ACM: sem corte nos juros reforma tributária não resolverá nada



O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse nesta terça-feira (2), em Plenário, que os eventuais resultados da reforma tributária cairão no vazio se o governo não adotar medidas para baixar os juros cobrados pelo sistema financeiro. O senador referiu-se ao spread, termo que no jargão do mercado denomina a diferença entre as taxas pagas aos investidores ou poupadores e os tomadores de empréstimos.

Conforme o senador, analistas do fundo Monetário Internacional (FMI) consideram que não há transparência na fixação desses spreads (pronuncia-se -ispréds-). Segundo os estudiosos, os bancos no Brasil têm baixa eficiência e não são nada competitivos - até porque poucas instituições controlam o mercado. Daí transferirem sua ineficiência e comodismo para a população e as empresas produtivas por meio de altas taxas.

Mesmo a Federação Brasileira das Associações de Bancos (Febraban) veria com bons olhos o corte nos juros. -Esta é a barreira mais importante a ser superada para o Brasil voltar a crescer de forma sustentada-, disse o economista-chefe da instituição em artigo citado pelos senador.

Antonio Carlos lembrou projeto de sua autoria que dá competência ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para prevenir e reprimir infrações contra a ordem econômica no âmbito do sistema financeiro.

- Nada justifica que esse estratégico segmento da economia, que trata diretamente com o cotidiano e o interesse da sociedade, não se submeta à fiscalização do Cade - disse o senador. Ele cobrou mais celeridade do relator da matéria, senador Amir Lando (PMDB-RO).



02/12/2003

Agência Senado


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