ACM: VISITA DE CLINTON AO CONGRESSO FOI "EXCELENTE"



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, considerou "excelente" a visita do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, ao Congresso Nacional. Falando à imprensa na tarde de hoje (dia 14), pouco depois de encerrado o encontro, Antonio Carlos revelou ter solicitado a atenção de Clinton para o problema da obtenção de vistos de entrada por brasileiros.

O senador explicou que tocou no assunto ao dirigir-se a Clinton durante a reunião com senadores e deputados no Salão Negro do Congresso Nacional, tendo dito ao presidente que não abordaria a questão ali, por julgar o momento inadequado, e que havia detalhado sua posição a um membro da comitiva - o senador democrata Christopher Dodd, de Connecticut, recebido em audiência, no gabinete da presidência do Senado, hoje de manhã - que se comprometeu a transmitir suas observações a Clinton, logo que possível.

Antonio Carlos Magalhães disse que compreende que os Estados Unidos tenham o direito de levantar restrições à entrada de estrangeiros, mas reclamou dos exageros.

- Não é possível que se façam restrições a pessoas que têm todas as condições de estar em qualquer país do mundo, ainda mais se os Estados Unidos dão abertamente vistos, na mesma situação, a cidadãos de outro país, como é o caso da Argentina - afirmou.

O presidente do Senado acrescentou que "o Brasil é sem dúvida o melhor parceiro dos Estados Unidos, e os Estados Unidos, para ter esse parceiro, precisam tratar o Brasil como o Brasil merece".

A respeito da fala de Bill Clinton aos parlamentares, Antonio Carlos considerou "muito positiva" a declaração do presidente reconhecendo a importância do Mercosul, e previu que essa posição vai resultar em sensível melhoria nas relações com o Brasil. Sobre a proposta de Clinton de admitir um país da América Latina, apontado em consenso pelos demais, no Conselho de Segurança da ONU, o senador disse que considerou a resposta "hábil", embora não signifique uma garantia de apoio às pretensões brasileiras.

- Acho que ele nem poderia dar essa garantia, no momento em que está visitando outros países da América do Sul. Logo, não poderia dar uma resposta definitiva. Mas é uma resposta hábil, que nos abre perspectivas - observou.



14/10/1997

Agência Senado


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