade. Antonio Carlos registrou também seu "comovido agradecimento" à alta comenda com que o presidente de Portugal, Jorge Sampaio, agraciou Luís Eduardo Magalhães, a título póstumo. São tão estreitas e singulares as relações entre Brasil e Portugal que elas ensejam paradoxos, ressaltou Antonio Carlos. "Paradoxos aparentes", porque na verdade apontam para os traços-de-união entre as duas nações, completou. Nesse sentido, ele referiu-se à independência política brasileira, proclamada por dom Pedro I, e, antes dela, à Constituinte portuguesa de 1821, que instituiu o sistema representativo no reino e em que o Brasil foi representado por deputados provinciais. Já mais recentemente, Antonio Carlos ressaltou a convergência dos dois países no rumo da reafirmação democrática, em que figuras de destaque em ambas as sociedades contribuíram para uma reaproximação que, hoje, se consolida numa parceria econômica bem-sucedida, com capacidade para se ampliar à União Européia e ao Mercosul. O presidente do Senado exaltou especialmente as figuras de Mário Soares e Jorge Sampaio, respectivamente, ex e atual presidentes de Portugal, e de Luís Eduardo Magalhães, que desempenhou papel relevante "no encaminhamento exitoso das grandes reformas do Estado brasileiro" iniciadas no primeiro mandato presidencial de Fernando Henrique Cardoso.No plano cultural, para além das inúmeras e mútuas influências, o presidente do Senado concentrou-se no campo literário para ressaltar a figura de Padre Antônio Vieira como o elo mais forte entre os dois países, seguido por "grão-senhores das letras" como Camões, Alexandre Herculano, Eça de Queirós, Ferreira de Castro, Miguel Torga, entre inúmeros outros com os quais Antonio Carlos se disse "feliz de navegar ainda hoje, com freqüência".

16/05/2000

Agência Senado


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