ACM: PACTO NÃO PODE SER UNILATERAL



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, defendeu nesta segunda-feira (dia 25) a adoção de medidas no sentido de evitar demissões de metalúrgicos, mas discordou da necessidade imediata de novos cortes nas contas públicas, e disse também que, sem o cumprimento das obrigações já assumidas, qualquer tentativa de pacto torna-se imposição unilateral:- O governo está sempre disposto ao acordo que beneficie todos os estados. Mas nenhum pacto começa sem o pagamento das obrigações contratuais: aí não é pacto, é unilateral - afirmou.Antonio Carlos ressaltou que a posição do governo é de aceitar toda a ajuda possível para a superação da crise:- Queremos a colaboração de todos, inclusive da oposição. Só precisamos evitar os trapalhões - observou.O senador acha que o governo deve adotar medidas no sentido de "fazer agenda positiva":- Se o governo adotar atuação efetiva neste caso da Ford, as demissões poderão ser revogadas. É melhor reduzir o IPI e ICMS do que deixar centenas de milhares de automóveis nos pátios, dando motivos para as montadoras demitirem - resumiu.A possibilidade de novos cortes nas finanças públicas, sugerida pelo deputado Antonio Kandir, foi rejeitada pelo senador com a observação de que o ex-ministro deveria, antes de mais nada, "aprender a votar no painel eletrônico".Antonio Carlos advertiu quanto aos efeitos negativos da disseminação de versões não confirmadas em momento delicado para o país, referindo-se especificamente à possibilidade de substituição do ministro da Fazenda:- Eu não acredito, mas nem adianta falar. O presidente da República fala isso todo dia e a imprensa não dá importância. Eu não critico a equipe econômica, que é capaz e está fazendo todo o possível. O boato é um mal contagiante na elite brasileira - lamentou.O senador confirmou a publicação do relatório do senador Osmar Dias ao projeto da contribuição dos inativos para a manhã desta terça-feira (dia 26), possibilitando a votação na sessão ordinária da tarde.Antonio Carlos esclareceu que a hipótese de prorrogar a convocação durante a primeira quinzena de fevereiro depende mais da Câmara, pois o Senado já esgotou sua pauta:- A prorrogação da convocação, se ocorrer, será sem pagamento de qualquer vantagem aos parlamentares - garantiu.O senador manifestou grande satisfação com o desempenho do Congresso durante o período de trabalho extraordinário:- Foi muito produtivo. Tivemos um grande resultado. Foi bom para o país, porque demonstrou que o Congresso está cumprindo com seus deveres nesta hora difícil para o país - concluiu.

25/01/1999

Agência Senado


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