Acordo garantiu realização de sabatina do indicado para o BC



A sabatina e a votação da indicação do economista Aldo Luiz Mendes para exercer o cargo de diretor de política monetária do Banco Central quase deixaram de ser realizadas, nesta terça-feira (24), pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) só desistiu do pedido de vista - o que adiaria o processo - quando o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) propôs a vinda de Mario Gomes Torós - antecessor de Aldo Mendes no cargo - para falar da condução da política monetária em sua gestão. A CAE aprovou o requerimento de audiência pública, que ainda não foi agendada.

A saída de Mario Torós do cargo teria sido agilizada após entrevista publicada, sexta-feira passada (13), pelo jornal Valor Econômico. O executivo revelou ao jornal que, no pico da crise econômica internacional de 2008, o país registrou uma corrida aos bancos e, poucos dias depois, R$ 40 bilhões teriam sido transferidos de pequenas e médias para grandes instituições. Mário Torós também teria repassado detalhes da reação do governo a essa turbulência econômica e dados sigilosos envolvendo essas operações.

Além de demonstrar interesse em informações sobre a saída de Mário Torós do Banco Central, os senadores Heráclito Fortes e Arthur Virgílio (PSDB-AM) pediram explicações a Aldo Mendes sobre empréstimos feitos pelo Banco do Brasil aos bancos Votorantim, Safra e Alfa, no valor de R$ 5,8 bilhões, e à Sadia, no valor de R$ 900 milhões, no auge da crise econômica de 2008. Detalhes dessas operações estão na edição desta terça-feira (24) do Valor On Line.

Heráclito continuou a questionar Aldo Mendes sobre o suposto uso de recursos da Previ (Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil) para cobrir déficit do BB e empréstimo feito pelo banco à Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários), que está sendo investigada pelo Ministério Público e apresenta rombo estimado em R$ 100 milhões. O parlamentar pediu esclarecimentos sobre esses assuntos ao indicado para o Banco Central por ele atuar à época, respectivamente, como presidente do Conselho Deliberativo da Previ e como vice-presidente de finanças, mercado de capitais e relações com investidores do BB.

Ao responder ao questionamento sobre o socorro do BB aos bancos Votorantim, Safra e Alfa e à Sadia, Aldo Mendes negou que a instituição tenha assumido um papel destinado ao Banco Central. Segundo declarou, é comum os bancos, em momentos de crise de liquidez, realizarem operações de empréstimo e de compra de carteira de títulos.

Em relação à Previ, afirmou ser natural que tanto déficits quanto superávits sejam partilhados entre os patrocinadores de um fundo de pensão. Assim, o repasse de recursos da Previ para o BB teria sido motivado por um superávit e amparado pela legislação. Quanto à Bancoop, disse desconhecer o assunto. Também afirmou não conhecer João Vaccari Neto, que preside a entidade desde 2004 e deverá ser o novo tesoureiro do PT em 2010.

24/11/2009

Agência Senado


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