Acordo de combate às drogas entre Brasil e Bolívia prevê participação dos EUA



Um acordo de cooperação a ser assinado por Brasil e Bolívia até quarta-feira (30) prevê a participação dos Estados Unidos no combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado nos dois países sul-americanos. Segundo a Agência Boliviana de Informação, caberá ao governo brasileiro oferecer treinamento, capacitação e equipamentos às forças policiais bolivianas, mas a atuação conjunta servirá apenas para erradicar a produção de coca considerada excedente. 

No país vizinho, a folha da coca, além de bastante consumida na forma de chá ou mastigada in natura, é vista como uma planta medicinal e um patrimônio cultural. 

A previsão inicial era a de que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, viajasse nesta segunda-feira (28) de manhã para La Paz, mas, segundo a assessoria do ministério, compromissos ministeriais retardaram a partida, remarcada para a madrugada de terça-feira (29). Na capital boliviana, o ministro se reunirá com o ministro de Governo do país andino, Sacha Llorenti. 

Além do projeto piloto antidrogas envolvendo Brasil, Bolívia e Estados Unidos, Cardozo e Llorenti assinarão também um acordo de cooperação jurídica e um termo estratégico de cooperação policial. 

A visita do ministro da Justiça brasileira ocorre três dias após o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, encerrar a primeira visita oficial da diplomacia brasileira à Bolívia após a posse da presidenta Dilma Rousseff. A provável participação dos Estados Unidos no acordo ocorre dois anos após o governo boliviano ter expulsado a Agência de Combate às Drogas (DEA, na sigla em inglês) do país, alegando que os agentes norte-americanos teriam participado de uma conspiração contra o governo do presidente Evo Morales. 

No domingo (27), o vice-ministro da Defesa Social, Felipe Cáceres, informou à Agência Boliviana de Informação que uma comissão composta por especialistas brasileiros e bolivianos se reúne a partir desta segunda-feira para definir os termos do convênio bilateral de combate ao narcotráfico nos cerca de 3,4 mil km de fronteiras. 

Segundo Cáceres, Brasil e Bolívia atuarão de forma integrada nas áreas de informação policial, operações conjuntas, tarefas de inteligência e investigação e controle migratório, entre outros. Para o vice-ministro boliviano, o fortalecimento da cooperação entre os dois países vizinhos é essencial e deve levar em consideração a soberania nacional e o respeito à integridade territorial, a responsabilidade compartilhada e o respeito a não intervenção em assuntos internos e aos direitos humanos. 

 

Fonte:
Agência Brasil



28/03/2011 18:57


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